Eleições de 2014 serão marcadas por cenário de novas possibilidades

Política

Eleições de 2014 serão marcadas por cenário de novas possibilidades

Reportagem de VEJA desta semana mostra que, pela primeira vez em 25 anos, a eleição presidencial não deve se resumir a uma previsível disputa entre petistas e tucanos

Daniel Pereira e Daniela Lima. Colaborou Adriano Ceolin
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Dilma Rousseff (PT) 38% das intenções de voto*

CENÁRIO — Com o apoio de Lula, tende a formar a maior coligação eleitoral. Índices econômicos, como o nível de emprego, e o comando da máquina pública também fazem dela a favorita na disputa
OBSTÁCULOS — Fracassou no desafio de modernizar a infraestrutura do país, tem poucos resultados a mostrar e enfrenta a desconfiança dos aliados, inclusive dos petistas
*O Ibope fez duas simulações. Em uma delas, Serra é o nome do PSDB. Na outra, Aécio representa o partido. Quando Serra é o concorrente, só o porcentual de Dilma muda, para 37%
Nas últimas cinco eleições presidenciais, a disputa se resumiu a um Fla-Flu entre PT e PSDB. Desde o início das campanhas, sabia-se que o vencedor seria de um desses dois partidos -- e que as demais legendas participariam como meras coadjuvantes. A polarização entre petistas e tucanos era tão cristalizada que até os argumentos esgrimidos nos debates se repetiam votação após votação. Em 2006 e 2010, por exemplo, os petistas repisaram a cantilena de que os tucanos, caso vitoriosos, privatizariam a Petrobras e o Banco do Brasil. Era balela, mas o PSDB não conseguiu, nas duas ocasiões, rechaçar tal ataque nem mostrar aos eleitores os benefícios decorrentes das privatizações realizadas no governo Fernando Henrique. O quadro era sempre previsível quanto aos protagonistas, às armas usadas por eles e à indigência dos debates. Em 2014, pela primeira vez em 25 anos, esse cenário pode mudar. Se confirmadas as candidaturas do ex-governador José Serra e da ex-ministra Marina Silva, pelo menos cinco nomes competitivos disputarão o Palácio do Planalto. Essa mudança abrirá a possibilidade de uma campanha mais rica em conteúdo, em substituição à escolha plebiscitária que imperou nos últimos anos.
As candidaturas da presidente Dilma Rousseff, do senador Aécio Neves (PSDB) e do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, estão encaminhadas. Falta a definição de Marina e Serra, que darão sinais claros de seus planos nesta semana, quando acaba o prazo de filiação para quem pretende se candidatar em 2014. Segunda colocada nas pesquisas e depositária de quase 20 milhões de votos na corrida presidencial de 2010, Marina luta para montar o próprio partido, a Rede Sustentabilidade, mas enfrenta dificuldades para convencer o Tribunal Superior Eleitoral a aprová-lo. A ex-ministra não conseguiu entregar ao TSE as 492 000 assinaturas de apoio à Rede exigidas pela legislação. Ela alega que esse número não foi alcançado porque cartórios eleitorais, sob a batuta de adversários políticos, boicotaram a certificação das assinaturas -- rejeitando-as sem fundamento ou, simplesmente, demorando para analisá-las. “Será um escândalo se a Rede não for avalizada, depois da criação do Pros e do Solidariedade”, disse Marina a aliados. Ela se referia ao 31º e ao 32º partidos do país, autorizados a funcionar apesar de fartas evidências de que entregaram assinaturas de apoio fraudadas ao TSE.


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