Colômbia planeja incluir ecstasy em lista de drogas descriminalizadas
Colômbia planeja incluir ecstasy em lista de drogas descriminalizadas
País prepara nova lei para mudar política do governo de combate ao uso e ao tráfico de entorpecentes.
30 de janeiro de 2013 | 8h 36
A ministra da Justiça da Colômbia, Ruth Stella Correa, anunciou que o ecstasy será incluído na lista de drogas que deve ser descriminalizada no país, segundo o projeto de lei que o governo planeja enviar em breve ao Congresso.
A proposta do governo substituiria as leis atuais, que criminalizam o uso de maconha e da cocaína, embora a posse em pequenas quantidades seja tolerada.
O projeto faz parte de uma nova política do governo para combater o uso e o tráfico de entorpecentes.
Um dos maiores produtores de drogas do mundo, a Colômbia vem sofrendo nas últimas décadas com crimes relacionados ao tráfico internacional.
A inclusão do ecstasy nas drogas descriminalizadas, no entanto, é motivo de crítica por parte de opositores.
A declaração da ministra ocorreu após encontro com uma comissão que discute a política de drogas adotada pelo país na última década.
Um dos integrantes é o ex-presidente César Gavíria, que faz parte de um movimento internacional que defende a descriminalização das drogas, com o apoio do ex-colega brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
O movimento argumenta que a chamada "guerra às drogas", lançada nos anos 1980, só aumentou a violência no continente e não reduziu o consumo.
Negócio
Críticos da descriminalização das drogas argumentam que a nova lei só vai facilitar o consumo e aumentar a violência. Já aliados do governo, como o Partido Verde, argumentam o contrário.
"O problema na Colômbia é com drogas como maconha e cocaína", disse o senador Roy Barreras à Rádio Caracol. "As rotas do tráfico de drogas dependem fundamentalmente da cocaína, e a descriminalização no mundo só daria fim ao negócio."
A inclusão do ecstasy na lista das drogas toleradas também causa confusão sobre outros entorpecentes como a metanfetamina, também sintética. Outros argumentam que a heroína também deveria ser incluída.
A política de drogas na Colômbia ganhou nova abordagem após a Suprema Corte decidir, há dois anos, que o pequeno porte de entorpecentes para uso pessoal não era passível de punição.
O governo do presidente Juan Manuel Santos também tem mostrado uma posição mais liberal sobre o tema, abrindo o debate na sociedade colombiana. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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