Nobel da Paz à UE é um incentivo à superação, diz ativista


Nobel da Paz à UE é um incentivo à superação, diz ativista

Para coordenadora de programa da Unesco em São Paulo, manter as estruturas democráticas do bloco europeu é um feito que justifica a escolha para prêmio

Cecília Araújo
José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia
(Thierry Charlier/AFP)
Uma estratégica política. Assim a argentina Lia Diskin caracteriza o anúncio da União Europeiacomo vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano. Para a coordenadora do comitê paulista para a Década da Cultura e da Paz – um programa da Unesco –, a escolha transmite uma mensagem de incentivo à superação, em um momento em que o bloco enfrenta uma grave crise financeira.
“Acredito que foi uma estratégia politica. A União Europeia está muito fragilizada no âmbito econômico - os níveis de desemprego em países como a Espanha e a Grécia são altíssimos. A premiação é uma forma inteligente de reforçar que a União Europeia já passou por momentos muito mais dramáticos do que este”, ressaltou.
“Os países europeus tiveram parte de sua história regada a sangue e embates, mas conseguiram superar duas guerras mundiais e se manter por décadas sem qualquer enfrentamento bélico”, completou, salientando o crescimento do bloco, que começou com apenas seis países membros e hoje conta com 27. “É uma grande conquista para um tempo tão curto”.
Lia Diskin considera um feito manter as estruturas democráticas do bloco europeu, o que justifica a escolha. “Mesmo com toda a fragilidade que pode haver entre os países do norte e do sul da Europa, é um feito conseguir resistir aos embates nacionalistas de grupos separatistas, mantendo as estruturas democráticas e a pluralidade. É muito louvável o esforço dos mediadores internacionais de países da União Europeia, ao realizar encontros entre os mais diversos partidos e setores, levando sempre o diálogo à mesa de negociações para encontrar caminhos comuns.”
Ela concordou ainda com a afirmação feita pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, após o anúncio do prêmio: “De fato, é uma ‘preciosidade’ o bloco europeu poder mostrar ao mundo essa capacidade de enfrentar unida a situação presente. A meu ver, não é pouca coisa.”
Co-fundadora da Associação Palas Athena, instituição que agencia programas em áreas como direitos humanos e promoção social, a jornalista argentina comentou também o papel da UE em um momento em que ocorrem vários conflitos no mundo, especialmente na Síria e países vizinhos. “A União Europeia ajudou durante muito tempo os países latino-americanos, em sua transição para a democratização e necessidades básicas. Também deu apoio às repúblicas independentes depois do fim da União Soviética, a fim de manter a unidade territorial e a paz. Agora, apesar dos conflitos no Oriente Médio e Norte da África, a Europa vai precisar voltar seus recursos para dentro do próprio bloco, o que é natural.”
“O único exemplo que pode dar é mostrar unidade em meio à crise. E os países árabes precisam encontrar caminhos para conviver. Nós nos tornamos perigosos demais, com uma capacidade destrutiva imensa. É preciso pensar em um caminho inteligente, investir no diálogo e encontros permanentes que permitam uma convivência minimamente pacífica. O contrário disso, seria um suicídio coletivo”, concluiu.

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