De forma didática, Sharon evidenciou que, sem a renúncia dos palestinos ao terror, não há paz possível

Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
11/01/2014
às 19:05

De forma didática, Sharon evidenciou que, sem a renúncia dos palestinos ao terror, não há paz possível

Morreu Ariel Sharon, depois de uma longa agonia. Os textos de Jean-Philip Struck e Caio Blinder (aqui e aqui) abordam com clareza e eficiência os aspectos ambíguos de sua trajetória política. Deu motivos para ser detestado, mas só ate certo ponto; deu motivos para ser amado, também até certo ponto. Bem, talvez se possa dizer o mesmo de cada um de nós, não? O problema é que o destino colocou Sharon numa região muito particular do planeta, onde amor e ódio mobilizam paixões que vão muito além da esfera privada.
No comando do governo de Israel, Sharon fez o absolutamente inesperado, por críticos e admiradores — e era inesperado de tal sorte que os primeiros tiveram de lhe reconhecer qualidades que não suspeitavam, e os outros se sentiram traídos. Como primeiro-ministro, promoveu a desocupação da Faixa de Gaza e recorreu à força para acabar com os assentamentos judaicos que havia na região, o que lhe rendeu o ódio de algumas correntes religiosas. Também alterou o antigo equilíbrio entre direita (Likud) e esquerda (trabalhistas) com a criação do Kadima. Nota à margem: em Israel, “direita” e “esquerda” assumiram um conteúdo muito particular, que só vale para aquele país e diz respeito, basicamente, às negociações com os palestinos: o Likud, em tese, faz menos concessões. O Kadima, sob o comando de Sharon (quem diria? O velho ícone da direita radical…), apresentou-se como uma força de centro.
A desocupação de Gaza acabou revelando, de maneira insofismável, um aspecto da questão israelo-palestina que muita gente se nega a reconhecer. Ainda que se possa argumentar que Israel pôs fim a uma intervenção cara, estrategicamente inútil e que lhe rendia desgaste internacional, o fato é, e todo mundo sabe, que ela poderia ter se prolongado indefinidamente. A saída, portanto, foi, sim, uma concessão, que lhe rendeu, diga-se, ódios internos incontornáveis.
E aconteceu com Gaza o quê? Caiu nas mãos dos terroristas do Hamas. Não vou entrar na lógica da disputa interna de poder entre os palestinos. O fato é que o território se transformou numa plataforma de lançamento de mísseis contra Israel. Ignorar que as consequências da desocupação da área servem de advertência para o que poderia acontecer com a Cisjordânia caso ficasse inteiramente sob o controle palestino é querer tapar o sol com a peneira.
Em suma: aquela que a foi a mais vistosa concessão do governo de Israel às forças palestinas acabou, por contraste, demonstrando como é estreito e difícil o caminho da paz. De forma didática — e traumática, sim, para o seu próprio povo —, Sharon acabou evidenciando que a paz não é possível enquanto os palestinos não promoverem, então, a sua revolução interna, que ponha fim à perspectiva do terror. Sem isso, não há acordo possível. Existem radicais e truculentos no governo de Israel. O terrorismo palestino só lhes dá razão prática.
O destino acabou sendo cruel com Sharon e, a rigor, com as perspectivas de um entendimento na região. Justamente porque não pesava sobre as suas costas a suspeita de que pudesse pôr em risco a segurança de Israel, poderia ter conduzido negociações mais ousadas do que qualquer outro político — tinha credibilidade junta a fatias importantes dos conservadores. Mas a história não tem “e se…” É o que é. O derrame o colheu quando ele levava para a política a ousadia e impetuosidade que tinha no campo de batalha. E a paz, vejam que ironia, ficou ainda mais distante.
Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014
às 6:57

