Reis do Gado: advogado nega relação de governador com atos de corrupção

Reis do Gado: advogado nega relação de governador com atos de corrupção

Marcelo Miranda prestou depoimento na sede da Justiça Federal.
Ele é alvo em operação que investiga lavagem de dinheiro no Tocantins.

Do G1 TO
Marcelo Miranda é alvo da operação Reis do Gado, da Polícia Federal (Foto: Antoniel Andrade/TV Anhanguera)Marcelo Miranda é alvo da operação Reis do Gado, da Polícia Federal (Foto:Divulgação)
O advogado de Marcelo Miranda (PMDB), Solano Donato, negou que o governador do Tocantins tenha envolvimento com atos de corrupção. Ele prestou depoimento durante aproximadamente 4h, na sede Justiça Federal, em Palmas, na tarde desta segunda-feira (28) e deixou o local sem se pronunciar sobre o assunto.
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Advogado negou que governador tenha envolvimento com lavagem de dinheiro (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Advogado negou que governador tenha
envolvimento com lavagem de dinheiro
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O governador é alvo operação da Reis do gado, na qual a polícia investiga corrupção e lavagem de dinheiro no Tocantins entre os anos de 2005 e 2012. Além disso, identificou que R$ 200 milhões foram lavados.
"O governador respondeu todas as perguntas naturalmente, não tem absolutamente nada a esconder. Foi um depoimento tranquilo. Formalmente não há qualquer tipo de acusação, é um inquérito policial. Está sendo feita uma investigação e ele está colaborando. Ele não tem envolvimento com qualquer tipo de ato irregular", afirmou o advogado.
O ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que veio a Palmas para acompanhar o depoimento de Marcelo Miranda, retornou para Brasília. Ele tem foro privilegiado pelo fato de ser governador.
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Marcelo Miranda, que não foi encontrado no local. Ele chegou a Palmas no final desta manhã para prestar depoimento na Justiça Federal.
O ex-governador Siqueira Campos foi conduzido coercitivamente. O chefe da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado, Cleyber Malta, explicou que ele foi levado para prestar depoimento porque foi verificado que algumas empresas que estabeleceram contratos em 1998, na gestão dele, para a construção de pontes, permaneceram executando serviços em várias gestões.
"A partir do estabelecimento dos contratos das pontes, percebemos que o grupo permaneceu e apenas alternou-se em relação aos diversos governadores que iriam passando. Havia sempre uma tentativa de composição destas empresas com os governadores para que permanecessem fazendo obras e pagamento de propina para a manutenção destes contratos. A propina era paga tanto para o recebimento das obras, quanto em forma de doação de campanha", explicou Malta.
A assessoria de comunicação do ex-governador disse que ele prestou depoimento na na sede da Polícia Federal, em Palmas, na condição de testemunha. "O ex-governador Siqueira Campos não é investigado na operação e reitera prosseguir à disposição da Justiça e da Polícia Federal para prestar qualquer esclarecimento sempre que for solicitado", informou em nota.
PF cumpre mandados na casa do governador do Tocantins (Foto: Rachel Lemos/TV Anhanguera)PF cumpre mandados na casa do governador do Tocantins (Foto: Rachel Lemos/TV Anhanguera)
Lavagem de dinheiro
O superintendete da PF disse que a suposta lavagem era feita, ora pela compra e venda de gado, ora pela compra e venda de fazendas. Uma das fazendas compradas no Pará teria sido registrada por R$ 20 mil, sendo que o valor da propriedade chegava a R$ 40 milhões. A polícia investiga se houve a partipação de cartorários no registro do imóvel. A PF disse que a lavagem envolve outros bens como aeronaves, carros e salas comerciais.
Vieira informou ainda que a associação era organizada e até registrada em cartório.
"O que nos chamou atenção é que o grupo criminoso praticamente registrou em cartório a atividade de lavagem. Foi registrada em cartório um distrato de uma sociedade, quando se faz um distrato é porque houve um contrato. Nesse distrato foi feita uma composição onde um dos laranjas se retirava e deixava os bens para pessoas da família do governador", informou Vieira. Alguns dos laranjas teriam devolvido os bens e o dinheiro sem cobrar nada em troca, complementou.
Conforme a PF, o caso começou a ser investigado há cerca de um ano. Durante a investigação foi verificado que a família do governador teria o segundo maior rebanho do estado do Pará, totalizando 30 mil cabeças de gado. A atividade, segundo a polícia, era usada para mascarar a origem de outros recursos.
Dos R$ 200 milhões que teriam sido lavados, "R$ 60 milhões eram em dinheiro que circulavam na conta de terceiros e ao final, parte dos valores teria voltado para posse da família do governador", explicou Malta.
Todos os bens de Marcelo Miranda, do pai e de um um dos irmãos foram bloqueados. Além disso, serão investigadas as prestações de conta no Imposto de Renda de todos eles. Segundo a PF, os registros declarados estão em desacordo com o que foi movimentado em conta.
O valor de R$ 200 milhões foi detectado no processo de lavagem, mas o dinheiro das contratações supera esse valor.
Delegados detalham esquema de lavagem de dinheiro durante entrevista coletiva em Palmas (Foto: Rachel Lemos/TV Anhanguera)Delegados detalham esquema de lavagem de dinheiro durante entrevista coletiva em Palmas
(Foto: Rachel Lemos/TV Anhanguera)
Defesa de Miranda
Em nota, o escritório de advocacia que atende o governador Marcelo Miranda, informou que Miranda apresentou à PF de forma espontânea, assim que teve conhecimento do mandado expedido pela Justiça.  De acordo com a nota, ele continuará colaborando com as investigações.
Entenda
A operação Reis do Gado foi realizada nesta segunda-feira (28). O governador do Tocantins Marcelo Miranda e o secretário de infraestrutura Sérgio Leão são alvos da investigação. O governador e o ex-governador Siqueira Campos foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento.
Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados em Palmas e outras cidades.
São oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína (TO), Goiânia (GO), Brasília (DF), Caraguatatuba (SP), e nos municípios de Canaã dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu, no Pará. Segundo a PF, os mandados foram expedidos pelo STJ.

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