O Rev. Sun Myung Moon e o Completo Testamento A III parte da mensagem bíblica revelada na Coréia entre l936 e 1945


O Rev. Sun Myung Moon e o Completo Testamento

A III parte da mensagem bíblica revelada na Coréia entre l936 e 1945


Leornes Ferreira (jornalista)
03 de setembro de 2012.

O pensamento unificacionista está dividido em três partes: 1. O Princípio da Criação, que trata da natureza de Deus e da natureza e origem do universo e do homem, bem como da finalidade da criação do universo e do homem; 2. A Queda do Homem, que explica o porquê da dicotomização da natureza humana, do pensamento e da sociedade; e 3. O Princípio da Restauração (= Providência da Salvação), que trata do modo como Deus tem atuado na história, através das religiões, para libertar o homem do mal, da ignorância e do sofrimento. Vejamos estes três tópicos individualmente.
        O Princípio da Criação. O Ideal Original de Deus — Deus é um ser eterno, auto-existente, invisível e onipresente no universo, que é uma automanifestação d’Ele próprio. Deus é um ser positivo e negativo (yin yang), mas também um ser de caráter e forma (sung sang e hyung sang). Portanto, é um Deus pessoal, dotado de sensibilidade, intelectualidade e volitividade. Deus pode experimetar todos os sentimentos humanos. Por isso, o homem é a imagem (positivo e negativo, yin yang) e a semelhança de Deus (caráter interno e forma externa, sung sang e hyung sang). A relação entre Deus e o homem é idêntica à relação existente entre a mente e o corpo do homem. A finalidade da criação do universo foi a busca de alegria. A natureza foi criada para a alegria do homem, e este, para alegria de Deus. O homem atinge a plena alegria pela realização das três bênçãos (deveres e direitos básicos): crescei (realização pessoal), multiplicai (realização da família) e dominai (realização material). O homem é um ser bicorpóreo, possui um corpo físico temporário e um corpo espiritual eterno. A vida humana atravessa três estágios: 1. vida intra-ulterina, em que o homem é completamente dependente e respira o oxigênio extraído do sangue materno; 2. vida física, em que o homem é semi dependente, e respira o oxigênio extraído da natureza, a Mãe Terra; e 3. vida espiritual, em que o homem é totalmente livre e “respira” o amor de Deus no mundo espiritual. Assim, a família é a escola do amor, onde o homem experimenta os quatro tipos básicos de amor: o amor paternal, fraternal, conjugal e filial. Assim, o estabelecimento de uma família perfeita é vital para os seres humanos. Após viver sua existência física na Terra o homem deixa seu corpo físico e migra para o mundo espiritual, um ambiente semelhante à Terra, porém estável, onde vive para sempre com seus familiares à medida em que estes chegam vindos do mundo físico. A vida no mundo espiritual assemelha-se à vida na Terra — ciência, artes, esportes, lazer, família e sexo. Existem residências, e as atividades humanas originais prosseguem desenvolvendo-se em direção a níveis de perfeição sempre maiores. Na vida espiritual, as funções vitais do corpo físico se alteram: não há reprodução nem necessidades fisiológicas, embora os homens possam comer se assim o desejarem (Jesus comeu pão e peixe mesmo depois de “morto”). Os desejos básicos dos seres humanos: vida eterna, eterna juventude, saúde perfeita, plena verdade e plena experiência são reais no plano espiritual, desde que o homem tenha vivido de acordo com as leis divinas (naturais e morais) na Terra. Do contrário, se o homem migrar para o mundo espiritual imperfeito (com pecado), seu desenvolvimento espiritual passará a depender de seus descendentes na Terra, herdando parte dos méritos adquiridos por eles a partir de sua vivência pró-Deus (méritos) ou anti-Deus (deméritos). Desse modo, ainda que adiada tantas vezes na história, Deus é absoluto e efetuará a restauração da ordem original do universo, podendo-se esperar a salvação universal certa.