LEIAM ABAIXO

São Paulo é agora refém dos sem-teto de Fernando Haddad. Ou: A capital paulista desce aos infernos;
No planeta Roseana: visitante entra sem ser revistado em cadeia palco de mortes no Maranhão;
No planeta Roseana 2: Governo do Maranhão impede entrada de comissões de Direitos Humanos em Pedrinhas;
Ah, essa maldita “imprensa de oposição”, não é mesmo? Ou: Eles querem é censura;
Ex-sócio do marido de Roseana Sarney recebeu verba do Maranhão para atuar nos… presídios!!!;
Dilma recorre ao Twitter para dizer irrelevâncias sobre Maranhão — além de distorcer a verdade;
Está tentado a dar um dinheirinho para Genoino? Doe para uma criança pobre!;
IPCA de dezembro veio “nervosão”: o maior em 10 anos;
A incrível, a estonteante, a espantosa entrevista concedida por Roseana Sarney ao lado de Cardozo, o silencioso! Ou: Segundo governadora, o Maranhão está mais violento porque está mais rico;
Mortos sem pedigree;
No Maranhão, presos são convidados por direção de presídio a escolher facção;
PGR deve pedir intervenção federal no Maranhão;
Ah, finalmente Cardozo, o Garboso, se move. Mas em obsequioso silêncio!;
Será que o ex-nº 2 da Fazenda também é agora um “nervosinho” e um “rentista”?;
Pedrinhas: “Cadeião do Diabo” continua em estado de pré-rebelião, mesmo com a PM presente;
Roseana Sarney está se transformando na caricatura de Maria Antonieta. Se o povo não tem água, que beba champanhe;
Em e-mail enviado ao blog, Aécio nega que sua irmã vá coordenar campanha e diz que “seria um erro primário”

Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014
às 6:10

São Paulo é agora refém dos sem-teto de Fernando Haddad. Ou: A capital paulista desce aos infernos

Cerca de 5 mil manifestantes, sob o comando do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), promoveram um protesto nesta sexta, em São Paulo, e chegaram a obstruir o trânsito na marginal Pinheiros, na ponte do Socorro e na estrada do M’Boi Mirim. Era um protesto contra uma declaração do prefeito Fernando Haddad, que defendeu que uma área invadida no Jardim Ângela, conhecida como Nova Palestina, seja transformada em parque. Eles exigem que a região seja destinada a moradias. Já volto ao ponto. Antes, algumas considerações importantes.
O dito MTST não é formado por pessoas sem teto, assim como o MST não é formado por pessoas sem terra. Os dois movimentos são, deixem-me ver como chamar, empresas de produzir ideologias, de produzir valores. Quando alguém ingressa num desses grupos que se dizem sem-teto, é obrigado a cumprir determinadas tarefas para ganhar pontos e ascender na hierarquia interna. Uma das tarefas, por exemplo, é promover paralisações cidade afora. Outra é invadir prédios públicos, moradias em construção e áreas destinadas à construção de casas populares.
Boa parte desses ditos sem-teto já tem um teto, obtido na marra. Essas invasões têm coordenadores, chefes, que formam o núcleo duro do movimento. Eles é que decidem quem pode e quem não pode permanecer nas áreas invadidas. E qual é o critério? MILITÂNCIA. Para que o sujeito possa ficar nas invasões ilegais, é obrigado a ajudar a promover… novas invasões ilegais. Entenderam?
É o modelo vigente no MST — que forneceu aos tais sem-teto a régua e compasso. O MST é, sim, mais sofisticado e infinitamente mais rico porque já estabeleceu os canais para receber dinheiro público, especialmente da agricultura familiar. Explico também. A massa de manobra do MST se divide em dois grupos: os acampados e os assentados. Os acampados podem estar às margens de rodovias ou em alguma área pública ou privada invadida. Em qualquer caso, o sujeito é obrigado a se submeter à rígida disciplina do MST, de caráter quase militar. Para ter o “direito” de ficar no local, tem de cumprir tarefas — uma delas é… invadir mais novas áreas.
E há os assentados. Não pensem que estes, de posse de sua terra, se livram do jugo de João Pedro Stedile. De jeito nenhum! A produção nos assentamentos é organizada e mediada por cooperativas. São elas que recebem o dinheiro da agricultura familiar, por exemplo. E quem controla essas cooperativas é justamente o MST. Mesmo com a sua terra assegurada, o assentado é obrigado a promover novas invasões. Ou cumpre as suas “obrigações” ou será um marginal na comunidade.
Assim, meus caros, movimentos de sem-teto e de sem-terra tendem a não ter fim, já que não basta dar — e a palavra é esta: DAR — a casa e a terra. Sem-teto e sem-terra viraram uma espécie de casta, de grupo social ao qual se pertence para sempre. Se o assentado morre, a “obrigação” é transferida para os filhos. Por que afirmo que se trata de máquina de produzir ideologias? Porque cada um desses movimentos tem a ambição de, a partir de sua causa, conduzir a revolução social no Brasil. Mais recentemente, assistimos à “versão coxinha” dessa concepção política, que é o Movimento Passe Livre, formado, em boa parte, de jovens da fina flor da elite brasileira. Alguns vão de motorista particular para a escola e, de lá, saem para depredar uns ônibus por aí… O MPL já disse que o socialismo começa… pela catraca. Mas volto ao MTST.
Aliados de Haddad
O MTST, assim como o MPL, ajudou a fazer a campanha de Fernando Haddad. Alguns dos líderes dos sem-teto são também militantes petistas. No fim das contas, é a base do PT que agora procura impedir, na prática, o prefeito de formular e executar uma política de moradia. Os chefões da causa — muitos deles moram em residências confortáveis, bem longe da confusão — exigem que o prefeito lhes entregue o controle do setor. Eles querem os recursos e os bens púbicos para distribuir entre seus militantes.
Informa a Folha: “A Nova Palestina é o maior acampamento de São Paulo hoje. Começou com 2.000 famílias em 29 de novembro e, um mês depois, já tinha 8.000. Há lista de espera para ter um barraco no local. A área invadida, de um milhão de metros quadrados, é particular e foi declarada de interesse social para preservação ambiental. Por lei, 10% dela podem ser destinados à habitação, mas os sem-teto querem aumentar esse percentual para 30%. Para isso, eles querem que a prefeitura apoie a mudança no zoneamento, que precisa passar pela Câmara.”
Viram só? Em pouco mais de um mês, uma invasão com 2 mil pessoas passou a reunir 8 mil. Por quê? O apressadinho de bom coração e cérebro distraído logo responde: “Porque o déficit habitacional na cidade é grande!”. Resposta errada! A expansão tão rápida se dá porque invadir passou a ser um bom negócio. O invasor poderia se cadastrar nos programas habitacionais, submeter-se a critérios objetivos, esperar a sua vez… Mas quê! A área é hoje refém dos grupos que integram o tal movimento, e engrossar as suas fileiras passou a ser um caminho mais curto para ganhar a casa. E os outros, os que já haviam se cadastrado, igualmente pobres? Ora, se quiserem, que passem a integrar também as fileiras do MTST. É, insisto, o modelo do MST transplantado para a cidade.
Assim, observem que a política pública deixa de ser voltada para os cidadãos e passa a ser propriedade privada dos que se proclamam os donos da causa. Como eles todos acham que estão promovendo a revolução social no Brasil, não veem mal nenhum em paralisar a cidade — ameaçam fazê-lo caso Haddad não ceda — e submeter o conjunto dos paulistanos a seus desígnios.
É evidente que isso se parece mais com uma milícia fascistoide do que com um movimento social. Esses truculentos, de resto, aproveitam-se do fato de contar com a simpatia da imprensa. Como já escrevi aqui tantas vezes, boa parte dos jornalistas costuma ser sensível ao que julga ser o cheiro do povo. Um autoproclamado sem-qualquer-coisa será sempre tratado como herói pelo jornalismo brasileiro. Consolidou-se no país a visão espantosa de que uma reivindicação nasce necessariamente de um direito e que sua consequência óbvia é a plena satisfação.
Haddad prometeu uma São Paulo como ninguém havia antes visto. Parece que vai mesmo cumprir a promessa, se é que me entendem…
Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014
às 5:55

