Renan diz que não promulgou emenda dos TRFs porque há 'erro formal' no texto
Renan diz que não promulgou emenda dos TRFs porque há 'erro formal' no texto
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GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reiterou que não promulgou a emenda constitucional que cria quatro novos TRFs (Tribunais Regionais Federais) no país porque há um "erro formal" no texto, com divergências entre a proposta aprovada pela Câmara e a que passou no Senado.
A nota foi usada por Renan para justificar a promulgação da emenda, nesta quinta-feira, pelo presidente em exercício do Congresso, deputado André Vargas (PT-PR).
Congresso promulga PEC que cria mais quatro tribunais regionais
Vargas diz que promulgação dos TRFs não abre crise com Judiciário
Vargas diz que promulgação dos TRFs não abre crise com Judiciário
Vargas aproveitou viagem de Renan a Portugal e, no comando do Legislativo, promulgou a emenda --mas negociou com o presidente do Senado a ação nos bastidores.
"A opção de não promulgar a emenda constitucional que criou quatro novos Tribunais Regionais Federais decorreu do entendimento de que a proposta contem erro formal, suscetível de questionamentos jurídicos, já que o texto aprovado pela Câmara dos Deputados sofreu alterações substanciais em relação ao que foi enviado pelo Senado Federal", disse Renan.
O senador afirma ainda, na nota, que não pode "limitar as competências regimentais do primeiro vice-presidente do Congresso Nacional", por isso manteve sua viagem ao exterior.
"Igualmente não poderia, eternamente, adiar ou cancelar compromissos oficiais em virtude desta emenda", completou.
Alan Marques 5.mar.2013/Folhapress | ||
O presidente do Senado, Renan Calheiros; ele disse que não promulgou emenda dos TRFs porque há um "erro formal" no texto |
AUSÊNCIA
O petista assumiu na noite de ontem interinamente a presidência do Congresso no lugar de Renan. Ao promulgar a proposta, Vargas negou que tenha feito uma "manobra" para viabilizar a criação dos tribunais sem o aval do presidente da Casa.
Vargas disse que o parlamento está em "sintonia" sobre a necessidade de ampliar o número de cortes no país. Como seu reduto político também é beneficiado pela medida, o petista disse que essa não é uma "causa regional, mas nacional".
Pressionado por associações de magistrados e políticos dos Estados que irão sediar os novos tribunais, Renan decidiu deixar nas mãos do vice o desfecho do impasse.
A demora na promulgação foi provocada por um movimento do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que procurou o comando do Congresso na tentativa de evitar até mesmo a votação da proposta.
O ministro argumenta que os novos tribunais poderão aumentar os gastos do Poder Judiciário em até R$ 8 bilhões por ano, sem acabar com o excesso de processos que congestiona a Justiça Federal.
Crítico feroz da criação de novos tribunais, Barbosa chegou a acusar magistrados de agirem de forma "sorrateira" para aprová-la no Legislativo.
A emenda cria tribunais com sedes no Paraná, em Minas Gerais, na Bahia e no Amazonas. Hoje, há cinco Tribunais Regionais Federais --em Brasília, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Rio Grande do Sul.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) vai encaminhar projeto ao Congresso para regulamentar a criação dos tribunais, com um cronograma para a efetiva implantação.
CRISE
Vargas disse que a promulgação da emenda constitucional não deve abrir crise com o STF. O petista minimizou a posição contrária do presidente do STF, Joaquim Barbosa, às novas cortes. Vargas recomendou mais cautela ao ministro.
"Não acredito em crise [com o Judiciário] até porque não vamos levar em conta apenas as declarações do presidente do STF. Ele precisa ater mais equilíbrio porque representa um poder, portanto, entendemos que e o plenário do Supremo que nos interessa", afirmou.
Segundo o deputado, a Justiça tem orçamento para implementar as novas cortes, que devem ser efetivadas em seis meses, e que não se trata de politizar a justiça. "O pleno vai entender que não se trata de embate político, mas ampliação do acesso à Justiça".
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