Juiz diz que Garotinho ofereceu propina para evitar prisão
Juiz diz que Garotinho ofereceu propina para evitar prisão
Procurador pede para PF investigar denúncia do titular da 100ª Zona Eleitoral
POR MADALENA ROMEO
/ atualizado PUBLICIDADE
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RIO — A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE/RJ) solicitou à Polícia Federal para que investigue denúncia do juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira, de que o ex-governador Anthony Garotinho e o filho dele Wladimir Matheus teriam oferecido R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, para influenciar o magistrado e evitar a prisão do ex-governador. O relato foi feito à Procuradoria Eleitoral pelo próprio juiz, que decretou a prisão do ex-governador e determinou a transferência dele do Hospital Municipal Souza Aguiar para o hospital penitenciário do Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu.
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De acordo com o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, o magistrado relatou que intermediários do ex-governador procuraram pessoas próximas dele para oferecer o dinheiro.
- Foram duas propostas: uma de R$ 1,5 milhão e outra de R$ 5 milhões.
Ainda segundo Madruga, as propostas de propina foram feitas há cerca de um mês, e o juiz resolveu fazer a denúncia agora para preservar as investigações e a operação.
O advogado de Garotinho, Fernando Augusto Fernandes, nega as acusações e informou que vai representar contra o juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazespelo pelo crime de denunciação caluniosa.
"As atitudes do juiz, as cenas grotescas da semana passada e o abuso de autoridade merecem resposta unicamente jurídica. E o juiz irá responder criminalmente por denunciação caluniosa, previstos no Artigo 339", diz o advogado em nota.
O procurador ressalta que essa não é a única tentativa de interferência nas investigações da Operação Chequinho, sobre uso do programa Cheque Cidadão na compra de votos em Campos, que está sendo investigada. A procuradoria apura também ameaça a um procurador eleitoral de Campos que participava das investigações. Madruga ressalta, porém, que a amaeaça ainda está sendo investigada sob sigilo e não pode ser atribuída a Garotinho.
Ele também enviou ofício à Polícia Federal solicitando explicações sobre o pedido feito pela Corregedoria da Polícia Federal para ter acesso ao inquérito, após Garotinho rerpresentar no órgão contra o delegado responsável pelo caso.
- Podemos ter aí tentativas de influência de três órgãos públicos que devem ser investigadas - diz o procurador.
Em ofício encaminhado na noite de sexta-feira à chefia da Delegacia de Defesa Institucional da PF-RJ (Delinst), Madruga ressalta ainda a gravidade dos fatos apontados, “que configurariam um caso explícito de corrupção”.
“Os fatos devem ser apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Publico e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo Magistrado é extremamente grave", diz no pedido de investigação.
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O ex-governador foi preso na quarta-feira em seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio, na Operação Chequinho. Ele é suspeito de coação de testemunhas e compra de votos utilizando-se o Cheque Cidadão, programa de complemento de renda do governo de Campos, onde é secretário de Governo da prefeita Rosinha Garotinho, mulher dele.
Contrariando as determinações médicas, o juiz Glaucenir de Oliveira determinou a tumultuada transferência de Garotinho do Souza Aguiar - onde ficou internado após passar mal no mesmo dia em que foi preso -, para o presídio em Bangu. O Ministério Público do Rio instaurou procedimento para investigar suposto tratamento privilegiado no hospital.
O ex-governador foi levado na quinta-feira à noite para o hospital penitenciário de Bangu, onde permaneceu até a madrugada deste sábado., quando foi transferido para um hospital particular, por meio de determinação de liminar do Tribunal Superior Eleitoral.
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