Religiosos reagem com novos projetos à lei que dá garantias para vítima de estupro
Religiosos reagem com novos projetos à lei que dá garantias para vítima de estupro
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JOHANNA NUBLAT
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
A bancada religiosa da Câmara dos Deputados reagiu à sanção da lei que
estabelece garantias às vítimas de violência sexual com a apresentação
de três projetos que querem derrubar integralmente a lei ou pelo menos
minimizar sua importância.
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
Na semana passada, mesmo após muita pressão de evangélicos e católicos, a presidente Dilma Rousseff sancionou integralmente a lei que torna obrigatórias políticas já adotadas pelo Ministério da Saúde e pelos serviços de atendimento às vítimas de violência sexual. Como, por exemplo, a oferta de imediato da pílula de emergência e de informações sobre os direitos da vítima - como o aborto, nos casos de gravidez decorrente de estupro.
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Apesar de ter mantido a lei, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei para "corrigir" imprecisões técnicas do texto. Uma das mudanças seria a substituição do termo "profilaxia da gravidez" na lei sancionada por oferta da "medicação com eficiência precoce para prevenir gravidez resultante de estupro". Tratou-se mais de um gesto político para tentar minimizar a reação dos religiosos do que uma mudança na prática.
Os deputados evangélicos Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pastor Eurico (PSB-PE) apresentaram, na terça (6) e quarta-feira (7) respectivamente, propostas que pedem a revogação integral da lei.
Na justificativa, o deputado pastor Eurico afirma que "a Lei 12.845, de 1º de agosto de 2013, tem manifestamente como principal objetivo preparar o cenário político e jurídico para a completa legalização do aborto no Brasil".
Nesse texto, o pastor afirma que há um "compromisso" do governo Dilma com a legalização do aborto.
Nesta quinta (8), um terceiro projeto contra a lei foi apresentado pelos deputados Salvador Zimbaldi (PDT-SP), Hugo Leal (PSC-RJ) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A proposta quer suprimir da lei a referência à entrega da pílula de emergência --"profilaxia da gravidez"-- e à oferta das informações à mulher vítima da violência, entre outras alterações pretendidas.
A bancada estuda pedir o apensamento de todos esses projetos, incluindo o do Executivo, a uma proposta que já tramita na Casa e quer proibir a distribuição da pílula de emergência.
Católicos estão preparando, para o dia 16, 12 horas de vigília em frente ao Palácio do Planalto contra a lei sancionada por Dilma. Organizado pelo movimento nacional Pró-Vida e Pró-Família, o ato promete cantorias e orações durante toda a noite.
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