PALMASAQUI - A Prefeitura de Palmas disse, em nota, que "nunca foi contra a instalação do Posto Tiúba na Zona de Influência da rodovia TO-050, porém havia solicitado a anuência em razão do IMPUP (Instituto de Planejamento Urbano de Palmas) recomendar primeiramente a discussão do Plano Diretor naquele setor, com a participação da população, sociedade civil organizada e demais instituições, o qual aliás já está em andamento".
A provável construção de filial de um posto de combustível às margens da TO-50 foi determinada pela Justiça e envolve um crime de homicídio pela não instalação do posto no local. O assassinato ocorreu na cidade de Porto Nacional, no início de 2016, causando grande comoção na comunidade local. Teria sido motivado por interesses financeiros, já que o empresário Wenceslau Gomes, o Wencin, que foi morto, estava instalando um posto de combustíveis em Palmas, onde praticaria preços inferiores aos de seus concorrentes, entre os quais está o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto), Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, acusada pelo Ministério Público (MP) de ser o mandante do crime (
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A nota da prefeitura veio após o juiz Rodrigo da Silva Perez Araújo, da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas, confirmar, nessa quarta-feira (22), a liminar concedida por ele no dia 18 de abril pela qual determinou que o prefeito Carlos Amastha (PSB) e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável e Fundação de Meio Ambiente, José Messias, aprovem o desmembramento de uma área às margens da TO-050, para a construção de filial de posto de combustível. A decisão atendeu mandado de segurança impetrado da família de Wencin (
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Segundo a nota da prefeitura, "o Município também já havia esclarecido por diversas vezes à família que era a favor do empreendimento, e que havia enviado à Câmara o projeto de lei nº 05/2016 para quebra do possível cartel na cidade, e tão logo finalizado os debates do Plano Diretor no setor, brevemente ocorreria a liberação".
"A propósito, os técnicos em Urbanismo e Meio Ambiente, também haviam alertado que outras áreas próximas à zona de influência da rodovia TO-050 deveriam ser analisadas cuidadosamente, para evitar possível explosão demográfica desordenada em detrimento da ocupação dos imensos vazios urbanos em nosso plano diretor, além da existência de mananciais e nascentes", diz.
"Porém, agora em respeito à sentença judicial favorável à instalação do empreendimento no setor, o Município irá confirmar a sua posição anterior também favorável, independentemente de aguardar os debates do Plano Diretor sobre a Zona de Influência da Rodovia já em andamento".
Morte de empresário
Ligações telefônicas feitas pela Polícia Civil do Tocantins apontam o suposto envolvimento de um empresário de Palmas em cartel de combustíveis no Tocantins. A polícia grampeou o celular do presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto), Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, por um mês.
Conhecido como Duda, ele é investigado por comandar o cartel. Em uma das conversas, Pereira fala com Neizimar Cabral (a quem chama de Leidimar), chefe de fiscalização do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Tocantins, e chega a ameaçar um dos fiscais.
Eduardo: Meu irmão! Tá tendo uma fiscalização lá em Porto Nacional, novamente nos meus postos.
Neizimar: Sim.
Eduardo: Eu tô falano. Esse cara não vai fechar meu posto! Eu vô lá e rebento com esse cara!
Neizimar: Duda!
Eduardo: Eu rebento com esse cara!
Leidimar: Eu acho que não precisa tudo isso.
Eduardo: Eu rebento com esse cara se ele fechar meu posto.
O chefe do Inmetro respondeu que iria trocar o fiscal.
Neizimar: Eu não posso chegar pro cara. Não faça isso!
Eduardo: Tá bom!
Neizimar: A única coisa que eu posso te garantir é que ele não vai mais no seus postos. Eu vou mudar o fiscal, para evitar esse transtorno.
O presidente do Sindiposto também foi denunciado pela morte do empresário Venceslau Gomes Leobas, de 77 anos. De acordo com as investigações, Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, que estão presos, já teriam recebido R$ 60 mil pelo assassinato do idoso. Leobas era dono de uma rede de postos de combustível no Tocantins. O crime aconteceu em janeiro deste ano, em Porto Nacional, a que fica 52 quilômetros de Palmas. A polícia informou que o pagamento pelo crime continua sendo feito, aos poucos, dentro da cadeia. E que as famílias deles recebem mesadas.
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