Tocantins 247 - O refinanciamento da dívida do Tocantins com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi uma das principais defesas feitas pelo governador Marcelo Miranda, durante encontro com Michel Temer, nesta terça-feira, 13, em Brasília. Miranda propôs o alongamento da dívida relativa à execução do Proinveste (Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal) no Tocantins. A operação de crédito, no valor de R$ 553,3 milhões, foi contratada pelo Governo do Estado em 2012. O prazo para o pagamento é até dezembro de 2033. Atualmente, essa dívida corresponde a R$ 471 milhões. Participaram da reunião, no Palácio da Alvorada, outros 15 governadores, ministros, senadores e o presidente do BNDES, Paulo Rabello Castro.
“O novo presidente do Banco, Paulo Rabello de Castro, deverá montar um cronograma de atendimento para esses refinanciamentos, e possíveis novos créditos, até porque essas são demandas não somente do Tocantins, mas de outros estados brasileiros”, disse o governador.
Os recursos do Proinveste têm o objetivo de implementar projetos de infraestrutura de transporte. Além desta, o Tocantins tem firmadas outras duas operações de crédito com o Banco, passíveis de parcelamento: o Programa Emergencial de Financiamento I (PEF I) e o Programa Emergencial de Financiamento II (PEF II), contratadas em 2009 e em 2010, respectivamente.
Há uma expectativa de que o BNDES conceda dez anos de acréscimo para o pagamento das operações com os estados. Marcelo Miranda acredita que com o alongamento das dívidas o Tocantins ganhará em fluxo de caixa, o que “possibilitará a realização de novos investimentos”, concluiu o governador.
Estratégia
O encontro com os governadores para a negociação das dívida também faz parte de uma estratégia de Michel Temer para obter apoio da classe política, após ter sido gravado dando aval a uma suposta compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". O teor das delações foi publicado pelo colunista Lauro Jardim, do Globo.
O delator e o seu irmão Wesley Batista afirmaram que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Depois, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato. "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", disse Janot.
Temer, através de sua assessoria, negou as acusações e classificou a gravação como clandestina e manipuladora.
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