Temer precisa arbitrar briga por cargos no PMDB', diz Rodrigo Maia

'Temer precisa arbitrar briga por cargos no PMDB', diz Rodrigo Maia

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Um dia após ser reeleito presidente da Câmara com 293 votos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta sexta-feira (3) não acreditar que a disputa pelo comando da Casa cause um racha na base aliada, mas alertou o presidente Michel Temer a cuidar do apetite de seu próprio partido, o PMDB.
Em entrevista à Folha, o presidente da Câmara defendeu a ascensão de seu sogro, Moreira Franco, ao cargo de ministro da Secretaria Geral da Presidência da República e refutou comparações com movimento semelhante feito pelo governo Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula, no ano passado.
Maia também negou envolvimento com a Lava Jato, afirmando que o enredo da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, é falso.
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Folha - O sr. prega independência da Câmara em relação ao Judiciário. Como será sua relação com o STF?
Rodrigo Maia - Com diálogo, harmonia, mas querendo respeito da parte que cabe à Câmara, de legislar. O Supremo tem legislado. Muitas vezes, a própria Câmara é responsável pelo empoderamento do Poder Judiciário. O grande protagonista da eleição foi saber se haveria uma liminar ou não contra a minha candidatura. Não foi um debate sobre a Câmara. Nós temos que ser os responsáveis pela harmonia entre os Poderes.
O sr. acha que as arestas criadas na base nesta eleição podem refletir em votações?
Acho que essas arestas não existem. O problema do PMDB não vem de hoje. O processo de impeachment gerou estruturas muito maiores do que seu tamanho real antes –o PMDB foi um caso– e depois. O presidente Michel Temer está arbitrando esses espaços.
A base fazia o discurso "o PT já tem o presidente [da República], não precisa ter o resto". Agora, é diferente: "o PMDB já tem o presidente, não precisa ter o resto". Só que o PMDB não pensa assim. O presidente vai precisar arbitrar esse conflito, que não tem relação com a eleição. Tem relação com o espaço generoso que a presidente Dilma deu ao PMDB para tentar evitar o impeachment, e ao espaço menor que as expectativas de deputados do PMDB pós-impeachment.
A delação de Cláudio Melo Filho [executivo da Odebrecht que o aponta como beneficiário de R$ 600 mil] é uma de 77 delações. De que forma eventuais menções preocupam o sr.?
Não preocupam, o enredo é falso, o tempo vai resolver isso. A minha defesa e o trabalho do Ministério Público vão chegar claramente à certeza de que aquele enredo é falso, e o inquérito, se houver, será arquivado.
O sr. conhecia o Cláudio?
Claro que sim, tinha uma boa relação com ele.
Era uma relação pessoal, profissional?
Tinha uma relação pessoal com ele.
Ele diz na delação que o sr. era ponto de interlocução que ele via da Câmara em defesa da empresa. O sr. chegou a discutir questões de interesse da empresa?
Discuti vários temas com ele. Em alguns momentos concordava com a posição dele e em outros, não. Na questão do Galeão, divergi frontalmente da posição dele, achava que era um absurdo restringir os outros consórcios de participar [na época do leilão, em 2013, o governo restringiu a participação de companhias que já operavam em outros aeroportos]. Mas sempre foram conversas muito tranquilas, nunca teve nenhum tipo de ambiente de troca, nada disso, então esse enredo é totalmente falso.
O que o sr. achou da ascensão de seu sogro [Moreira Franco] a ministro do Temer? Não é semelhante ao que ocorreu no governo Dilma com Lula?
Não acho, acho que o governo precisava de alguém que estivesse no Planalto e que organizasse uma das partes mais importantes, que é a comunicação. Ele tem competência para tocar isso e os outros projetos que ele já vinha tocando. Essa foi a decisão do presidente e foi acertada. Tem que tomar cuidado porque há uma delação, não há ainda uma denúncia. Então tem que tomar cuidado para não tirar da pessoa o seu direito antes que uma investigação do MP avance.
O sr. pretende votar novamente algum projeto de anistia ou abuso de autoridade?
Abuso de autoridade tem um debate que está sendo proposto pelo próprio Ministério Público. Até o dr. [Rodrigo] Janot [procurador-geral da República] ficou de encaminhar um texto para iniciar o debate, vamos fazer um debate de forma transparente.
E anistia a caixa dois?
Se tivesse maioria para esse tema avançar na Câmara, já tinha avançado. 

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