Revelação tem que importar armas e improvisar treino para chegar a Rio-20168

Revelação tem que importar armas e improvisar treino para chegar a Rio-2016
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Marcelo Laguna
Colaboração para o UOL, em São Paulo
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Aos 23 anos, o mais jovem integrante da seleção brasileira de tiro esportivo precisa driblar as dificuldades de um esporte quase desconhecido no Brasil. Felipe Wu conquistou o ouro no Pan-Americano de Toronto, em julho, e tem praticamente definida sua vaga para a Olimpíada de 2016 (só depende de confirmação da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo). Os títulos custaram muito esforço ao esportista, mas treinar já é um grande desafio.
Mas nem mesmo o alto custo para compra de armas e munições, além de uma burocracia impressionante para a liberação deste material, desanimam a revelação do tiro brasileiro.
"Se eu for mesmo confirmado para as Olimpíadas, sei que haverá pressão por competir em casa, mas farei o meu melhor, dentro das limitações que o país me impõe", explica Wu, que por não contar com patrocinador pessoal, precisa bancar os custos de compra de armas e munição para seus treinos.
Pior mesmo, segundo ele, é enfrentar os trâmites burocráticos toda vez que volta de viagem com alguma arma nova na bagagem. "Só o termo de importação, para autorizar a entrada desta arma no Brasil, demora três meses para ser aprovado", contou o atirador, que também costuma competir na prova de pistola 50 m.
Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, na casa dele, Felipe Wu disse como foi seu início precoce no tiro esportivo, mostra um pouco da sua rotina de treinos, com direito a um estande improvisado em seu quintal, e das dificuldades enfrentadas pela falta de um patrocinador, além do atraso no pagamento do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
Ele já atirava aos 12 anos de idade
A descoberta do tiro esportivo para Felipe Wu aconteceu bem mais cedo do que ocorre com outros atletas. Filho de pais praticantes e instrutores da modalidade, já estava acostumado a frequentar clubes de tiro desde bem pequeno. Aos oito anos, já tinha ensaiado alguns tiros, mas foi aos 12 que a brincadeira começou a ficar mais séria.
"Não é muito normal uma criança começar a praticar tiro tão cedo, mas meu pai sentiu que era aquilo que eu gostaria mesmo de fazer e comprou uma arma de segunda mão. No início, eu encarava tudo como uma grande diversão, mas depois que ganhei meu primeiro Campeonato Sul-Americano na Argentina, quando tinha 15 anos, aí ficou sério", recordou.
Tanta precocidade deu a Felipe Wu a condição de atleta mais jovem da equipe brasileira de tiro esportivo. "A idade média dos atiradores fica entre 35 e 45 anos", diz o atirador paulista, de 23 anos.
Wu treina até quando vê a namorada
Até sua preparação para o Pan-Americano de Toronto, Felipe Wu adotava um sistema "caseiro" para realizar seus treinamentos. Com ajuda do pai, montou um estande de tiro improvisado no quintal de sua casa, no bairro do Itaim (SP), mas com uma distância um pouco menor (7 m) do que a metragem oficial da pistola de ar, que é de 10 metros.
A partir deste mês, porém, ele terá uma nova alternativa para realizar seus treinos. A Hebraica cedeu as instalações de seu estande, que têm as medidas oficiais, para que ele realize parte de sua preparação. "Será ótimo, porque é perto de casa e não perderei muito tempo em deslocamentos. O problema em São Paulo é a distância para os clubes de tiro. Por isso que comecei a treinar em casa", disse o atirador, que em média treina de três a quatro horas por dia.
Aos finais de semana, ele segue com os treinamentos, mas em Curitiba, onde vive a namorada, Rosane Budag, também da seleção brasileira. "O bom é que ela conhece minha rotina e isso facilita muito. Até porque ele tem que treinar também", brinca.
A dedicação só não é total aos treinos porque ele tenta dividir o tempo com o curso 

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