RENAN E A GUERRA DE TITÃS DO FISIOLÓGICO PMDB-A GUERRA DA MENTIRA.TSUNAMI DE CORRUPÇÃO
Presidente do Senado usa artimanha na aprovação de pedido para que órgão apure decretos do vice
PUBLICADO EM 18/12/15 - 04h00
Brasília. O embate entre Renan Calheiros e Michel Temer, que antes estava restrito à troca de críticas, se “materializou”. Sem alarde, o presidente do Senado atuou na tarde desta quinta para aprovar um requerimento que determina uma auditoria do Tribunal de Contas de União (TCU) em sete decretos assinados pelo vice-presidente da República para abertura de crédito ao Orçamento da União.
O caso pode dar subsídio para um pedido de impeachment contra Temer, pois a peça que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo lista decretos com a mesma característica como atos que ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O caso dos decretos de Temer veio à tona após uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” no último dia 8. O requerimento de auditoria contra Temer foi apresentado pelo líder da minoria, Alvaro Dias (PSDB-PR). Ao ler o pedido em plenário, Renan não detalhou a justificativa onde constava o nome de Temer. Em seguida, colocou o texto em votação simbólica. Nenhum senador se posicionou contra, e o pedido foi aprovado.
A ação de Renan é um ataque a Temer, que tem se movimentado nos bastidores para dar andamento ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, assim, assumir seu lugar.
Bate-boca. Renan voltou a criticar nesta quinta o vice-presidente da República, dizendo que, por mais que Michel Temer quisesse ser coronel, ele não conseguiria. A fala faz referência a uma nota assinada pela direção do PMDB, presidido por Temer, e publicada nesta quarta, que rebate as críticas feitas por Renan ao vice-presidente e diz que o partido “não tem dono, mas também não tem coronéis”.
O embate público entre os dois caciques começou após a decisão da Executiva Nacional do PMDB de barrar, sob as bênçãos de Temer, filiações de deputados à sigla. A ala governista do partido pretendia filiar parlamentares contrários ao impeachment de Dilma para que assinassem a lista de recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança da legenda. Mesmo com a manobra da ala de Temer, a tropa governista conseguiu reconduzir o aliado nesta quinta.
“Foi uma demonstração de que, por mais que o Michel quisesse ser coronel, ele não conseguiria. Tem que decidir sobre a vontade das pessoas, não basta distribuir cargo para isso”, disse Renan, em alusão à crítica que já havia feito de que, quando Temer assumiu a coordenação política do governo, atuou mais como um “gestor de recursos humanos”. “Acho que ele errou muito quando assumiu a posição de coordenador do partido e rebaixou o partido ao distribuir cargos”.
Filme de terror. Renan cogitou enviar uma carta a Temer com as críticas. Ele mostrou aos colegas um esboço do que pretendia escrever: sugerir ao vice que, se perdesse o cargo, poderia pensar em outros empregos, como “mordomo de filme de terror ou carteiro”. A expressão foi cunhada em 1999 por Antonio Carlos Magalhães (já falecido), que, em um embate com o hoje vice-presidente, disse que ele não o impressionava com “sua pose de mordomo de filme de terror”.
A referência a carteiro seria uma alusão à carta que o vice endereçou a Dilma Rousseff reclamando de falta de confiança.
Golpista
Negativa. Em entrevista ao jornal “O Globo” feita na última terça e divulgada nesta quinta, Temer disse que é uma “insanidade” dizer que ele é “golpista ou conspirador” e negou defender o impeachment.
Presidente agradece tom “desafiador”
Brasília. A presidente Dilma Rousseff agradeceu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por ter desafiado o vice Michel Temer, que, na avaliação do governo, faz movimentos escancarados em defesa do impeachment. Dilma chamou Renan e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para um almoço nesta quinta no Palácio do Alvorada.
A petista também gostou de ver Renan dizer em público que Temer tem responsabilidade pelo agravamento da crise porque, ao assumir a articulação política do Planalto, em abril, “ficou preocupado apenas com a distribuição de cargos” para o PMDB.
Brasília. A presidente Dilma Rousseff agradeceu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por ter desafiado o vice Michel Temer, que, na avaliação do governo, faz movimentos escancarados em defesa do impeachment. Dilma chamou Renan e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para um almoço nesta quinta no Palácio do Alvorada.
A petista também gostou de ver Renan dizer em público que Temer tem responsabilidade pelo agravamento da crise porque, ao assumir a articulação política do Planalto, em abril, “ficou preocupado apenas com a distribuição de cargos” para o PMDB.
Estratégia
Mobilização. Na estratégia de Picciani para retomar a liderança da bancada peemedebista na Câmara, o PMDB do Rio de Janeiro teve um papel importante. O governador fluminense Luiz Fernando Pezão e o prefeito carioca Eduardo Paes, ambos peemedebistas, abriram mão de dois secretários, que retomaram suas cadeiras de deputados em Brasília para assinar a nova lista de adesão a Picciani.
