A semana difícil vivida pela campanha governista parece estar perto de acabar com o retorno do governador à Palmas nesta quinta-feira, depois de três dias de intensa movimentação em Gurupi, no Sul do Estado.
A programação é para que o mês de julho termine com a inauguração hoje, quinta-feira, 31, do comitê central de campanha.
Os primeiros carros plotados já chamam atenção nas ruas, mas desta vez, diferente das duas últimas campanhas do staff governista, o material não foi confeccionado na Art & Vídeo, do siqueirista de carteirinha, Armando Castro.
A entrada em campo da “turma do Sandoval”, que na prática significa outra turma, que não a de Siqueira e Eduardo, já está mexendo em estruturas antigas. É Joaquim Júnior, por exemplo, quem decide os fornecedores da campanha. E daí pode vir problema nos próximos dias para Sandoval, com Armando.
Inconformado, segundo conta nos bastidores, por aguardar quatro anos para receber dívidas antigas, de 2010 e 2012, o empresário está de malas prontas para aderir ao PMDB de Marcelo Miranda.
A turma do “deixa disso” entrou em campo nos últimos dias, mas desta vez nem Darci Coelho está conseguindo reverter a perda. Para complicar, Armando Castro era pré-candidato a deputado estadual. Mais um retirado da disputa por Eduardo Siqueira, para não atrapalhar o novo começo.
Sua adesão deve significar o apoio de uma leva de lideranças, vereadores e até prefeitos.
Pano rápido.
Números ruins no Sul, motivaram três dias em Gurupi
O governador volta do sul do Estado após três dias de movimentação determinada pelo marketing da campanha diante dos números. Gurupi e região são hoje o pior resultado de Sandoval no interior.
A agenda - das sete da manhã à meia noite segundo fontes do governo - não foi ditada pela coordenação política, o que causou estresse e pode não ter surtido o efeito esperado.
Colocar Sandoval para andar nas ruas de Gurupi, apertando a mão de empresários e cidadãos enquanto as crises de governo só pioraram durante a semana, pode não ter sido a melhor estratégia. Pega mal um governador em campanha enquanto a crise da Saúde piora, entre outras coisas provocada pelas mudanças que seu novo secretario fez numa das coisas que Vanda Paiva havia acertado: os plantões do HGPP.
Tom Lyra chateado
Conversei ontem longamente com o vice-governador Tom Lyra, que se afastou da chapa majoritária esta semana e me afirmou que não volta atrás. “É palhaçada!”, havia me resumido ele no primeiro telefonema para colocar a retirada do nome. Indignado com a forma como ocorreu a troca do primeiro suplente, José João Stival, que havia substituído o próprio Tom lá atrás, a pedido de Siqueira Campos.
A indicação de uma vereadora de Gurupi para a suplência de Gomes, foi mais uma tentativa de inserir a região no processo sucessório governista, mas atropelou o vice, que não foi sequer comunicado antes.
Na terça-feira, 29, Tom Lyra voou até Araguaína para falar com Ronaldo Dimas, presidente do PR. Os dois tentaram falar com Gomes por telefone. Sem êxito.
“É a terceira vez que isso acontece, não preciso disto. Gosto muito do Sandoval, do próprio Eduardo Gomes, e continuo apoiando a chapa, mas foi muito desagradável tudo o que aconteceu. Fica parecendo que sou um estorvo”, desabafou Tom.
Na verdade, o empresário foi convidado pelo PR para compor a vice de Sandoval nas indiretas e passou a trabalhar desde então para ser o vice na chapa oficial das eleições de Outubro. Substituído por Agnolin, Tom permaneceu afinado com o Palácio.
Dias depois, chamado por Gomes e Dimas numa reunião na Pousada dos Girassóis recebeu o convite para ser o primeiro suplente, representando o PR. Aceitou. E foi atropelado pela indicação de Siqueira.... O resto da história todos já sabem.
Parênteses: Em Gurupi o que se escuta é que Stival desistiu de ser suplente de Gomes para se precaver de uma segunda Operação Miquéias, supostamente a ser deflagrada pela PF nas próximas semanas. Empresário conceituado no ramo de carnes, não pode ter seu nome associado a crime e escândalos. Saiu fora antes que bomba estoure, afirmam aliados.
Com tudo isso para administrar, o candidato a governador retorna à capital e inaugura comitê, se preparando para apresentar algumas adesões de lideranças nem tão graúdas do esfacelado PMDB.
De olho nas pesquisas. E preparando material para estrear na TV.
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