UMA MENTIRA CHAMADA CHINA
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China: famílias de vítimas de massacre criticam presidente
Para Mães da Paz Celestial, Xi Jinping leva o país de volta à ortodoxia maoísta
Xi Jinping não é profundamente amado no partido, mas não tem sequer um inimigo no governo
(Feng Li / AFP)
Em carta aberta divulgada nesta sexta-feira pela Human Rights China, de Nova York, a entidade familiar disse que Xi misturou as características "mais impopulares e necessitadas de repúdio" dos governos de Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping. Na década de 1960, Mao implantou o violento período conhecido como Revolução Cultural. Nos anos 1970 e 1980, Deng abriu o país economicamente, mas reprimiu os "contrarrevolucionários" da Praça da Paz Celestial.
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O apego de Xi a tais períodos teria feito com que as pessoas que acreditavam nele caíssem na frustração e no desespero, segundo a nota. Xi tornou-se dirigente máximo do Partido Comunista em novembro, e em março assumiu a Presidência, num momento de crescente pressão popular por reformas políticas. Alguns intelectuais previam que Xi seguiria os passos do seu pai, Xi Zhongxun, um reformista que foi vice-premiê e vice-presidente do Parlamento.
Xi vem tentando projetar uma imagem mais branda e aberta do que a do seu antecessor, Hu Jintao. Mas seu governo tem restringido a liberdade de expressão na internet e detido ativistas anticorrupção, sem dar sinais de que algum dia o PC chinês vai tolerar dissidências. Para as Mães da Paz Celestial, Xi "não mostrou o mínimo remorso pelos pecados cometidos durante três décadas de comunismo maoísta". "O que vemos são gigantescos passos para trás."
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Ding Zilin, líder das Mães da Paz Celestial, pediu a Xi para que "seja suficientemente corajoso para assumir a responsabilidade histórica e pagar as dívidas deixadas por seus antecessores". "Todo mundo sabe que uma resolução justa da questão do 4 de junho, uma reavaliação do 4 de Junho, não vai acontecer sozinha. Ela precisa estar vinculada ao progresso através da reforma política e democratização da China", disse Ding, de 77 anos, à agência Reuters.
Questionado sobre a carta, o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, disse que há muito tempo a China já "chegou a uma clara conclusão" sobre o dia 4 de junho. Segundo ele, o sucesso econômico das últimas duas décadas "mostra que o caminho que escolhemos serve aos interesses do povo chinês".
Quem comandou a China nos últimos anos e o que fez
Mao Tsé-Tung (1949-1976)
Mao foi o fundador da República Popular da China e o responsável por políticas desastrosas como o "Grande Salto Adiante" e a "Revolução Cultural". O objetivo da primeira era promover uma nação desenvolvida e igualitária em tempo recorde, mas milhões de pessoas acabaram morrendo em decorrência da fome e dos deslocamentos forçados. A segunda política buscava fugir do modelo soviético de comunismo, por considerá-lo falido. Porém, a mobilização da juventude em grupos paramilitares conhecidos como Guardas Vermelhos resultou em vandalismo, perseguição e culto exagerado à figura de Mao.
Mao foi o fundador da República Popular da China e o responsável por políticas desastrosas como o "Grande Salto Adiante" e a "Revolução Cultural". O objetivo da primeira era promover uma nação desenvolvida e igualitária em tempo recorde, mas milhões de pessoas acabaram morrendo em decorrência da fome e dos deslocamentos forçados. A segunda política buscava fugir do modelo soviético de comunismo, por considerá-lo falido. Porém, a mobilização da juventude em grupos paramilitares conhecidos como Guardas Vermelhos resultou em vandalismo, perseguição e culto exagerado à figura de Mao.
Deng Xiaoping (1978-1992)
Deng ocupou altos cargos no governo antes de assumir o comando do país, dois anos depois da morte de Mao. Em 1984, iniciou uma importante reforma econômica na China: implantou uma política de aproximação com o Japão e os EUA, atraindo capitais estrangeiros para o país, e se reaproximou do governo soviético. Porém, no campo doméstico, manteve-se irredutível na defesa de um partido único, com rigoroso controle sobre a oposição. Em 1989, esmagou violentamente o movimento estudantil democrático na Praça da Paz Celestial de Pequim, provocando milhares de mortes.
Deng ocupou altos cargos no governo antes de assumir o comando do país, dois anos depois da morte de Mao. Em 1984, iniciou uma importante reforma econômica na China: implantou uma política de aproximação com o Japão e os EUA, atraindo capitais estrangeiros para o país, e se reaproximou do governo soviético. Porém, no campo doméstico, manteve-se irredutível na defesa de um partido único, com rigoroso controle sobre a oposição. Em 1989, esmagou violentamente o movimento estudantil democrático na Praça da Paz Celestial de Pequim, provocando milhares de mortes.
Jiang Zemin (1992-2002)
Após o massacre na Praça da Paz Celestial, Deng se empenhou para encontrar um político confiável para sucedê-lo e considerou que Jiang Zemin tinha o perfil adequado. Antes de sua morte, o preparou para o cargo. Zemin não era exatamente um estadista inovador - sua prioridade era manter a estabilidade social, dar continuidade às graduais reformas econômicas e garantir que o Partido Comunista permanecesse no poder. Tentou modernizar o partido e fazer com que o país se tornasse a economia de crescimento mais rápido no mundo.
Após o massacre na Praça da Paz Celestial, Deng se empenhou para encontrar um político confiável para sucedê-lo e considerou que Jiang Zemin tinha o perfil adequado. Antes de sua morte, o preparou para o cargo. Zemin não era exatamente um estadista inovador - sua prioridade era manter a estabilidade social, dar continuidade às graduais reformas econômicas e garantir que o Partido Comunista permanecesse no poder. Tentou modernizar o partido e fazer com que o país se tornasse a economia de crescimento mais rápido no mundo.
Hu Jintao (2002-2012)
Hu Jintao foi o primeiro presidente a começar sua carreira política após a revolução comunista de 1949. Em 1998, se tornou vice-presidente da China, até substituir Jiang Zemin. Hu deu continuidade ao rápido desenvolvimento chinês, fazendo com que o país se tornasse a segunda maior economia do mundo. Tentou mostrar à comunidade internacional uma China “harmoniosa”, mas seu governo é conhecido pela repressão e a censura aos opositores. Provou que não pretende levar adiante uma reforma política nos moldes do Ocidente.
Hu Jintao foi o primeiro presidente a começar sua carreira política após a revolução comunista de 1949. Em 1998, se tornou vice-presidente da China, até substituir Jiang Zemin. Hu deu continuidade ao rápido desenvolvimento chinês, fazendo com que o país se tornasse a segunda maior economia do mundo. Tentou mostrar à comunidade internacional uma China “harmoniosa”, mas seu governo é conhecido pela repressão e a censura aos opositores. Provou que não pretende levar adiante uma reforma política nos moldes do Ocidente.
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