Coordenadora do Cimi afirma que Apinajés também podem desistir dos Jogos Mundiais Indígenas
Coordenadora do Cimi afirma que Apinajés também podem desistir dos Jogos Mundiais Indígenas
Seminário para discutir todas as pautas das etnias e o evento de Palmas será realizado no Colégio Marista na quarta e quinta-feira
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Após a decisão da comunidade Krahô de não participar dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, o CT ouviu a coordenadora tocantinense do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Laudovina Pereira, que afirmou que a posição da etnia fortaleceu o debate sobre o evento e garantiu que existem outras etnias que “não vão participar” da competição, mas não se manifestaram oficialmente.
De acordo com Laudovina Pereira, os indígenas são críticos ao evento e condenam as prioridades da União. “Só comparar o valor reservado aos Jogos Mundiais para a demarcação das terras indígenas, por exemplo. O governo não pode fazer este evento em meio a tantos conflitos”, disse a coordenadora do Cimi, acrescentando ainda que o Executivo “não abriu espaço para conversar com os povos”.
Foto: Internet |
Laudovina: os indígenas irão aproveitar a mídia internacional para mostrar “o outro lado dos Jogos” |
Até a organização dos Jogos Mundiais Indígenas foi criticado. Laudozina Pereira questiona a limitação da participação. A coordenadora do Cimi afirma que o JMI convidou apenas poucos membros de cada etnia, e algumas tribos sequer foram convidadas, citando como exemplo os Krahô-Kanela.
Laudozina Pereira avaliou que o evento internacional não irá trazer qualquer benefício aos indígenas. “Quem mais vai ganhar com os jogos é a cidade de Palmas, não os povos. Existe o lado importante da interação, mas o evento não permitirá que a sociedade discuta temas importantes dos indígenas”, disse.
Conscientização da questão indígena
Apesar disso, a coordenadora do Cimi afirma que os indígenas irão aproveitar a mídia internacional para mostrar “o outro lado dos Jogos”. “Vão produzir material em inglês para possibilitar que o mundo veja a questão dos indígenas”, explica Laudovina Pereira, citando que temas como a paralisação das demarcações de terras e os projetos no Congresso Nacional que agridem direitos dos povos serão abordados.
“O que tenho mais escutado [dos índios] é que a participação não são dos povos, mas para divulgar a cidade de Palmas, a Capital do Tocantins. Será um grande evento e Palmas tem que se sair bem”, afirmou.
Debate
Por fim, Laudovina Pereira destacou a realização de seminário em Palmas para discutir todas as pautas indígenas e a realização dos Jogos Mundiais. O evento será realizado no Colégio Marista, na quarta, 23, e quinta-feira, 24.
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