No planeta Roseana: visitante entra sem ser revistado em cadeia palco de mortes no Maranhão

Por Juliana Coissi e Marlene Bargamo, na Folha:
A crise sem precedentes no sistema penitenciário do Maranhão não foi suficiente para reverter a frágil segurança na entrada e saída do complexo de Pedrinhas, em São Luís, onde 62 pessoas foram assassinadas desde 2013. Ontem, a Folha entrou sem ser incomodada na Casa de Detenção, uma das principais unidades do conjunto de cadeias maranhense. O presídio foi palco, em outubro passado, de uma rebelião com dez mortos e dezenas de feridos, que resultou, entre outras consequências, no envio da Força Nacional de Segurança ao Estado, administrado pela governadora Roseana Sarney (PMDB).
A chegada dos jornalistas à portaria da Casa de Detenção ocorreu ao lado de umgrupo de religiosos, que participariam de um culto evangélico pouco depois. Na portaria, um pedido a todos feito pelo responsável pelo local: “Celulares e RGs aqui [na mesa], por favor”. Repórter e repórter-fotográfica, que entraram na unidade sem se identificar como jornalistas, entregaram os documentos, mas deixaram os celulares nos bolsos. Ultrapassada a portaria, nos 20 minutos seguintes a Folha circulou livremente pelos pavilhões, conversou com detentos, leu anotações pessoais e registrou parte da cerimônia religiosa.
Em nenhum momento, os visitantes foram revistados, submetidos a detectores de metais ou a qualquer outro procedimento padrão de segurança em penitenciárias.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014
às 5:53

