Delator de Cunha deve ficar ‘satisfeito’ por não ter acordo cancelado, diz Moro

Delator de Cunha deve ficar ‘satisfeito’ por não ter acordo cancelado, diz Moro

Juiz da Lava Jato nega ao colaborador Julio Camargo sentença mais leve – ele omitiu informações sobre Eduardo Cunha e José Dirceu nos primeiros depoimentos

Por: Laryssa Borges, de Curitiba - Atualizado em 
O consultor Júlio Camargo que intermediava pagamento de propinas no escândalo do petrolão
O consultor Júlio Camargo que intermediava pagamento de propinas no escândalo do petrolão(Reprodução/VEJA)
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), afirmou, em despacho à defesa do delatorJulio Camargo, que o lobista deve ficar "satisfeito" por não ter seu acordo de colaboração premiada cancelado. Camargo foi condenado a catorze anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, mas a sentença foi convertida para cinco anos em regime aberto porque o réu é colaborador da Justiça. A defesa recorreu da sentença e ouviu, como resposta, que o acordo poderia até ter sido anulado porque o delator "não falou toda a verdade desde o início".
Camargo prestou diversos depoimentos à Justiça e resistiu a revelar, por exemplo, que pagou 5 milhões de dólares em propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O lobista também afirmou tardiamente que pagou 4 milhões de reais em dinheiro sujo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) por meio de uma conta corrente utilizada pelo ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco para pagamentos de propina.
"Júlio Camargo não falou toda a verdade desde o início a este Juízo, não só quanto a Eduardo Cunha mas também quanto a José Dirceu. Embora a omissão seja até compreensível em vista das circunstâncias, deve ficar satisfeito pelo fato deste Juízo não ter reputado quebrado o acordo, mas não cabe conceder a ele os benefícios na modulação máxima prevista no acordo", disse Moro, negando ampliar os benefícios do delator e rever a pena fixada na sentença. "Não cabe maior redução da pena. Já foi concedido na prática benefício elevado ao acusado, escapando ele da pena privativa de liberdade", afirmou.
A nova versão de Julio Camargo envolvendo o deputado Eduardo Cunha levou o parlamentar a questionar a legitimidade dos depoimentos do colaborador junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha abriu a fila de políticos denunciados no escândalo do petrolão por suspeitas de receber dinheiro sujo a partir de fraudes em contratos com a Petrobras..

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