Paulo Roberto Costa passa para o regime semiaberto devido à delação

07/10/2015 21h47 - Atualizado em 07/10/2015 22h03

Paulo Roberto Costa passa para o regime semiaberto devido à delação

Ex-diretor da Petrobras foi um dos primeiros a fazer acordo com o MPF.
Em troca de penas nas ações da Lava Jato, ele denunciou esquema.

Samuel NunesDo G1 PR
Lava Jato Paulo Roberto Costa depõe à Justiça 02 (Foto: Vagner Rosario/Futura Press)Em 2016, Costa passará ao regime aberto
(Foto: Vagner Rosario/Futura Press)
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já deixou a prisão domiciliar e passou para o regime semiaberto diferenciado. Embora tenha sido condenado em vários processos da Operação Lava Jato, ele foi beneficiado com o acordo de colaboração premiada que celebrou com o Ministério Público Federal. Em troca das penas maiores, ele foi um dos que denunciou o esquema de desvio de recursos da Petrobras.
Segundo advogado João Mestieri, que defende Costa, o ex-diretor já está se adaptando à nova realidade. "Ele já fez o primeiro passeio", contou. Uma das restrições diz respeito aos horários que precisa cumprir. Ele deve voltar para casa todos os dias, no máximo, até as 20h e também não pode sair nos fins de semana. A partir de 1º de outubro de 2016, ele passará ao regime aberto e poderá, inclusive, viajar, desde que tenha autorização judicial.
Foi um carro no nome de Costa que levou a Polícia Federal a mudar o foco das investigações da Lava Jato. Inicialmente, a operação seguia os passos de uma quadrilha de doleiros chefiada por Alberto Youssef. No entanto, pouco antes da prisão do grupo, os policiais encontraram um carro que pertencia a Costa, mas que estava registrado no endereço de Youssef.
Ao ser preso, os policiais acreditavam que Costa era apenas mais um membro da quadrilha ou que tinha usado os serviços deles para lavar dinheiro da empresa que criou após sair da Petrobras, a Costa Global. A empresa de consultoria foi o primeiro elo entre a participação de Youssef no esquema de desvios da Petrobras.
Paulo Roberto Costa foi preso junto com a quadrilha, no início de março de 2014, quando a Lava Jato foi deflagrada. Dias depois, conseguiu um habeas corpus da Justiça, mas voltou a ser preso. Após dois meses na prisão, decidiu colaborar com as investigações e detalhou como funcionava o esquema.
Foi a partir dos depoimentos dele que os policiais desvendaram como funcionava a distribuição de recursos desviados da Petrobras. Empreiteiras que mantinham contratos com a estatal superfaturavam os valores dos serviços que prestavam, por meio de contratos aditivos às obras. Parte dos valores do superfaturamento era usado para pagar propina a diretores da Petrobras e também para abastecer o caixa de partidos políticos, no caso o PT, PMDB e PP.
Costa virou diretor da Petrobras em 2004, por indicação do ex-deputado federal José Janene, morto em 2010. Ele permaneceu no cargo até 2012, quando pediu demissão e abriu a empresa de consultoria.
Janene foi eleito pelo PP do Paraná e também esteve envolvido no escândalo do mensalão. Como revelaria mais tarde o doleiro Alberto Youssef, teria partido de Janene a ideia de usar a estrutura da Petrobras para arrecadar dinheiro para pagar a base aliada do governo na Câmara dos Deputados e no Senado, em troca da aprovação de projetos estratégicos para o governo federal.

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