No planeta Roseana: Maranhão impede entrada de comissões de Direitos Humanos em Pedrinhas

Na VEJA.com:
O governo de Roseana Sarney (PMDB) impediu na sexta-feira que uma comitiva formada por deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão e por integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrasse no presídio de Pedrinhas, informou o jornal O Estado de S. Paulo. A deputada Eliziane Gama (PPS) tentou conseguir autorização para o ingresso no local, mas teve pedido negado pelo secretário de Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa.
Antes de ser barrado, o grupo, que havia chegado de surpresa, ainda conseguiu visitar o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas e constatar as péssimas condições das instalações, onde 21 presos se aglomeram em celas para seis. A negativa à entrada de Eliziane, presidente da Comissão de Direitos Humanos e provável candidata de oposição ao governo Roseana, ocorre dois dias depois da visita da Comissão de Segurança, presidida por um aliado da família Sarney, o deputado Roberto Costa (PMDB). Em entrevista à imprensa após sair do local, Costa elogiou o governo.
Um agente afirmou que o grupo só entraria se alguém fizesse “alguma ligação”. “Quer dizer que só pode entrar aliado”, disse a deputada enquanto aguardava autorização. “Peço-lhe a compreensão e uma comunicação prévia para realizarmos o plano de segurança para visitação de autoridades às nossas unidades prisionais”, disse Sebastião Uchôa, por mensagem de texto, para a comitiva. Desde o ano passado, 62 presos morreram no Complexo de Pedrinhas.
Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014
às 16:57

Ah, essa maldita “imprensa de oposição”, não é mesmo? Ou: Eles querem é censura

Kim Phuc
Delinquentes intelectuais e morais — alguns deles disfarçados de jornalistas, financiados com dinheiro público — resolveram censurar a Folha e a VEJA.com por terem divulgado, respectivamente, os vídeos com os decapitados de Pedrinhas e o incêndio do ônibus em São Luís, em que a menina Ana Clara aparece com o corpo em chamas.
A divulgação seria, sustentam esses delinquentes, coisa típica de jornalismo sensacionalista, de uma “mídia” (como eles dizem) comprometida com a agenda da oposição.
Que bando! Se essa gente chegar a ter o poder que almeja, o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do ditador Getúlio Vargas será fichinha; a censura havida durante o regime militar será brincadeira de criança.
O PT que sempre contou com a liberdade de imprensa, quando era oposição, para veicular mesmo as suas denúncias infundadas acha que, agora, os fatos atrapalham a história, entendem?
Sim, é verdade. Não fosse a divulgação dos dois vídeos, é bem possível que o Brasil não tivesse se dado conta da gravidade do problema. Até porque, em 2011, 14 foram decapitados no mesmo complexo de Pedrinhas. E ninguém deu bola.
Os vídeos têm de ser exibidos simplesmente porque aquelas coisas aconteceram. De fato, há similaridade entre a imagem do corpo da menina Ana Clara em chamas e a foto (no alto) da então garota vietnamita Kim Phuc (de autoria de Huynh Cong “Nick” Ut), que corre nua depois de sua aldeia ter sido atacada com napalm pelas forças americanas, em 1972.
Todos sabiam dos horrores da Guerra do Vietnã. Faltava um emblema. Todos sabiam da tragédia do Maranhão. Faltava conferir ao ocorrido a sua trágica humanidade.
Se os petistas pudessem impedir, no entanto, nada disso viria a público — não enquanto o partido estivesse no poder ao menos. A realidade atrapalha a mística e a mistificação petistas. Os valentes acham que o compromisso com os fatos transforma a “mídia” em força de oposição.
Eles gostam é do subjornalismo de situação, financiado por estatais — o que, parece-me, caracteriza uma variante do peculato, já que se trata de se apropriar de dinheiro público a serviço dos interesses particulares de um grupo. Não passarão!
Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014
às 15:56

Ex-sócio do marido de Roseana Sarney recebeu verba do Maranhão para atuar nos… presídios!!!

