A vantagem de ser pequena


Nº EDIÇÃO: 788 | Negócios | 09.NOV.12 - 21:00

A vantagem de ser pequena

A agilidade na tomada de decisões e a aposta em veículos militares e ônibus garantiram a sobrevivência da Agrale num mercado dominado por gigantes.

Por Rosenildo Gomes FERREIRA
No final de outubro, representantes das principais montadoras de veículos do planeta se reuniram no Salão do Automóvel, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo. A única fabricante genuinamente nacional, a gaúcha Agrale, controlada pela família Stédile, de Caxias do Sul, não deu as caras por lá. Aliás, dificilmente alguém verá um exemplar do jipe ou da picape Marruá rodando pelas ruas de alguma cidade brasileira. É que, ao contrário das concorrentes, seu foco é o segmento corporativo, que inclui mineradoras e companhias energéticas, além das Forças Armadas daqui e do Exterior. “Aposta-mos em nichos desprezados pelas grandes empresas e nos quais podemos ser competitivos”, diz Hugo Zattera, presidente da Agrale, que também participa do bloco de controle da companhia. 
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Contramão: Zattera, presidente: investimento em nichos
desprezados pela concorrência
Esse modelo de negócio não apenas permitiu que a Agrale sobrevivesse à abertura do mercado, nos anos 1990, a duras penas, é verdade, como também lhe ajudou a crescer de forma contínua. Com um portfólio que inclui, ainda, tratores, chassis de ônibus e caminhões, feitos sob encomenda para a americana Navistar, a Agrale deve fechar 2011 com receita bruta de R$ 1 bilhão, volume 20% maior em relação a 2011. Cerca de 75% dessa receita será obtida com a divisão automotiva. Fundada em 1962, com o objetivo de produzir tratores para pequenos proprietários rurais, a Agrale fez de seu porte diminuto um diferencial. Em suas três unidades industriais, em Caxias do Sul e na Argentina, são feitos blocos de motor, chassis e caixas de câmbio, além da estamparia das peças, uma estratégia para reduzir custos. 
Com isso, ganhou também agilidade. “Esse é o nosso principal trunfo em relação aos concorrentes de maior porte”, afirma. O projeto da jipe Marruá é um exemplo disso. Foram apenas seis meses entre a decisão de entrar no setor e o seu lançamento no mercado. Hoje, a Agrale produz 100 veículos por mês. Gastou período idêntico para desenvolver um micro-ônibus com tração 4x4, o primeiro do tipo no País. Graças a essa linha, a empresa, em parceria com a Marcopolo, conseguiu vencer a concorrência do Ministério da Educação. Até 2013, serão entregues 1,9 mil ônibus. No caso dos veículos maiores, os gaúchos também vêm fazendo bonito. “Metade da frota de ônibus que circula em Buenos Aires leva o logotipo da Agrale”, diz Zattera. 
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