Preso na Lava Jato, amigo de Lula pede liberdade ao STF

Preso na Lava Jato, amigo de Lula pede liberdade ao STF

Defesa do pecuarista José Carlos Bumlai alega que pedido de prisão não se justifica porque 'Lula não tem se mostrado nem um pouco solidário com o companheiro'

Por: Laryssa Borges, de Brasília - Atualizado em 
O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai é escoltado por policiais federais enquanto deixa o Instituto de Ciência Forense em Curitiba (PR) - 24/11/2015
O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai é escoltado por policiais federais enquanto deixa o Instituto de Ciência Forense em Curitiba (PR) - 24/11/2015(Rodolfo Buhrer/Reuters)
Amigo do ex-presidente Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai apresentou nesta segunda-feira pedido de liberdade do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou o que considera uma "exacerbada deferência a Lula" para justificar seu decreto de prisão assinado pelo juiz Sergio Moro. Bumlai foi detido no último dia 24 e, segundo Moro, utilizava o nome de Lula para obter benefícios e contratos. O empresário e o petista são amigos íntimos desde 2002, quando foram apresentados pelo então governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT. Oficialmente, o ex-presidente não é investigado no petrolão, mas a cada dia pessoas próximas do petista - de ex-ministros a amigos pessoais - são envolvidas nas apurações da força-tarefa da Lava Jato e presas por ordem do juiz Sergio Moro.
No pedido de liberdade enviado ao STF, a defesa do pecuarista contesta a interpretação de que ele poderia atrapalhar as investigações ou utilizar contatos políticos como o próprio Lula para ser beneficiado judicialmente. "Não é possível compreender por qual motivo o paciente conseguiria influenciar as autoridades utilizando o nome do amigo que está sob notório risco, malgrado esse namoro da jibóia com o boi. Também não foi dito, na decisão, no que consiste, concretamente, esse pressentimento. Aliás, se essas autoridades lerem os jornais, inferirão que Lula não tem se mostrado nem um pouco solidário com o companheiro", alegam os advogados do empresário.
Bumlai é suspeito de ter atuado diretamente em um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras para operação do navio sonda Vitoria 10000. A transação só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras, ao próprio pecuarista e ao PT. A exemplo do escândalo do mensalão, o pagamento de dinheiro sujo foi camuflado a partir da simulação de um empréstimo no valor de 12,17 milhões de reais, cuja quitação, também fraudada, teria ocorrido em 2009. "Não se pode perder de vista que o fato criminoso ao qual é atribuída a necessidade de prisão preventiva ter-se-ia consumado há mais de 6 anos. Houvesse alguma ameaça à ordem pública, ela já teria ocorrido, e não existe nenhum indicativo concreto de que o paciente reiterou práticas criminosas ou ameaçou a paz social", diz a defesa.
"Tudo o que se fala contra ele aconteceu há anos, muito antes da deflagração da Operação Lava Jato. Não se fala que Bumlai constrangeu, ameaçou, escafedeu-se ou acobertou. Há apenas conjecturas de que poderia, inquietações de que agiria, devaneios de que obstaria as investigações, num abuso do condicional sem base empírica alguma", completam os defensores do empresário. O pedido de liberdade vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator do petrolão no STF.

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