Delações da Odebrecht: Deputado Irajá Abreu teria recebido R$ 100 mil para a campanha de 2014 Delator declarou que a doação foi oficial e não previa contrapartida. MPF apontou que doação não aparece no sistema do TSE e pediu apuração.
Delações da Odebrecht: Deputado Irajá Abreu teria recebido R$ 100 mil para a campanha de 2014
Delator declarou que a doação foi oficial e não previa contrapartida. MPF apontou que doação não aparece no sistema do TSE e pediu apuração.
Por G1 Tocantins
15/04/2017 11h47 Atualizado há 2 horas
Deputado federal Irajá Abreu (PSD) foi citado por um dos delatores (Foto: PSD/Divulgação)
O deputado federal Irajá Abreu (PSD) é citado de uma das delações de ex-executivos da Odebrecht. O delator José de Carvalho Filho informou que o político recebeu R$ 100 mil da empresa para a campanha de 2014. No depoimento, o delator disse que a doação foi oficial e que não previa contrapartidas.
Apesar da declaração de Carvalho Filho dizendo que a doação foi feita de forma legal, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não é possível identificar o pagamento em questão nas contas eleitorais do deputado. Todas as doações de campanha ficam disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para consulta. Há doações de algumas empresas no valor citado pelo delator na delcaração de contas do deputado, mas nenhuma está identificada como sendo da Odebrecht.
Mesmo que a doação tenha sido declarada à Justiça Eleitoral, o MPF afirma isto não eliminaria a possibilidade da negociação ter sido ilícita, já que o dinehiro em si poderia ter origem espúria. A procuradoria pediu que o caso seja analisado mais profundamente para eliminar qualquer suspeita de lavagem de dinheiro.
O G1 procurou a assessoria do deputado, mas as ligações não foram atendidas. Nas redes sociais, Irajá Abreu se defendeu, dizendo que todas as doações que recebeu foram legais, que não teme qualquer investigação e que está à disposição da Justiça. O deputado lembrou ainda que o ministro relator Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu o processo dele à Procuradoria Geral da República. Leia abaixo a nota em sua íntegra.
Na nota, o deputado não esclarece se recebeu ou não a doação em questão. Ainda de acordo com a delação de José de Carvalho Filho, a senadora Kátia Abreu (PMDB), mãe de Irajá Abreu, iria receber a mesma quantia para a campanha dela ao Senado. A parlamentar já é alvo de um inquérito pelo suposto recebimento de R$ 500 mil em caixa dois para a campanha ao senado no mesmo ano. Ela nega qualquer irregularidade.
Outro lado
Nota de esclarecimento do deputado Irajá Abreu
"Venho esclarecer a respeito da matéria jornalística publicada na imprensa que: O meu nome não foi apresentado na "lista" do Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, (STF) que determinou a abertura de inquérito de 9 ministros, 29 senadores e 42 deputados federais. Pelo contrário, este mesmo ministro devolveu o meu processo à Procuradoria Geral da República (PGR).
Reitero que todas as doações feitas para as minhas campanhas eleitorais foram realizadas dentro da lei, devidamente declaradas e aprovadas pelo TRE/TO. Confio plenamente na Justiça, portanto, não temo qualquer investigação e me coloco a disposição para todos os esclarecimentos necessários.
Continuarei trabalhando pelo estado do Tocantins no Congresso Nacional, sempre cumprindo com responsabilidade o desafio a mim confiado por milhares de tocantinenses, seguindo o princípio da legalidade que é formador do meu caráter como homem, cidadão e parlamentar".
Veja a íntegra da declaração de Kátia Abreu:
“Lamentavelmente, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tenho, neste momento, elementos suficientes que me permitam rebater as supostas acusações feitas contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a nossa conduta. Sigo trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa”.
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