Alemanha

Merkel destaca decisão do Nobel como um 'impulso ao euro'

Já o presidente do Parlamento Europeu comemorou o prêmio, mas citou desigualdades do bloco e disse que é preciso obter um pouco mais de justiça

Angela Merkel, chanceler alemã (Tobias Schwarz/Reuters)

A chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou a concessão do Prêmio Nobel da Paz à União Europeia (UE) como uma decisão "maravihosa", destacando seu caráter de "impulso ao euro", para além da ideia de mera união monetária. "A UE foi construída sobre as cinzas de duas guerras, e o prêmio representa para mim, pessoalmente, um notável impulso nos esforços comuns para o projeto europeu", declarou.

Merkel repetiu sua tese de que o euro é mais do que uma moeda, sobretudo após a explosão da crise na eurozona. Ela salientou que "a divisa comum representa um projeto de paz conjunta" e afirmou que os países-membros da UE estão unidos "para sua própria sorte".

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Em comunicado, o ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, também expressou seu orgulho e satisfação com o Nobel da Paz à UE e qualificou a integração europeia como "o mas bem-sucedido projeto pela paz da história". "Sobre as ruínas de duas terríveis guerras mundiais cresceu a paz e a liberdade, os inimigos acérrimos se transformaram em bons amigos e aliados inseparáveis", disse.

Ponderações - O presidente do Parlamento europeu, o alemão Martin Schulz, comemorou o prêmio, dizendo que o "ato histórico da reunificação da Europa foi justamente reconhecido". Ele ponderou, no entanto, que algumas situações de pobreza na União Europeia não eram dignas do Nobel da Paz e pediu que os líderes europeus promovam a integração do bloco. 

"Não podemos continuar vivendo em uma união na qual um país é muito rico, enquanto em outros as pessoas, mesmo aquelas que foram educadas e instruídas, são obrigadas a remexer o lixo para encontrar algo para comer", disse numa coletiva de imprensa em Viena. "Acredito que temos que progredir e dar à Europa a força necessária para obter um pouco mais de justiça", acrescentou.

Em meio a grave crise financeira, o Comitê Nobel da Noruega anunciou nesta sexta-feira o prêmio à UE e o justificou citando as conquistas do bloco para "o avanço da paz e da reconciliação" na Europa, assim como para "o estabelecimento da democracia e dos direitos humanos no continente".