Por Chico de Goios, no Globo Online:
A Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão contratou a Atlântica Segurança para atuar nos presídios. A empresa pertence a Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, numa pousada em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses. Em 2002, quando a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na empresa Lunus, que pertencia a Murad, o marido de Roseana alegou que metade desse montante era de empresa de Cantanhede, que confirmou a versão.
A Atlântica recebeu no ano passado, somente da Secretaria de Administração Penitenciária, R$ 7,642 milhões, o dobro do ano anterior. Como presta serviço para outros órgãos do governo do estado, no total ela ganhou R$ 12,942 milhões da gestão de Roseana Sarney em 2013 — em 2012, foram R$ 7,428 milhões.
A terceirização do sistema carcerário é apontado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão como um dos grandes problemas nos presídios. Em 2009, quando Roseana voltou ao poder após a cassação do então governador Jackson Lago (PDT), o estado contratou a VTI Serviços, Comércio e Projetos para administrar o sistema. Sem nunca ter atuado no setor — pois tem como principal atividade locação de equipamentos de informática e desenvolvimento de softwares —, a VTI recebeu, desde então, R$ 153,9 milhões. Em 2012, foram R$ 48,9 milhões e, em 2013, R$ 66,3 milhões, sem que o governo tenha construído qualquer novo presídio.
O governo maranhense informou, em nota, que a terceirização dos presídios não tem qualquer relação com a atual onda de violência. Para o governo, a manutenção do sistema requer investimentos em infraestrutura, mão de obra e qualificação.
Pagamento antecipado
Uma empresa contratada para reformar o presídio de Pedrinhas, onde detentos foram mortos, recebeu adiantado pelo serviço, que ainda não foi concluído. A Nissi Construções foi contratada pela Secretaria de Administração Penitenciária em 4 de novembro do ano passado, com dispensa de licitação, por R$ 1,167 milhão.
Menos de um mês após a assinatura do contrato, em 28 de novembro, a empresa recebeu o primeiro pagamento, no valor de R$ 491,3 mil. Na véspera do Natal, foram mais R$ 526,3 mil, totalizando R$ 1,017 milhão. Os serviços ainda estão sendo executados. Operários disseram que ainda serão necessários mais cerca de 20 dias para a conclusão dos serviços.
Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014
às 15:25

Dilma recorre ao Twitter para dizer irrelevâncias sobre Maranhão — além de distorcer a verdade

A presidente Dilma Rousseff — ou melhor: a equipe que cuida do assunto — recorreu ao Twitter para se pronunciar, pela primeira vez, sobre a tragédia no Maranhão. Escreveu estas irrelevâncias.
Dilma twitter Maranhão
Como se vê, a turma do marketing optou por fazer de conta que tudo está resolvido, que a governadora Roseana Sarney (aquela que acha que o Maranhão se tornou violento porque enriquece) está no comando da situação e que, afinal, as coisas não são assim tão graves porque situações similares já teriam acontecido em outros estados.
Já demonstrei aqui, com números, que se trata de uma falácia. O Maranhão tem uns 5.500 presos, não mais do que isso. Há muitos anos a situação está fora do controle. Relatórios do CNJ apontavam o descalabro. O governo não se mexeu.
No Twitter de Dilma, nem mesmo o lado humanitário: poderia, ao menos, ter se solidarizado com a família na menina Ana Clara. Nada disso. Quando houve a desocupação do Pinheirinho, sem mortes nem feridos graves, em São Paulo, Dilma mandou Gilberto Carvalho anunciar que ela achava uma “barbárie”.
Barbárie que, agora, ela não vê no Maranhão. É bem possível que essa estupidez das elites dirigentes não seja característica exclusiva do Brasil. Uma coisa, no entanto, é certa: é coisa rara no mundo.
A foto, vejam na home, de José Eduardo Cardozo a acompanhar, mudo como estátua, as barbaridades que dizia Roseana é um bom emblema da miséria moral brasileira, de novo ilustrada com essas intervenções no Twitter.
Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014
às 15:04

Está tentado a dar um dinheirinho para Genoino? Doe para uma criança pobre!

