Com base no caso Wencin, MPE investiga possíveis privilégios em alvarás para postos

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Promotoria instaurou inquérito para apurar se Prefeitura de Palmas estaria dando tratamento desigual a empresários do setor
Da Redação

O Ministério Público Estadual (MPE) está investigando possível tratamento desigual da Prefeitura de Palmas na concessão de alvará para a instalação e funcionamento de posto de abastecimento de combustível na Capital. Inquérito civil para a apuração foi instaurada nessa quinta-feira, 7, com base em mandado de segurança envolvendo o empresário Wenceslau Leobas, o Wencin, assassinado em janeiro.

Conforme o MPE, Wencin, desde dezembro de 2013, buscava a regularização de uma área na rodovia TO-050, entre Palmas e Taquaralto, próximo à Universidade Católica, onde seria construído um posto de combustível. Diante da recusa por parte da prefeitura, a família do empresário teve que impetrar o mandado de segurança para obter a carta de anuência.

A Justiça determinou que o prefeito Carlos Amastha (PSB) atenda o pedido da família, lembra o MPE, apesar de documentos comprovarem que a Procuradoria-Geral do Município (PGM) e o Instituto de Planejamento Urbano de Palmas (IMPUP) manifestaram-se favoráveis à reivindicação de Wencin.

De acordo com a Promotoria, o que chamou a atenção do MPE foi o fato de que em situações idênticas ao pedido de Wenceslau, o prefeito de Palmas concedeu a autorização para o desmembramento. Entre 2013 e 2015, três novos empreendimentos na Capital receberam a anuência do chefe do Poder Executivo Municipal. "Há, ainda, a notícia de supressão dolosa de documentos do processo administrativo de Wenceslau que tramitava na Prefeitura Municipal”, afirma o MPE.

No inquérito civil também será analisado eventual descumprimento de ordem judicial pelo prefeito de Palmas, que, apesar de ter anunciado, ainda não teria concedido a documentação aos familiares do empresário Wenceslau Leobas, conforme o MPE.

Homicídio
Em janeiro de 2016, Wenceslau foi assassinado em um posto de combustível de sua propriedade, localizado em Porto Nacional. Na esfera penal o Ministério Público Estadual denunciou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindiposto), Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, como mandante do crime.

Interceptações telefônicas autorizadas e depoimentos de testemunhas mostrariam que a vítima não fazia parte do Sindiposto e não haveria concordado com o alinhamento de preço dos combustíveis.

Para o MPE, esses fatos teriam motivado a morte do empresário, uma vez que iam de encontro aos interesses do presidente do Sindiposto que, segundo a denúncia, possui uma área também destinada a um posto de combustível, localizada em frente à área mencionada, de propriedade da vítima.

Após decisão
Depois da decisão de o juiz Rodrigo da Silva Perez Araújo, da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas, determinar no dia 22 o cumprimento da liminar concedida por ele em abril e multar o prefeito Carlos Amastha em R$ 150 mil, a prefeitura anunciou que concederia à família de Wencin a anuência para a construção do posto.

“Em respeito à sentença judicial favorável à instalação do empreendimento no setor, o Município irá confirmar a sua posição anterior também favorável, independentemente de aguardar os debates do Plano Diretor sobre a Zona de Influência da Rodovia já em andamento”, disse trecho da nota do município no dia 22.

Segundo a nota, o Executivo municipal “nunca foi contra” a instalação do posto de combustível.

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