Temporário. Após a vitória, Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, voltará ao posto de Secretário de Estado de Esporte, e Pedro Paulo deve se licenciar novamente da Câmara para reassumir a Secretaria de Governo de Paes.
Mobilização. Na estratégia de Picciani para retomar a liderança da bancada peemedebista na Câmara, o PMDB do Rio de Janeiro teve um papel importante. O governador fluminense Luiz Fernando Pezão e o prefeito carioca Eduardo Paes, ambos peemedebistas, abriram mão de dois secretários, que retomaram suas cadeiras de deputados em Brasília para assinar a nova lista de adesão a Picciani.
Temporário. Após a vitória, Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, voltará ao posto de Secretário de Estado de Esporte, e Pedro Paulo deve se licenciar novamente da Câmara para reassumir a Secretaria de Governo de Paes.
Picciani reassume liderança
Brasília. Após uma tumultuada checagem de assinaturas, o deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi restituído nesta quinta à liderança do PMDB na Câmara com o apoio do Palácio do Planalt. O peemedebista protocolou na secretaria geral da Mesa Diretora um abaixo-assinado com o apoio de 36 dos 69 integrantes da bancada do partido para retornar ao cargo. Em movimento articulado pelo vice-presidente Michel Temer, ele havia sido destituído na semana passada e substituído pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), apoiado pela ala do partido favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para oficializar o retorno de Picciani ao posto, a secretaria geral teve de checar a autenticidade das assinaturas, o que foi feito sob clima de tensão e confusão. O órgão não queria reconhecer a autorização dos deputados Vitor Valim (CE), Jéssica Alves (AC) e Lindomar Garçon (RO), que haviam assinado o abaixo-assinado anterior que levou Quintão ao posto.
Para solucionar o problema, aliados de Picciani fizeram força-tarefa para convocar os três a comparecer pessoalmente à secretaria, imbróglio que durou quase duas horas. No período, além do corre-corre de assessores e aliados de Picciani, deputados governistas acusaram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de atuar com Micher Temer para obstruir o processo.
“Lamentamos o desserviço que Michel Temer está prestando ao país. O Eduardo Cunha está fazendo tabelinha com o vice-presidente para cometer todas as aberrações possíveis”, criticou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE).
Ao todo, Picciani conseguiu reverter o voto de sete deputados que haviam apoiado Quintão. O Palácio do Planalto ameaçou cortar cargos e reverter acordos caso eles não apoiassem o retorno do parlamentar carioca.
Reação. Em uma contraofensiva, aliados de Quintão, que permaneceu no posto por oito dias, já se mobilizam para apresentar uma nova lista que o reconduza ao posto. “Eu vejo isso como um equívoco. Nós demos um passo importante para acabar com esse procedimento que é ruim para o partido. Em fevereiro, teremos eleição direta, e quem quiser poderá disputar para ser eleito no voto”, disse Picciani.
Brasília. Após uma tumultuada checagem de assinaturas, o deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi restituído nesta quinta à liderança do PMDB na Câmara com o apoio do Palácio do Planalt. O peemedebista protocolou na secretaria geral da Mesa Diretora um abaixo-assinado com o apoio de 36 dos 69 integrantes da bancada do partido para retornar ao cargo. Em movimento articulado pelo vice-presidente Michel Temer, ele havia sido destituído na semana passada e substituído pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), apoiado pela ala do partido favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para oficializar o retorno de Picciani ao posto, a secretaria geral teve de checar a autenticidade das assinaturas, o que foi feito sob clima de tensão e confusão. O órgão não queria reconhecer a autorização dos deputados Vitor Valim (CE), Jéssica Alves (AC) e Lindomar Garçon (RO), que haviam assinado o abaixo-assinado anterior que levou Quintão ao posto.
Para solucionar o problema, aliados de Picciani fizeram força-tarefa para convocar os três a comparecer pessoalmente à secretaria, imbróglio que durou quase duas horas. No período, além do corre-corre de assessores e aliados de Picciani, deputados governistas acusaram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de atuar com Micher Temer para obstruir o processo.
“Lamentamos o desserviço que Michel Temer está prestando ao país. O Eduardo Cunha está fazendo tabelinha com o vice-presidente para cometer todas as aberrações possíveis”, criticou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE).
Ao todo, Picciani conseguiu reverter o voto de sete deputados que haviam apoiado Quintão. O Palácio do Planalto ameaçou cortar cargos e reverter acordos caso eles não apoiassem o retorno do parlamentar carioca.
Reação. Em uma contraofensiva, aliados de Quintão, que permaneceu no posto por oito dias, já se mobilizam para apresentar uma nova lista que o reconduza ao posto. “Eu vejo isso como um equívoco. Nós demos um passo importante para acabar com esse procedimento que é ruim para o partido. Em fevereiro, teremos eleição direta, e quem quiser poderá disputar para ser eleito no voto”, disse Picciani.
Ministros
Ofensiva. Picciani contou com a força-tarefa dos ministros do partido: Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Helder Barbalho (Portos).
Ofensiva. Picciani contou com a força-tarefa dos ministros do partido: Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Helder Barbalho (Portos).
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