Coreia do Norte, da fundação ao programa nuclear Desde que se declarou independente, em 1948, República Democrática Popular da Coreia desafia normas internacionais para criar seu próprio lugar no mundo. Leia em pontos a controversa história do país.
Coreia do Norte, da fundação ao programa nuclear
Desde que se declarou independente, em 1948, República Democrática Popular da Coreia desafia normas internacionais para criar seu próprio lugar no mundo. Leia em pontos a controversa história do país.
Por Deutsche Welle
30/08/2017 16h35 Atualizado há 9 horas
Mísseis são exibidos durante desfile militar em Pyongyang em abril de 2017 (Foto: REUTERS/Damir Sagolj )
Fundação de uma nação: 1945-1950
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética e os EUA concordaram em dividir a Península Coreana ao longo do Paralelo 38 N. As forças dos EUA permaneceram na metade sul após a rendição do Japão, enquanto as forças soviéticas ocuparam a metade norte.
Em resposta à declaração do sul como República da Coreia, a República Democrática Popular da Coreia declarou-se em 1948 um Estado, com Kim Il-sung, popular chefe de guerrilha, como líder designado pelos soviéticos.
Mais tarde Kim foi estabelecido como líder do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que consolidou o poder em toda parte norte da península. Em 1949 foram erguidas estátuas de Kim e o povo passou a chamá-lo de "Grande Líder".
Guerra da Coreia: 1950-1953
Em 1950, com o apoio da China comunista e da União Soviética, as forças norte-coreanas invadiram o sul, culminando na captura de Seul. Os EUA responderam liderando uma operação militar da ONU que impulsionou as forças comunistas para o norte, em direção à fronteira chinesa. As tropas chinesas se juntaram à batalha e empurraram as forças da ONU novamente para o sul.
O país foi dividido aproximadamente segundo o já mencionado acordo entre EUA e União Soviética. Em 27 de julho de 1953, assinou-se um armistício. Tecnicamente, a guerra continua até hoje, já que não houve um acordo de paz.
Companheiros nucleares: 1956-1962
Em 1956, a União Soviética ofereceu aos cientistas norte-coreanos conhecimentos básicos para começar a desenvolver seu próprio programa nuclear. Três anos depois Moscou e Pyongyang assinaram um acordo de cooperação nuclear.
O Centro de Pesquisas Científicas Nucleares de Yongbyon, na Coreia do Norte, foi inaugurado e se tornou a principal instalação nuclear da nação comunista. Consta que ele teria produzido material físsil para a primeira arma nuclear do país.
Alcance de mísseis norte-coreanos (Foto: DW)
Desenvolvimento de mísseis: 1976-1993
Na opinião de diversos especialistas, o Egito forneceu à Coreia do Norte mísseis Scud-B em 1976, embora outras fontes afirmem que isso ocorreu entre 1979 e 1981. Em 1984, Pyongyang produziu e testou uma versão nativa do Scud-B, batizada Hwasong-5.
Um ano depois a Coreia do Norte se tornou signatária do tratado de não proliferação nuclear. Com o colapso da União Soviética, Pyongyang perdeu sua principal fonte de segurança e apoio econômico desde sua fundação. Isso não impediu que a nação comunista avançasse em 1993 com o lançamento do míssil balístico de médio alcance Hwasong-7.
Morte do "Deus Todo-Poderoso": 1994-2002
Em 8 de julho de 1994, o líder norte-coreano Kim Il-sung morreu de um ataque cardíaco súbito aos 82 anos. Pouco depois, seu filho Kim Jong-il assumiu o poder como líder supremo da Coreia do Norte, marcando uma nova era na história do país.
De 1994 a 1998, a Coreia do Norte sofreu uma devastadora fome e uma crise econômica conhecida localmente como "Marcha Árdua". Estima-se que nesse período entre 240 mil e 4 milhões morreram de fome ou doenças relacionadas a ela.
Em 1999 Pyongyang declarou uma moratória dos testes de mísseis, comprometendo-se mais tarde, em 2002, a ampliá-lo para além de 2003.
"Eixo do Mal": 2002-2006
Em 2002, o então presidente dos EUA, George W. Bush, incluiu a Coreia do Norte no chamado "Eixo do Mal", acusando o país de patrocinar o terrorismo e desenvolver armas de destruição em massa, ao lado do Irã e Iraque.
Um ano depois, Pyongyang retirou-se do tratado de não proliferação. As subsequentes "conversas de seis partes" – reunindo representantes da Coreia do Norte, Coreia do Sul, EUA, China, Japão e Rússia – visavam uma alternativa diplomática para travar o programa nuclear norte-coreano.
(Foto: DW)
Testes nucleares: 2006-2010
Em 2006 a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste de armas nucleares. Semanas mais tarde, contudo, concordou em aderir às "conversas de seis partes" para discutir seu programa nuclear. Três anos depois, Pyongyang conduziu seu segundo teste nuclear, encerrando definitivamente as "conversas de seis partes".
Em 2010, um barco de patrulha sul-coreano afundou inesperadamente após uma explosão no casco do navio. Todos os 104 tripulantes morreram. Uma investigação internacional concluiu que o navio fora afundado por um torpedo lançado por um submarino norte-coreano.
Herdeiro em ascensão: 2011-2017
Em 17 de dezembro de 2011, Kim Jong-iI morreu de um ataque cardíaco, de acordo com a mídia norte-coreana. Seu filho mais novo, Kim Jong-un, assumiu o poder como líder supremo do país.
Sob sua liderança a Coreia do Norte avançou significativamente em seu programa de desenvolvimento nuclear e de mísseis. O país realizou um teste nuclear em 2013 e outros dois em 2016, provocando grande apreensão da comunidade internacional. Em julho de 2017, lançou com sucesso o míssil balístico intercontinental Hwasong-14.
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