A VIDA SEXUAL DOS PAPAS


A VIDA SEXUAL DOS PAPAS

Por Elenilson NascimentoRecentemente tivemos, mais uma vez, notícias de mais um caso bizarro envolvendo a Santa Igreja. Os envolvidos no processo de aborto de uma menina de 9 anos que foi estuprada pelo próprio padrasto foram excomungados pelo arcebispo de Olinda e de Recife, D. José Cardoso Sobrinho. E, mesmo com a deplorável confissão do padrasto que abusava da garota, a Igreja esqueceu de excomungá-lo também. O tal arcebispo condenou os responsáveis pelo aborto e disse na imprensa que "o fim não justifica os meios” e que esse é o “princípio e a doutrina moral da Igreja”. Pois é. Sempre foi. A doutrina da hipocrisia mascarada no nome de Cristo.
Quando escrevi a matéria sobre o padre bonitão Fábio de Meloe os novos astros das igrejas (*generalizando viu!) já sabia que muitos iriam criticá-la e me mandar as farpas. Voltou aqui a repetir: IGREJA É SINÔNIMO DE MENTIRAS E DEMAGOGIAS, principalmente, quando o assunto é de cunho sexual. Até o finado (*e verdadeiramente querido) papa João Paulo II já defendeu, numa carta enviada ao Congresso Mundial, em Roma, a vida sexual e amorosa de todos os que não têm capacidades físicas ou mentais, ou aqueles sofrem de distúrbios mentais sérios. Contudo, quando se fala da vida sexual dos religiosos a coisa muda de figura.
Muitos papas praticaram todo tipo de traquinagem (*sacanagens). Muitos deles se casaram. Outros, por trás do manto do celibato, instalaram suas amantes no Vaticano e promoveram seus filhos ilegítimos – os chamados “sobrinhos”, como são conhecidos na Igreja. E um dos muitos argumentos usados pelos religiosos quando as pessoas (*eu, por exemplo) não querem abraçar o cristianismo é com relação aos acontecimentos históricos envolvendo a Igreja. Eles parecem esquecer as más ações feitas em nome de Cristo no passado tal como a Inquisição, o julgamento de feiticeiras, só para citar algumas.

No curso da mais dura batalha que travou com a ONU, em 1994, João Paulo II escreveu uma "carta às famílias do mundo inteiro", em que enfatizava a posição da Igreja no campo do comportamento sexual: não ao aborto, não ao amor livre, não a uniões homossexuais. À diretora executiva da ONU, afirmou, dedo em riste: "Uma família é um marido, uma mulher e suas crianças. E o casamento é a única base de uma família. Os homossexuais e as lésbicas não são famílias."

