Sem discurso, “tradicionais” fazem o jogo de Amastha

Sem discurso, “tradicionais” fazem o jogo de Amastha

 
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Foto: Divulgação
Parte da velha guarda da política tocantinense confirma união geral em torno da candidatura de Raul Filho a prefeito de Palmas, em 2016, durante reunião na residência do ex-governador Siqueira Campos

Alguns importantes políticos tradicionais do Estado não estão dispostos a comprar essa tese de alas da velha guarda de que todo mundo tem que se unir para evitar que o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), chegue ao Palácio Araguaia no ano que vem. Esses setores veem que alguns dos principais nomes dos “tradicionais" estão caindo numa armadilha por agirem sem refletir todo o processo.

São dois os motivos apontados pelo setor mais pensante desse grupo para não comprar a história de que todo mundo deve estar numa canoa só. Primeiro porque isso é tudo o que Amastha quer. Toda a velha política junta no palanque reforça o discurso do prefeito de Palmas, como, aliás, ocorreu em 2012 e 2016. Nada assustou mais o eleitor do que ver nas últimas duas eleições municipais as fotos recheadas de Tiranossauros da política estadual. Todos juntinhos, lado a lado.

Em 2012, o palanque destruiu até a então forte candidatura de Marcelo Lelis (PV). O na época deputado estadual vinha sendo cotado como virtual prefeito de Palmas depois do resultado das eleições de 2008, quando, com o apoio apenas do senador João Ribeiro, enfrentou todo o peso da Prefeitura de Palmas e do Palácio Araguaia e, ainda assim, chegou em segundo lugar, fazendo campanha pelo voto útil dos eleitores de Nilmar Ruiz. Dessa forma, a derrota para o então petista Raul Filho, naquele contexto, teve alto sabor de vitória.

Ninguém tinha dúvida de que em 2012 era a vez de Lelis. Porém, o sonho foi destruído por um palanque que juntou a extinta União do Tocantins e seu arqui-inimigo PMDB. Os utistas ficaram revoltados de estarem no palanque dos peemedebistas, que retribuiam o mesmo sentimento. A pior tragédia política de Lelis, para a época, foi ter se unido ao siqueirismo novamente em 2010.

Se em 2012, ele estivesse na oposição ao Palácio Araguaia comandado pelo velho cacique utista, possivelmente não existiria o fenômeno Amastha. Pelo menos não naquelas eleições. Além disso, os abusos cometidos no afã de evitar a derrota irremediável custou a Lelis a mais grave das penas para um político: a inelegibilidade.

Ano passado quando me mandaram a foto do palanque do candidato Raul Filho (PR), no lançamento da campanha, cercado por toda a velha guarda, me deu uma péssima impressão. Até brinquei com um amigo que me enviou a imagem, no instante que ocorria a solenidade, perguntando se o palanque não havia caído, de tão pesado que estava. Ainda dei uma de profeta ao dizer que a candidatura do republicano morreu ali mesmo.

Depois confirmei que a impressão não era só minha, mas geral. Esses dias vi as mesmas fotos circulando pelas redes sociais e a reação altamente negativa das pessoas, o que só confirma que jogar esse povo todo em cima do mesmo palanque é tudo o que Amastha mais deseja para 2018, tamanho o desgaste da velha política, que, fazendo rodízio no poder por anos, é responsável pelo buraco em que o Tocantins se encontra.

O outro motivo apontado pelos setores mais pensantes dos tradicionais é o pragmatismo da política. Isso significa que requentar áudio de Amastha desancando a velha guarda pode gerar um instante de revolta, mas é só. Além disso, as pessoas têm concordado com as críticas desferidas pelo pessebista. Prefeitos não querem problemas com quem quer que esteja no Palácio Araguaia e nem com alguém com chances reais de vencer as eleições de 2018. Fora isso, avaliam esses setores pouco simpáticos à união geral e irrestrita da velha política, Amastha tem fama de cumpridor dos compromissos firmados e, para prefeitos, isso é tudo o que importa.

Ou seja, concluem os pensadores da velha política ouvidos pela coluna, ao invés de buscar união a qualquer custo, sem refletir e cair numa armadilha jogada pelo próprio Amastha, é melhor os tradicionais encontrarem um bom discurso, o que hoje não existe. Neste momento histórico, tudo depõe contra aqueles que sempre mandaram no Tocantins e permitiram que o Estado chegasse à beira da insolvência, penalizando a população com serviços públicos da mais péssima qualidade. Cada um a seu tempo, direta ou indiretamente, deu a devida contribuição para o cenário atual, não apenas quem hoje é inquilino do Palácio.

Enquanto não encontram o discurso-vacina anti-Amastha, os pensadores da velha política recomendam que se interrompa o movimento para colocar todo mundo numa canoa só. Afinal, eles têm uma péssima notícia à velha guarda: essa canoa está furada.

CT, Palmas, 24 de fevereiro de 2017.

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