Juiz diz que Garotinho ofereceu propina para evitar prisão

Juiz diz que Garotinho ofereceu propina para evitar prisão
Procurador pede para PF investigar denúncia do titular da 100ª Zona Eleitoral
 
 
 
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O ex-governador Anthony Garotinho foi preso na Operação Chequinho, que investiga compra de votos em Campos, norte fluminense - Márcia Foletto 16/11/2016 / Agência O Globo
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RIO — A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE/RJ) solicitou à Polícia Federal para que investigue denúncia do juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira, de que o ex-governador Anthony Garotinho e o filho dele Wladimir Matheus teriam oferecido R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, para influenciar o magistrado e evitar a prisão do ex-governador. O relato foi feito à Procuradoria Eleitoral pelo próprio juiz, que decretou a prisão do ex-governador e determinou a transferência dele do Hospital Municipal Souza Aguiar para o hospital penitenciário do Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu.
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Garotinho é transferido de presídio para hospital particular De acordo com o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, o magistrado relatou que intermediários do ex-governador procuraram pessoas próximas dele para oferecer o dinheiro.
- Foram duas propostas: uma de R$ 1,5 milhão e outra de R$ 5 milhões.
Ainda segundo Madruga, as propostas de propina foram feitas há cerca de um mês, e o juiz resolveu fazer a denúncia agora para preservar as investigações e a operação.
O advogado de Garotinho, Fernando Augusto Fernandes, nega as acusações e informou que vai representar contra o juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazespelo pelo crime de denunciação caluniosa.
"As atitudes do juiz, as cenas grotescas da semana passada e o abuso de autoridade merecem resposta unicamente jurídica. E o juiz irá responder criminalmente por denunciação caluniosa, previstos no Artigo 339", diz o advogado em nota.
O procurador ressalta que essa não é a única tentativa de interferência nas investigações da Operação Chequinho, sobre uso do programa Cheque Cidadão na compra de votos em Campos, que está sendo investigada. A procuradoria apura também ameaça a um procurador eleitoral de Campos que participava das investigações. Madruga ressalta, porém, que a amaeaça ainda está sendo investigada sob sigilo e não pode ser atribuída a Garotinho.
Ele também enviou ofício à Polícia Federal solicitando explicações sobre o pedido feito pela Corregedoria da Polícia Federal para ter acesso ao inquérito, após Garotinho rerpresentar no órgão contra o delegado responsável pelo caso.
- Podemos ter aí tentativas de influência de três órgãos públicos que devem ser investigadas - diz o procurador.
Em ofício encaminhado na noite de sexta-feira à chefia da Delegacia de Defesa Institucional da PF-RJ (Delinst), Madruga ressalta ainda a gravidade dos fatos apontados, “que configurariam um caso explícito de corrupção”.
“Os fatos devem ser apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Publico e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo Magistrado é extremamente grave", diz no pedido de investigação.
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O ex-governador foi preso na quarta-feira em seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio, na Operação Chequinho. Ele é suspeito de coação de testemunhas e compra de votos utilizando-se o Cheque Cidadão, programa de complemento de renda do governo de Campos, onde é secretário de Governo da prefeita Rosinha Garotinho, mulher dele.
Contrariando as determinações médicas, o juiz Glaucenir de Oliveira determinou a tumultuada transferência de Garotinho do Souza Aguiar - onde ficou internado após passar mal no mesmo dia em que foi preso -, para o presídio em Bangu. O Ministério Público do Rio instaurou procedimento para investigar suposto tratamento privilegiado no hospital.
O ex-governador foi levado na quinta-feira à noite para o hospital penitenciário de Bangu, onde permaneceu até a madrugada deste sábado., quando foi transferido para um hospital particular, por meio de determinação de liminar do Tribunal Superior Eleitoral.



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