Há também os exemplos de hoje, quando pregadores diáconos ou líderes da Igreja são surpreendidos alcoolizados, em relações adúlteras ou outras atitudes não coniventes com o que dizem crer. Este tipo de comportamento tem levado muitos a dizer (*eu, por exemplo): “Se isto é cristianismo, então eu não quero nem uma parte dele sequer”.
Quem não ficou chocado, por exemplo, com trechos do livro "Os Irmãos Karamázov" (escrito em 1879) deDostoiévski – o escritor cristão mais admirado pelos ateus – onde ele escreve:“Em meio às trevas profundas abre-se de repente a porta de ferro da prisão e o próprio velho, o grande inquisidor, entra lentamente com um castiçal na mão”. Ou, então, com o recente filme “Dúvida”, sobre uma freira que acusa um padre de molestar um menino. Ou o livro publicado em 1875, “O Crime do Padre Amaro” deEça de Queiroz, onde é abrangido principalmente o ambiente de hipocrisia da Igreja, sacristia e casa de beatas e também onde o autor ataca violentamente os vícios da sociedade da época e denuncia a hipocrisia burguesa e os abusos do clero, principalmente, os sexuais.
"A vida sexual das pessoas é muito mais peculiar do que se poderia imaginar", disse o escritor inglês Nigel Cawthorne. O autor se dedica a desvendar o que se passou sob os lençóis de famosos, informações que já renderam oito livros, três publicados no Brasil. E, entre eles, “A Vida Sexual dos Papas” revela as aventuras secretas - ou, às vezes, inteiramente públicas, vividas por pontífices de uma Roma dissoluta que ao mesmo tempo impunha, a toda a cristandade, as obrigações de castidade, mas, na surdina, defloravam jovens e aliciava outros tantos.
A decadente corte papal de Avignon, as noitadas promovidas pelos Bórgias em Roma (*o filme “Os Borgias” que retrata justamente o nefasto reino da família Bórgia, da eleição do patriarca papa Alexandre VI em 1492 até a sua morte em 1503), a luxúria dos tempos de Leão X, Alexandre VI, Clemente VII, Gregório XIII e tantos outros, num mundo de orgias onde tudo valia, desde que significasse prazer. 
Comparados as notícias de pedofilia e abusos cometidos nos dias de hoje, o que esses religiosos faziam antigamente não passam de fichinha. E Nigel Cawthorne em uma brilhante pesquisa histórica publicou essas espantosas histórias de incesto, tortura, orgias, corrupção, homossexualismo, assassinatos, luxúria praticados pelos papas há alguns séculos atrás quando o Vaticano ainda era um feudo disputado por famílias poderosas e a Igreja era a polícia, o bandido e o juiz do mundo cristão. Enquanto a igreja tentava controlar e manipular (*como sempre) a vida da população e pregando a castidade através de um falso moralismo em nome de Jesus, seus representantes se envolviam em todo tipo de luxúria numa época em que era um ótimo negócio se tornar marido ou mulher do padre (*até hoje é também). Logo no inicio do livro o autor esclarece: “A Igreja Católica fez de tudo para apagar esse tipo de coisas”.
NEPOTISMO – Os pontífices não eram só inclinados à luxúria, mas também aos assassinatos e as pilhagens numa escalada para manter e aumentar seu poder. Os próprios bens e valores da organização católica não escapavam de sua ganância e de seus roubos. Além de que, muitos deles foram coroados papas ainda na adolescência. Mas o autor é bem categórico ao afirmar: “Apesar de Pedro ter dito que havia deixado sua casa, não disse que havia abandonado sua esposa”. Os interessantes relatos históricos mostram o comum nepotismo na igreja quando o poder eclesiástico era passado de pai para filho. Geralmente quando um papa morria seu filho assumia o trono de São Pedro e o mesmo valia para cargos importantes como cardeais e bispos.
A história de alguns papas ganhou destaque: Alexandre VI (1492-1503) que construiu um império em meio à corrupção e a violência e João XXIII (1410-1415) que teve uma vida tão conturbada que a própria Igreja atribuiu o mesmo nome a João XXIII (1958-1963), um outro papa do século XX, para confundir os fiéis. O livro cita também a Ordem dos Templários, Salomé, Maria Madalena, Messalina, o imperador Nero, a história muito interessando do jovem imperador Eligábalo, as orgias romanas, o poder das mulheres (prostitutas) em Roma, o pecado de se ter excesso de sêmen e ejacular espontaneamente, as punições, a promiscuidade que imperava, a papa mulher Joanaa pornocracia papal.
A PUTARIA DE SEMPRE – O tumultuado cotidiano do Vaticano foi relatado por escritores de várias épocas, por isso a igreja se viu obrigada a lançar o “Index Librorum Prohibitoruim” (Índice dos Livros Proibidos), uma lista negra de livros para serem destruídos por conter os relatos históricos sobre a lasciva e corrupta vida sacerdotal. Talvez seja por isso que a obra de Cawthorne tenha apenas, mas incríveis, 340 páginas, onde o assunto principal do livro é mesmo o sexo. O autor cita que Jesus parece quase a favor do sexo, mas que, talvez por causa disso, a Igreja sempre demonstrava muito talento para encobrir os malfeitos dos papas.
