Apesar de tudo preparado como “ato de filiação”, Halum sai de encontro do PRB sem oficializar mudança partidária
Apesar de tudo preparado como “ato de filiação”, Halum sai de encontro do PRB sem oficializar mudança partidária
Evento reuniu lideranças de diversas legendas e teve presença em peso da prefeitura
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Da Redação
Tinha tudo para ser um “ato de filiação” o evento realizado na noite desta sexta-feira, 6, pelo PRB – desde o convite, aos releases enviados pelo parlamentar à imprensa, bem como o banner decorativo e principalmente os discursos de boas vindas e o do próprio deputado federal, – mas Cesar Halum não saiu filiado à legenda. À imprensa, ele argumentou que optou por deixar para fazer o ato de filiação na presença do presidente do diretório nacional da sigla, Marcos Pereira.
“Hoje nós estamos só nos apresentando, por uma questão de não atropelar. Nós temos prazo. Temos prazo até 5 de outubro, mas eu queria fazer com o presidente do diretório nacional [...] eu não poderia perder essa oportunidade porque o ministro [Marcelo Crivella] veio ao Tocantins e me pediu que a gente já fizesse esse encontro do partido aqui, anunciando, e lá em Brasília a gente efetiva”, justificou Halum.
Eleito pelo PPS, o deputado federal ingressou no PSD quando a legenda foi criada – a brecha para que os mandatários possam mudar de legendas sem correr risco de perderem o cargo. Indagado se a troca de sigla agora daria ao PSD o direito de cobrar o mandato, ele respondeu que há muita discussão em torno do assunto, mas optou por não falar sobre a questão legal. “Eu entendo que quando a gente faz as coisas com boa intenção, acho que estou praticando o bem”, afirmou. Halum ainda acrescentou que não está mudando de partido para ter oportunidade ou vantagem pessoal.
Foto: Patrícia Saturno/CT
Banner com imagem de Marcelo Crivella e Cesar Halum na Assembleia nesta sexta-feira
O evento, realizado no auditório da Assembleia Legislativa, reuniu lideranças políticas de diversas legendas, com a presença do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, e de outras três lideranças nacionais do PRB.
Uma mensagem do presidente nacional chegou a ser lida, dando boas vindas e agradecendo por Halum “se associar” ao partido. No texto, o presidente “saúda a chegada do deputado”, afirmando que Halum representa o “símbolo da ética do trabalho”.
Entre as lideranças presentes no encontro, estavam representantes de boa parte dos partidos que se colocam na oposição ao governo do Estado, mas, especialmente aqueles que formam o grupo de apoio ao prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP). Mais que a própria presença, Amastha levou ao evento uma grande parte dos membros de sua equipe, não só do primeiro escalão, mas também ocupantes de assessorias e diretorias em seu governo.
Também compareceram: o presidente estadual do PP, Lázaro Botelho; do PT, Donizeti Nogueira; do PCdoB, Walter Balestra, do PSL, Christian Zini; a deputada estadual Luana Ribeiro, presidente do PR na Capital e representante do senador João Ribeiro no evento; o ex-secretário estadual de governo, Luiz Antônio da Rocha, representando o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), entre outros. Quem também prestigiou o ato foi o deputado federal licenciado e secretário estadual de Esportes, Eduardo Gomes (PSDB), e o vereador Valdemar Júnior (PSD).
Das lideranças nacionais do PRP, além de Crivella, estiveram presentes os deputados federais George Hilton, líder do partido na Câmara; o deputado distrital Evandro Garla; e o deputado federal Marcio Marinho, da Bahia.
Atual presidente do PRB no Tocantins, Vanderlei Lacerda fez questão de enfatizar que não haveria qualquer situação de desconforto, de sua parte, por perder o comando do partido para o futuro novo membro. Em seu discurso, disse ter sido ele próprio quem convidou o deputado para compor o partido e também quem fez questão de que Halum assumisse o comando da legenda. Esse “desprendimento” foi destacado tanto por Crivella quanto por Garla, que chegou a dizer que o PRB vai propor uma moção, na Câmara Federal, em homenagem a Lacerda.
Crivella, como já era esperado, teve que deixar o evento antes do final. Em função disso, houve mudança na programação, tendo sido Cesar Halum o primeiro a discursar, seguido do ministro. Após sua fala, o ministro deixou o local, seguindo para o aeroporto. O encontro continuou com discursos de Amastha, Lacerda e do líder do PRB na Câmara Federal.
Amastha lembrou que ele e Halum estiveram em campos opostos na disputa eleitoral de 2012, mas que a relação foi “de adversários e não inimigos” e que Halum foi o primeiro a entrar em contato com ele, após a eleição, para dizer que seria o “deputado federal da Capital”. Destacando a presença de lideranças de diversas legendas, o prefeito convidou o PRB para compor um grupo para tratar de um projeto político.
Fidelidade partidária
“Estou deixando um partido grande para ir para um partido pequeno. Estou fazendo o caminho contrário. Estou deixando um partido que tem 31 prefeito para assumir um partido que não tem nenhum prefeito. Vou recomeçar a minha vida política, mas eu vou ter a oportunidade de ter autonomia, de poder implantar os nossos projetos, as nossa ideias e eu não vejo nenhuma infidelidade nisso”, afirmou o parlamentar, quando indagado sobre o risco de ter seu mandato questionado por infidelidade partidária.
Halum ainda afirmou que foi aconselhado, até mesmo por membros da Executiva do PSD, a deixar o partido para não ter “problemas” em 2014. “Não por problemas pessoas, mas problemas ideológicos. Eu tenho uma forma de pensamento, uma conduta, me alinho a um grupo político que é diferente da direção estadual do partido”, reforçou.
Em sua fala, Marcelo Crivella abordou o assunto, afirmando que “se algum promotor público tiver o mínimo de consciência cívica”, vai ver que a mudança de legenda de Halum não se trata “de oportunismo”. Segundo ele, uma ação por infidelidade partidária, além de “não ter legitimidade” não teria “incentivo”. Isso porque, conforme o ministro, não se trata de infidelidade, e sim, de “princípios”.
Já Carlos Amastha, transmitiu o que chamou de “recado” do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a Halum. Segundo Amastha, em encontro recente com o político paulista, este teria lhe dito que se Halum saísse do partido, teria seu apoio “integralmente”. Segundo Amastha, Kassab entende que o deputado federal estava “com espaço muito limitado” dentro do PSD. “Ele pediu para eu lhe dar esse recado”, disse o prefeito.
Indagado sobre as eleições de 2014, Halum respondeu: “A minha meta, em termos de candidatura: sou candidato a deputado federal”.
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