Bispo Macedo teve igreja monitorada pelo governo Sarney-MONITOROU MAS NÃO FEZ JUSTIÇA!

Bispo Macedo teve igreja monitorada pelo governo Sarney

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LUCAS FERRAZ
DE SÃO PAULO
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Relatórios produzidos pela Polícia Federal e pelo extinto Serviço Nacional de Informações revelam que Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus foram monitorados pelos serviços de inteligência durante o governo de José Sarney (1985-90).
O objetivo da investigação, de acordo com os papeis, era descobrir a origem do apoio financeiro da igreja e sobretudo tentar identificar os "testas de ferro" da organização que adquiriam emissoras de rádio e televisão.
"Recentemente a seita tem adquirido emissoras de radiodifusão através de testas de ferro e ao custo de milhões de dólares de procedência desconhecida", diz documento da Polícia Federal. Outro trecho afirma que a Universal comprou naqueles anos dez emissoras de rádio ao custo de US$ 6 milhões.
Rafael Andrade - 7.set.07/Folhapress
Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, durante vigília no Rio
Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, durante vigília no Rio
Os relatórios, elaborados em 1989, listam ainda excentricidades da igreja, que completara naquele ano pouco mais de dez anos de fundação.
Folha teve acesso aos relatórios e documentos sobre Edir Macedo e a Universal, desclassificados recentemente pelo Arquivo Nacional na esteira da Lei de Acesso à Informação.
A investigação, que nunca foi oficializada, lista que a igreja estimulava o pagamento de dízimo em dólares, a fama de ter fiéis arruaceiros, a primeira sede que ficava junto a uma funerária na zona norte do Rio e a prática de charlatanismo. Fundada no final da década de 1970, a Universal teve rápido crescimento na década de 80, o que motivou a investigação.
Para o primeiro governo civil após 21 anos de ditadura, a igreja era uma "seita" que merecia controle e atenção dos órgãos de vigilância.
À época, segundo os documentos, a Universal tinha mais de 500 templos em todo o país, com presença também nos EUA e Uruguai. Hoje a organização conta com mais de 6 mil templos em 200 países.
PEDIDO DE BUSCA
Em documento de junho de 1989, a Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça distribui a órgãos de segurança do governo federal, entre eles Polícia Federal e SNI, um pedido de busca com seis tópicos sobre a Universal.
Entre outras coisas, buscava-se o fundamento legal para a instalação da igreja no Brasil, os objetivos da "seita", o apoio financeiro de pessoas e entidades (a maioria do dinheiro chegava pelas contribuições dos fiéis) e os "testas de ferro", que não foram identificados.
Conforme o dossiê, agências do SNI e da PF em todo o país se mobilizaram para levantar informações. Até em Estados onde não havia a presença da igreja à época, como Goiás.
Os órgãos de inteligência do governo Sarney também levantaram a relação dos pastores com políticos, fraudes e casos de charlatanismo.
Paralelamente à investigação do governo Sarney, estava em curso uma outra apuração, a cargo do Ministério Público, que levaria Edir Macedo à prisão, em 1992. O criador da Universal passou 15 dias preso pelos "delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular".
Ele atribuiu sua prisão à Igreja Católica.
OUTRO LADO
Em nota enviada à Folha, a Universal afirmou que os documentos sobre Edir Macedo e a atuação da igreja mostram "práticas condenáveis que o extinto aparelho repressivo praticou" e que a "perseguição religiosa foi somente mais um capítulo" daqueles anos.
A Universal disse que nunca soube que fora monitorada pelo Serviço Nacional de Informações e Polícia Federal. Tampouco tomou conhecimento da investigação do governo Sarney.
Sobre os "testas de ferro" e as aquisições de emissoras de rádio e TV citadas nos documentos, disse que a "afirmação é falsa".
"O bispo Edir Macedo, ao longo de toda a sua trajetória, já teve sua atuação religiosa questionada em mais de 30 procedimentos investigatórios. Muitos aventaram eventuais práticas de estelionato, charlatanismo e curandeirismo. Em todos esses procedimentos foi reconhecida sua inocência", afirmou a organização.
Com relação à prisão de Macedo, ele mesmo atribuiu, no livro "Nada a Perder", a culpa à Igreja Católica.
"A cúria não admitia o surgimento de um povo livre da escravidão religiosa imposta por eles", escreveu. "Para quem me odiava, bispo Macedo era sinônimo de bandido. Isso é assim até hoje."
Editoria de arte/Folhapress

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