José Genoino e sua buliçosa família começaram a me dar uma preguiiiça!!! Cheguei a me comover um pouquinho com Miruna, sua filha. Vislumbrei o amor de uma filha preocupada com seu pai. Bonito. Isso nada tem a ver com política. Agora não mais. Vejo na moça uma pré-candidata a alguma coisa. Parece ser a pessoa vocacionada para levar adiante o nome da família.
Ela é a principal porta-voz de um site criado para arrecadar dinheiro para pagar a multa a que o pai foi condenado pelo STF: R$ 667,5 mil. Genoino é o tal “homem pobre”, que “mora numa casa modesta há 30 anos”, que nunca fez política para “enriquecimento pessoal”.
Até parece que a única forma de cometer crimes é investir no… enriquecimento pessoal.
Não vou doar dinheiro, não. Genoino pode até ser pobre, mas seu partido é o mais rico do Brasil. Ele fez o que fez para o PT, certo? Que a legenda pague. Não é tanto dinheiro assim para uma estrutura multimilionária, né?
E por que essa presepada toda? Para continuar a alimentar a imagem do mártir e, intuo, conservar na política o DNA da família Genoino.
Está tentado a dar um dinheirinho para o petista, leitor amigo? Doe para uma criança pobre.
Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014
às 14:19

IPCA de dezembro veio “nervosão”: o maior em 10 anos

O IPCA subiu 0,92% em dezembro. É o mais alto em 10 anos para o período. Certo, leitor amigo, há fatores sazonais e coisa e tal. Há o Natal… Mas sabem como é: se há uma constante na economia, a gente poderia dizer que são as sazonalidades, né? Natal, então, nem se diga: também houve nos nove anos anteriores e faço aqui uma previsão: haverá Natal neste 2014…
A inflação do ano ficou em 5,91%, bem acima, de novo, do centro da meta. E vamos ser claros, não? O índice só não furou o teto de 6,5% porque o governo decidiu reprimir as tarifas. Assim, esses 5,95% foram conquistados de modo artificial; não refletem a realidade da economia.
A presidente Dilma pode até achar que eu estou “nervosinho”, mas asseguro que não. Nervosinhos estão alguns preços da economia, né? Segundo economistas especialistas ouvidos por VEJA.com, a inflação não dará trégua neste ano. Leiam texto publicado na VEJA.com.
*
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2013 com alta de 5,91%, pressionado pelo preço dos alimentos. O dado fica dentro da meta oficial do governo, cujo teto é 6,5%, mas acima do centro da meta (4,5%) e maior do que a inflação do ano anterior, de 5,84%.
O indicador divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio também acima do esperado por analistas. O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira previa alta de 5,74%. A expectativa de especialistas ouvidos pela Reuters era de que o indicador avançasse 5,82% segundo a mediana de 22 projeções que foram de 5,73% a 5,88%. Só em dezembro, o IPCA subiu 0,92%,o maior resultado mensal desde abril de 2003 (0,97%), segundo o IBGE. Com isso, 2013 marcou o quarto ano seguido em que a inflação brasileira fica próxima ou acima de 6%, repetindo a marca de 2010. Em 2011, a inflação no ano acelerou a 6,50%, para depois enfraquecer a 5,84% em 2012.
Alimentos
De acordo com o IBGE, em 2013 o principal impacto veio de Alimentação e Bebidas, com alta acumulada de 8,48%. Embora tenha desacelerado ante 2012 (9,86%), o grupo ainda teve impacto de 2,03 pontos porcentuais no índice do ano passado.
O resultado do IPCA no ano só não foi pior porque, em janeiro, o governo promoveu forte redução no valor das tarifas de energia elétrica e, em meados do ano, o aumento dos preços do transporte público foi revogado em várias capitais após intensas manifestações populares.
Os preços de energia elétrica residencial fecharam o ano passado com queda de 15,66%, tendo impacto negativo de 0,52 ponto porcentual no IPCA, segundo o IBGE. Já Transportes, apesar da revogação da alta das tarifas, ainda subiu 3,29% no ano, ante 0,48% em 2012, com impacto de 0,64 ponto porcentual no IPCA fechado em 2013.
O IBGE informou ainda que, na variação mensal, o maior destaque do IPCA em dezembro coube ao grupo Transportes, com alta de 1,85%, ante 0,36% em novembro.
Juros — Sem conseguir colocar a inflação na trajetória para a meta, o governo acabou assumindo o discurso de que entregaria o IPCA do ano passado abaixo do visto em 2012. Em agosto passado, por exemplo, o próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou a afirmar que esse era o objetivo.
Para tanto, em abril o BC deu início a um ciclo de aperto monetário que não terminou ainda e tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% para o atual patamar de 10%. A expectativa de economistas era de que a taxa básica de juros vá a 10,50% no final deste ano segundo última pesquisa Focus do BC.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará sua primeira reunião de 2014 e as estimativas são de que haverá alta de 0,25 ponto porcentual na Selic.
Por Reinaldo Azevedo

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