Marcelo Miranda propõe “deixar de lado as diferenças” e destaca a “obrigação” de “resgatar os compromissos de campanha”

Marcelo Miranda propõe “deixar de lado as diferenças” e destaca a “obrigação” de “resgatar os compromissos de campanha”

Na sessão solene de diplomação, governador eleito fala em “perdoar os algozes”: “Meu coração não armazena ódio”
Luís Gomes
Da Redação
O governador eleito Marcelo Miranda (PMDB), na cerimônia de diplomação realizada na tarde desta sexta-feira, 19, no Plenário do Tribunal de Justiça, afirmou em pronunciamento que o “agrada” poder “perdoar os algozes”. Na sessão solene, o peemedebista, responsável por falar em nome dos diplomados, destacou a “obrigação” de “resgatar os compromissos de campanha”.

Inicialmente, Marcelo Miranda cumprimentou os magistrados que compuseram a mesa de honra da solenidade e elogiou o trabalho realizado pela Corte no processo eleitoral. Em seguida, o peemedebista afirmou que os políticos eleitos tem “consciência das obrigações”. “Nosso dever de fazer o bem ao Tocantins e ao Brasil.”

"Meu coração não armazena ódio"
No pronunciamento, Marcelo Miranda disse não “querer lembrar” do “sofrimento e das angústias” que teria sofrido durante o processo eleitoral e que seria de conhecimento “do Pleno e do povo”. O governador eleito acrescentou ainda que o “agrada perdoar os algozes”. “Meu coração não armazena ódio”, disse o peemedebista, citando Martin Luther King, Nelson Mandela e Mahatma Gandhi como personalidades que o inspiram.

O governador eleito ainda elencou a diplomação como “um dia histórico”. “Pelo fato de testemunhar a Justiça Eleitoral respaldar a vontade do povo do nosso Estado. Posso afirmar que todos nós eleitos temos a obrigação e indeclinável dever de resgatar todos os nossos compromissos de campanha”, considerou.

Por fim, Marcelo Miranda propôs “deixar de lado as diferenças” dos embates políticos e novamente cumprimentou o Tribunal Regional Eleitoral. “Quero enaltecer e reconhecer o trabalho desta egrégia corte, se manteve de maneira séria e isenta”.

Justiça Eleitoral
Responsável por representar a Corte da Justiça Eleitoral, a presidente do Pleno, Jaqueline Adorno, exaltou em pronunciamento o processo eleitoral do País. “A democracia brasileira é referência em todo mundo, e no Tocantins é especial. A grande maioria dos colaboradores é voluntária”, destacou. A magistrada também agradeceu ao Exército, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. “Proporcionamos tranqüilidade e segurança ao eleitor”.

Cerimônia
A sessão solene realizada no Pleno do Tribunal de Justiça do Tocantins diplomou todos os candidatos eleitos e os suplentes dos respectivos cargos. O único político não creditado foi o suplente de deputado estadual Stálin Bucar (SD). Jaqueline Adorno informou que a ausência do atual parlamentar foi justificado.

Além do governador eleito Marcelo Miranda, da senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB); dos oito deputados federais e 24 estaduais, também foram diplomados 15 suplentes para a Assembleia Legislativa; 15 suplentes da Câmara Federal, e os dois suplentes de senador.

Os diplomados para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa foram chamados por ordem crescente de número de votos.

Dificuldades enfrentadas por Marcelo
Marcelo Miranda enfrentou diversas etapas para voltar ao posto que deixou em 2009, após ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por Recurso Contra Expedição de Diploma (Rced), movido pela extinta União do Tocantins e pelo ex-governador Siqueira Campos (PSDB).

A decisão do TSE tornou o peemedebista inelegível a partir do dia 1º de outubro de 2006, e assim, Marcelo Miranda não pode assumir a vaga ao Senado Federal ao qual foi eleito em 2010. Vicentinho Alves (SD) foi quem assumiu a cadeira em seu lugar.

Disputa interna
Marcelo Miranda, liderando o grupo denominado “Autênticos”, enfrentou a crise interna do PMDB, quando disputou a legenda e a candidatura com o grupo do deputado federal Júnior Coimbra – que não foi reeleito nestas eleições -, que era presidente do PMDB e decidiu apoiar os candidatos a prefeito do Palácio Araguaia, em 2012, em Palmas - Marcelo Lelis, que foi vice do peemedebista até ter o registro negado pelo TSE - e em Araguaína - Ronaldo Dimas (PR).

Desde então o PMDB travou uma guerra interna, de inúmeras disputas judiciais e políticas, que só terminaram no dia 18 de junho, com uma intervenção da executiva nacional do partido, que homologou o nome de Marcelo Miranda para o governo e de Kátia Abreu para o Senado.

Decreto legislativo
O último obstáculo de Marcelo Miranda para conseguir a candidatura ao Palácio Araguaia nestas eleições foi a rejeição de suas contas de 2009 como governador, pela Assembleia Legislativa. O peemedebista conseguiu decisão liminar que suspendeu os efeitos do decreto legislativo. O Tribunal de Justiça entendeu que a Casa de Leis descumpriu a Constituição Estadual por não ter votado a matéria em dois turnos.

O ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral, ao deferir a candidatura de Marcelo Miranda no dia 11 de setembro, destacou a decisão liminar do TJ do Tocantins que suspendeu o decreto legislativo e argumentou que sua cassação em 2009 venceria no dia 1º de outubro, e assim, estava elegível. O parecer foi acompanhado por todo o Pleno. A mesma interpretação fez o TRE do Tocantins em 5 de agosto.

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