Especial Lava Jato: O labirinto da Operação
Especial Lava Jato: O labirinto da Operação
Especial apresenta o histórico das investigações, seus impactos políticos e econômicos e a relação estabelecida entre os meios do comunicação e o Judiciário
Da Redação
Enquanto as investigações da Operação Lava Jato continuam rendendo notícias na mídia, prisões preventivas, inúmeras delações premiadas e uma lista de políticos e empresários envolvidos que só aumenta, a Caros Amigos publica uma edição especial para abordar o tema e aprofundar nas questões jurídicas e econômicas da Operação. "Lava Jato: o labirinto da investigação"está nas bancas de todo o Brasil e na loja virtual e reúne reportagens, artigos e uma entrevista com o jurista Celso Bandeira de Mello, que afirma categoricamente que a condução da investigação e o uso de suas informações servem para "pegar o Lula". Apontamos também a relação que foi estabelecida entre o corpo das investigações e a mídia com o vazamento seletivo de informações que, como vemos diariamente nos jornais, tem alvo bem definido.
EDITORIAL
Encruzilhada
Abordar a Operação Lava Jato em um especial foi uma árdua tarefa. Ao mesmo tempo em que as ações da Polícia Federal continuavam acontecendo, as movimentações dentro do Congresso, desencadeadas pelas investigações, tomavam corpo a cada dia. A controversa Operação, personificada no juiz Sérgio Moro e outros personagens, é abordada nesta edição especial por advogados, juristas e cientistas políticos, com o cuidado de estarmos tratando de uma investigação em curso, condenações e sentenças ainda não resolvidas. Além disso, a reportagem enfrentou ainda o receio de profissionais das leis em falarem, seja por preocupações éticas ou medo de retaliações, afinal, o Judiciário e suas demandas vão continuar após o fim da Lava Jato.
Entre tantas prisões preventivas, delações premiadas, empresários e políticos envolvidos e cifras astronômicas de desvios de recursos, buscamos mostrar o labirinto da Operação, que se desdobra em múltiplos aspectos, os políticos, econômicos e, claro, os criminais, até onde foi possível, já que boa parte dos processos estão sob segredo de Justiça. No campo jurídico, o excesso de prisões preventivas e a busca incessante pelas delações são criticadas por juízes e advogados que afirmam ser tática que fere a própria Constituição e o instituto da delação. Na economia, os impactos ocorrem ao atingir praticamente todo o setor de petróleo e empresas da construção civil, que tiveram atividades interrompidas ou reduzidas e já demitiram milhares de pessoas. E, como sempre, a grande mídia, aproveitando os aspectos políticos da Operação, adota o lado de um grupo que comanda o País usando de seu poder econômico e manipula informações por meio de vazamentos seletivos, além de omitir fatos importantes, a fim de resguardar alguns nomes e partidos ligados à burguesia e oligarquias.
A situação também atinge movimentos populares e toda a história de luta da esquerda, que certamente tem um papel fundamental na contraposição aos ataques e avanços da direita. Um desses ataques está ligado à Lava Jato, o de Eduardo Cunha, que na Câmara abusa de manobras para retardar sua investigação e cassação e impor o impeachment de Dilma Rousseff, que certamente refletiria nas campanhas eleitorais de 2016 e 2018. Neste labirinto de interesses políticos e econômicos, o País vive em uma encruzilhada da qual nossas instituições republicanas poderão sair amadurecidas ou, do contrário, esvaziadas, o que faria vítima a nossa jovem democracia.
SUMÁRIO
REPORTAGENS
LAVA JATO
04 - O labirinto das investigações. Por Lilian Primi
JUDICIÁRIO
10 - Quando punir é mais importante que a legalidade. Por Igor Carvalho
ALINHAMENTO
14 - Operação canaliza ideário oposicionista da mídia. Por José Eduardo Bernardes
CRISE
17 - Dançando no escuro. Por Maria Mello
EFEITOS
20 - A contaminação da economia. Por Gisele Brito
ENTREVISTA
24 - Celso Bandeira de Mello: “Querem pegar o Lula”. Por Aray Nabuco, Lilian Primi e Lúcia Rodrigues
ARTIGO
MOVIMENTOS
30 - A luta pela reforma política democrática. Por Guilherme Boulos e Fernando Marcelino
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