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24/01/2013 - 04h00

Após SP, Bahia planeja internar dependentes químicos à força

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NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR

O governo da Bahia planeja internar à força dependentes químicos a partir de março, a exemplo do programa de internação compulsória adotado nesta semana pela administração estadual de São Paulo.
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A ação está prevista para começar pelo centro histórico de Salvador, onde usuários de crack podem ser vistos inclusive durante o dia.
Mas haverá diferenças em relação ao modelo paulista --juízes, por exemplo, não vão compor a equipe.
"Apesar de termos locais com concentração de usuários, não temos 'cracolândias' nos moldes do centro de São Paulo", diz Denise Tourinho, chefe da Suprad (superintendência de acolhimento aos usuários de drogas). "Dessa forma, não identificamos a necessidade de implantação de plantão do Judiciário", afirma.
O grupo terá profissionais de saúde ligados à Suprad --órgão vinculado à Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Será feita parceria com a faculdade de medicina da Ufba (Universidade Federal da Bahia).
A autorização judicial ainda será necessária, assim como laudo psiquiátrico.
Tourinho diz que a internação compulsória "será o último recurso terapêutico", adotada apenas em casos extremos. Antes, a equipe tentará "construir vínculos" e "sensibilizar os usuários".
Segundo ela, o grande desafio é a expansão pelo Estado, já que a rede de atenção psicossocial ainda é incipiente, sem equipamentos especializados em Saúde Mental.
PROPOSTAS PELO PAÍS
O governador do Acre, Tião Viana, divulgou nesta semana em seu Twitter que deve adotar a internação compulsória de dependentes de crack.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, técnicos ainda estão definindo os critérios para as internações. Em 2012, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas fez 11 atendimentos de usuários de crack em Rio Branco.
No Espírito Santo, a Prefeitura de Vila Velha diz que pretende adotar a medida, mas não tem data para que isso ocorra.
Em ao menos dois Estados --Santa Catarina e Rio Grande do Sul-- há projetos de lei que propõem implantar a internação compulsória.