Kátia faz “faxina” nos cargos do PMDB no ministério; meta principal é tirar apadrinhados de Eduardo Cunha

O jornal O Estado de S.Paulo destacou que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, iniciou na terça-feira, 6, uma “faxina” em cargos ocupados por apadrinhados políticos do PMDB, especialmente aqueles indicados pelo líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Segundo o jornal, a tocantinense decidiu levar técnicos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para o ministério depois de ter ficado claro que ela não tinha o apoio do PMDB para o cargo.O Estadão disse que isso ficou evidente pela ausência de peemedebistas graduados na posse de Kátia na segunda-feira, 5.

Ainda segundo o jornal, a ministra deu prioridade ao comando da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). Algumas medidas tomadas pelo órgão chegaram a ser consideradas benéficas ao frigorífico JBS, dono da marca Friboi - alvo de críticas de Kátia no Senado e que trabalhou contra a nomeação dela na Agricultura.

O novo chefe da secretaria será Décio Coutinho, que é atualmente assessor técnico da CNA. Ele substituirá Rodrigo Figueiredo, indicado por Eduardo Cunha para a pasta. Sob a gestão de Coutinho, a secretaria, conforme O Estadão, teria tomado uma série de medidas que beneficiaram o JBS.

RELAÇÕES NADA BOAS

A relação de Kátia com Eduardo Cunha não é das melhores. Primeiro porque, no embate dos “Autênticos” com o grupo do deputado federal Júnior Coimbra, no ano passado, pela disputa do PMDB regional, o líder do partido na Câmara ficou ao lado do parlamentar.

Em entrevista ao blog, na época, Eduardo Cunha chegou a dizer que foi contra a filiação de Kátia Abreu ao PMDB. "Tenho discordâncias pessoais com a senadora e também pelo fato de ela ter vindo e ter deixado o filho em outro partido", criticou, na ocasião, numa referência ao deputado federal Irajá Abreu, que assumiu o comando do PSD no Tocantins, partido a que pertencia a ministra.