Discurso nacionalista marca a posse de Trump nos EUA

Discurso nacionalista marca a posse de Trump nos EUA

por Redação — publicado 20/01/2017 16h23, última modificação 20/01/2017 19h04
Ao assumir a Casa Branca, republicano adota o slogan "A América em primeiro lugar"
Alex Wong / Getty Images North America / AFP
Donald Trump
Trump durante sua posse: o nacionalismo chega com força aos EUA
A tese de que Donald Trump moderaria sua posições ao assumir a presidência dos Estados Unidos se esvaiu rapidamente na tarde desta sexta-feira 20, à medida que o republicano realizava seu discurso de posse, em Washington. Trump manteve a retórica dura de sua campanha e fez um discurso agressivo e nacionalista.
Eleito em novembro último, Trump começou o discurso de forma pacífica, agradecendo ao "magnífico" ex-presidente Barack Obama pela transição feita nos últimos meses, mas logo trouxe à tona o tom populista que marcou sua disputa com Hillary Clinton.
Trump informou que estava "transferindo o poder de Washington para o povo" e que seu governo respeitaria duas regras básicas: "compre [produtos] americanos e empregue [funcionários] americanos".
No momento mais inflamado do discurso, Trump adotou o slogan "America First", ou A América em primeiro lugar, ao enviar recados para o mundo"Nós reunidos aqui hoje estamos emitindo um novo decreto para ser ouvido em cada cidade, em cada capital estrangeira e em cada corredor de poder. A partir deste dia, uma nova visão governará nossa terra. A partir deste em diante, vai ser apenas a América em primeiro lugar – a América em primeiro lugar", afirmou Trump.
"Todas as decisões sobre comércio, sobre os impostos, sobre a imigração, sobre assuntos externos serão feitas para beneficiar os trabalhadores americanos e as famílias americanas. Devemos proteger nossas fronteiras dos estragos de outros países que fabricam nossos produtos, roubando nossas empresas e destruindo nossos empregos", disse.
Na sequência, Trump colocou o combate contra ao "extremismo islâmico" no centro de sua política externa e prometeu trabalhar com os aliados dos Estados Unidos para destruir a ameaça jihadista. "Vamos reforçar antigas alianças e formar novas, [vamos] unir o mundo civilizado contra o terrorismo islâmico, o qual vamos erradicar completamente da face da Terra", declarou.
A cerimônia não foi um sucesso de público. Segundo estimativas feitas pelo metrô de Washington, 193 mil cidadãos foram à posse de Trump, número bastante inferior ao do primeiro mandato de Barack Oabama, quando 513 mil foram ao capitólio. Na reeleição de Obama, 317 mil estavam presentes.
Adversária de Trump na disputa presidencial, Hillary Clinton esteve presente ao capitólio para acompanhar o ex-presidente Bill Clinton. É tradição a participação de ex-mandatários na cerimônia de posse. Barack e Michelle Obama também participaram. O mais aplaudido entre os ex-presidentes foi o republicano George W. Bush.

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