Lóbi homossexual no Vaticano terá levado Papa a resignar
Jornal italiano La Repubblica divulgou alegada investigação ultrassecreta de três cardeais aposentados
O jornal italiano La Repubblica divulgou, esta quinta-feira, que um alegado relatório sobre um lóbi homossexual dentro do Vaticano poderá ter levado à resignação do Papa Bento XVI, apontando o que descreve como lutas de poder e desvios de dinheiro.
Segundo o diário, o suposto lóbi, que terá alegadamente chantageado membros da mais alta hierarquia da Igreja, foi exposto após uma investigação «ultrassecreta» conduzida por três cardeais aposentados, informações que o Vaticano não confirmou.
O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, reputou de «fantasiosos e falsos» diversos aspetos do artigo do La Repubblica, frisando que não haveria «nem desmentidos, nem comentários, nem confirmações» sobre as «afirmações e opiniões» veiculadas pela imprensa, numa altura em que se aproxima a data da resignação de Bento XVI.
Lombardi frisou, no entanto, que o Papa não abdica por estar «deprimido» ou por quaisquer motivos psicológicos, mas por sentir que lhe faltam as forças.
O artigo, de tom sensacionalista, intitula-se «Sexo e carreira, chantagens no Vaticano estão por trás da resignação de Bento XVI» e estabelece uma ligação direta entre o relatório dos cardeais Julian Herranz, Joef Tomko e Salvatore de Giorgi e a decisão do Papa.
Segundo o jornal, o espanhol Herranz revelou ao Papa a 9 de outubro passado que existia uma «rede transversal unida pela orientação sexual» e que, «pela primeira vez, a palavra homossexualidade foi pronunciada» nos aposentos de Bento XVI.
O La Reppublica indicou que o relatório revelou que certos membros do clero sofreram «influências exteriores» (nomeadamente, chantagens) por parte de laicos aos quais estariam ligados por relações «mundanas».
Bento XVI, de 85 anos, anunciou a 11 de fevereiro, durante um consistório no Vaticano, a resignação a partir dia 28 de fevereiro devido «à idade avançada».
Um novo Papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de março, disse na altura Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice.
EM BAIXO: Papa Bento XVI (Reuters)
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