Achei muito interessante a história deSanta Eugenia que havia se tornado abade, até que uma outra mulher, cujas investidas ela rejeitara, acusou a santa de má conduta e seu verdadeiro sexo foi revelado. Como também o caso de Benedito VIII que foi o primeiro papa a “sentar-se na cadeira furada”, isto é, uma cadeira com um buraco no assento que permitia a um cardeal checar se o candidato era homem, antes de elevado a papa. Benedito VIII, contudo, era bissexual que gostava de sodomizar animais e ordenava assassinatos.
No século XI houve uma nova tentativa de severidade, onde teólogos ilustres iniciaram o debate sobre as penalidades apropriadas para vários pecados, entre os quais masturbação, pensamentos impuros ou até mesmo amassar pão nas nádegas de uma mulher nua ou um clérigo que seduzisse jovens ou que fosse pego beijando deveria ser açoitado em publico. 
Uma opinião em que eu me acabei na gargalhada (*e ainda fiquei lendo em voz alta no banheiro ) foi a do São Pedro Damião quando tentou impedir ao clero de Milão, com muito pouco resultado, em que ele vituperou contra as esposas: “Eu me dirijo a vocês, queridinhas dos padres, a vocês, guloseimas do demônio, venenos das mentes, adagas das almas, acônitos dos bêbados, perdição dos glutões, matéria do pecado, causa de destruição. A vocês eu me volto, eu digo, vocês ginecéias (*prostitutas) do antigo inimigo, vocês, poupas, vampiros, morcegos, sanguessugas, lobos. Venham e me ouçam, prostitutas, vocês, camas lamacentas porcos gordos, vocês, quartos de espíritos impuros, vocês, ninfas, vocês, sereias, vocês, harpias, vocês, Dianas, vocês, perversas tigresas, vocês, víboras furiosas...”. O cara tinha surtado!
O caso de Alexandre II, por exemplo, que assumiu uma atitude mais pragmática por ter desistido de lutar contra o pecado sexual, foi outro muito estranho. Quando um padre foi pego tendo relações com o próprio pai, Alexandre não o exonerou nem o puniu. Já o Gregório VIInão pensava que fosse muito proveitoso o povo ler a Bíblia. E na época do fracasso dasCruzadas, o rei francês Guilherme consolou-se traçando planos para criar um convento no qual as freiras seriam as melhores prostitutas do ducado – e tudo combinado com a Igreja. Já um tal papa Anacleto II tinha o horrível habito de estuprar freiras. A historia de Abelardo eHeloisa me deixou bem perturbado. Ele era um padre de 30 anos que lecionava para uma menina de apenas 14 anos. Conclusão: ela engravidou do padre. Fugiram, foram caçados e Abelardo teve seus órgãos sexuais cortados. 
Ordem dos Templários (foto ao lado) é um caso a parte. Segundo o autor, para se entrar na Ordem, um noviço deveria beijar a boca, o ânus e o pênis de quem o inscrevia. Os membros eram informados de que tinham permissão para trepar uns com os outros, ou seja, a Ordem que falava muito de Cristo e de guardar o cálice vivia fazendo orgias. E por mais improváveis e contraditórios que esses depoimentos possam parecer, o papa Clemente V, mandou queimar vivos todos os lideres dos Templários.
O papa Pio V foi outra figura que deu o que falar dentro da Igreja, mas ao perceber que isso resultava num desastroso aumento da sodomia entre religiosos, logo desistiu da campanha. O maluco tentou destruir todos os monumentos antigos de Roma sob o pretexto de que eram trabalhos de pagãos, proibiu os romanos de freqüentar tabernas e aqueles que desobedecessem teriam a sua língua marcada com ferro em brasa e centenas de hereges foram queimados por causa dele.
O maluco foi além e proibiu que os homens solteiros de terem servas mulheres e as freiras de terem cachorros. Mas o mais intolerante de todos os papas foi o Clemente XIII, que ordenou que se cobrisse a nudez das estátuas e também das pinturas – incluindo os afrescos da Capela Sistina. Recentemente tivemos até um caso parecido de puritanismo cometido pelo primeiro-minsitro italiano Berlusconi que ordenou que obras de arte com teor de nudez fossem cobertas. Pois bem. O tempo passa e a hipocrisia continua a mesma. No século XX o papa Pio IX era inimigo das sociedades bíblicas e da liberdade de imprensa. Já o seu sucessor, o papa Pio XII, manteve-se estranhamente quieto a respeito do Holocausto
Em suma, “A Vida Sexual dos Papas” é um livro excelente e muito bem escrito através de uma linguagem simples e objetiva e que não pode faltar na coleção de quem aprecia pesquisas históricas. Para quem deseja ser religioso deveria ler o livro para conhecer o passado, compreender o presente e prever o futuro de mais de 2000 anos de história da igreja, ao invés de ficar somente repetindo discursos sem conteúdo e condenando tudo sem conhecer. Infelizmente, esse livro maravilhoso teve pouca divulgação no Brasil (*comprei o meu por R$ 9,90), mas o leitor vai se surpreender com seus capítulos: O Papa Joana, A Pornocracia Papal, Orgias Romanas, Adultério em Avignon, Esta Noite uma Orgia dos Bórgia, Santos Padres e outros que merecem ser lidos com atenção. Mas, se mesmo depois de todas essas evidências você ainda achar que tem que encontrar Deus sentado num trono dentro de uma Igreja ou então que tem que entregar seus filhos para os arautos do Evangelho(*uns doentes), então, meu filho, sinto muito por você. (A VIDA SEXUAL DOS PAPAS de Nigel Cawthorne, 351 págs. Rio de Janeiro, 2003 – Editora Prestígio).

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