O fim do fantasma do apagão Pacote de privatizações anunciado pelo governo inclui a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica do País, aeroportos, portos e rodovias. A intenção é atrair investimentos, reduzir gargalos logísticos e dar mais eficiência a setores estratégicos
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O fim do fantasma do apagão
Pacote de privatizações anunciado pelo governo inclui a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica do País, aeroportos, portos e rodovias. A intenção é atrair investimentos, reduzir gargalos logísticos e dar mais eficiência a setores estratégicos
Fabíola Perez25.08.17 - 18h00
Ambiciosa, ousada e necessária. Essas foram as considerações dos investidores sobre o anúncio, na segunda-feira 21, da privatização da Eletrobras, a maior estatal de energia elétrica do País. Desde 2013, por decisões equivocadas tomadas pela ex-presidente Dilma Rousseff, a empresa enfrenta sérias dificuldades financeiras – no ano passado, sua dívida líquida chegou a R$ 23,4 bilhões – e apresenta deficiências no atendimento das demandas de geração, transmissão e distribuição de energia. Seu
O processo de privatização da empresa deverá seguir um caminho diferente. O governo estuda formas de estabelecer limites e de pulverizar o capital da companhia em vez da simples transferência do controle a um único dono. Uma das ideias sob análise do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) é a oferta de ações da Eletrobras na Bolsa e a diluição da fatia do governo, que hoje possui 41% do controle acionário. Estima-se que a concessão poderá render R$ 13 bilhões à empresa e a expectativa é concluir sua transferência ao setor privado até o primeiro semestre de 2018.
O plano é que a União se desfaça de sua fatia até se tornar apenas uma “golden share”, o que lhe daria direito de veto em decisões estratégicas. “É uma maneira de não perder autonomia e de intervir na gestão e nas decisões”, diz o cientista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultoria. Outro cuidado a ser tomado é o de evitar que a estatal seja negociada com apenas um investidor, o que pode levar à redução na competitividade do setor. A melhor solução, na avaliação de especialistas, seria cindir a companhia e criar processos de negociação independentes. “Até a abertura das ações em bolsa deveria ser feita de forma separada”, afirma Fernando Camargo. O professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Schiozer também aposta na privatização fatiada. “A Eletrobras possui quatro grandes subsidiárias, Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Chesf, muito respeitadas nas regiões em que prestam serviços. Em processos distintos de privatização, não há o risco de se concentrar todo o controle em uma única empresa.” Paralelamente à abertura para o capital privado, Schiozer defende o fortalecimento das agências reguladoras, cuja função é controlar a qualidade na prestação do serviço e estabelecer regras para o segmento. “Setores estratégicos precisam de agências fortes e não sucateadas, como foram nos últimos anos”, afirma.
CAIXA ABASTECIDO
O anúncio da transferência da Eletrobras ao mercado privado foi o primeiro movimento de uma semana econômica marcada pelo foco nas privatizações. Na quarta-feira 23, o governo divulgou um pacote composto por 57 novos projetos de concessões à iniciativa privada. O objetivo em curto prazo é reduzir o rombo nas contas públicas. Em médio e longo, o programa pode reduzir gargalos na infraestrutura logística do País. “Com a venda das estatais, há um fluxo de caixa maior e mais rápido. Além disso, atrai-se investimentos externos em setores que necessitam e geram-se empregos”, afirma Paulo Azevedo, professor de estratégia financeira do Ibmec-SP.
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