        A Queda do Homem. A Quebra do Ideal Original — Esse quadro ideal de vida (céu = bem) que foi extraído da Bíblia e corresponde aos desejos humanos mais fundamentais, entretanto, não corresponde à realidade de nossa vida nem de nosso mundo hoje. Ao longo de toda a história humana a humanidade derramou lágrimas, suor e sangue para realizar esse mundo sem jamais conseguir. Por quê? A teoria unificacionista da queda do homem (teoria da alienação homem-Deus) explica: porque o homem não está em seu estado original de criação. O homem atual possui uma natureza dúbia; duas vontades opostas guerreiam na natureza humana. Essas duas forças espirituais são chamadas natureza divina original (princípios éticos, morais e desejos espirituais inatos) e natureza má adquirida (instintos agressivos, amorais e aéticos herdados da natureza do arcanjo Lúcifer). A sociedade humana é um retrato exteriorizado dessa natureza humana dúbia e antagônica. Onde teve origem a dicotomização da natureza humana? A Bíblia explica no livro do Gênesis que um ser espiritual, o arcanjo Lúcifer, rebelou-se contra Deus por este haver criado Adão e Eva como senhores da natureza. Lúcifer, por ter sido criado primeiro que o homem, considerou injusta a ordem hierárquica estabelecida por Deus. Assim, Lúcifer mentiu e separou o homem de Deus, tornando-se um antideus, “o deus deste mundo”, passando a dominá-lo desde então. O unificacionismo, retomando as interpretações pré-cristãs dessa narrativa rejeita o mito da maçã, demonstrando com base numa série de textos bíblicos e fatos históricos e sociais que o ato que ocasionou a alienação humana foi um ato sexual antinatural e extemporâneo. Lúcifer, planejando tomar a posição de Adão, não poderia atacá-lo diretamente. Assim, decidiu atacá-lo indiretamente através de sua futura esposa Eva. Percebendo sua trama, Deus ordenara ao homem, através dos anjos (seres espirituais antropomórficos), que não se relacionassem enquanto Ele não lhes ordenasse. Lúcifer, porém, seduziu e relacionou-se sexualmente com Eva, que, desesperada, ocultou o fato de Adão, seduzindo-o na esperança de ver-se aliviada do estado de aflição em que se encontrava. Este ato de desobediência rompeu a relação Deus-homem. Assim, pouco a pouco, Lúcifer passou a dominar e a “orientar” o homem, fornecendo-lhe elementos para satisfazer sua natureza original. Desse modo, surgiram a anti-arte (sem forma, proporção e clareza), a antiverdade (as filosofias e as teorias científicas materialistas e ateístas) e a anti-religião, magia (pseudo-religião; ensinamentos egoístas e amorais), voltados para satisfazer, respectivamente, a emoção (desejo do belo), o intelecto (desejo da verdade) e a vontade (desejo de bondade). Desse modo, o homem foi sendo cada vez mais distanciado de Deus e de Seus valores absolutos, adquirindo uma conduta antinatural e caindo sob o controle quase total do arcanjo Lúcifer, convertido em antideus e adorado pelo homem sob milhares de formas e pseudônimos (politeísmo).
O Princípio da Restauração. O Plano de Deus para Restaurar Seu ideal — No unificacionismo, restauração é o mesmo que salvação. Salvar o mundo consiste em salvar o homem, e salvar o homem consiste, por um lado, em libertá-lo da ignorância que o mantém sob o controle de Lúcifer, ensinando-lhe a verdade, e por outro, levá-lo à pratica da verdade que irá purificá-lo e mantê-lo no caminho natural, o caminho do bem (“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertrá.”). Ocorre que a Terra tornou-se um território ocupado por Lúcifer, o antideus. Assim, a fim de impedir a difusão da verdade divina e manter seu domínio, Lúcifer, através de seus exércitos (espirituais e físicos) ateus e materialistas persegue, criticando, desmoralizando, aprisionando e matando todos os homens enviados por Deus (profetas, santos, filósofos e cientistas Deusistas, etc). Essa perseguição implacável e cruel, contudo, não impede a vitória de Deus, mas retarda-a. Assim, a fim de escapar à perseguição, Deus revela sua verdade sob uma forma codificada, de modo que apenas os seus aliados a entendam. Tal é o motivo pelo qual aBíblia é uma mensagem codificada, escrita em símbolos, por meios de analogias, comparações e parábolas. A Bíblia contém a verdade divina revelada na Terra até o advento de Jesus, que estudou as idéias de seu tempo, filtrou-as e sistematizou uma mensagem como somatório da idéias Deusistas reveladas ao mundo até então. Por tais motivos, a mensagem do NovoTestamento contém idéias muito similares às idéias chinesas nativas e órficas, entre outras. Jesus foi escolhido por Deus para trazer à Terra a verdade divina plena e libertar a humanidade. Não veio para ser assassinado na cruz ainda jovem. As profecias que indicam a possibilidade de sua morte foram reveladas por Deus devido à natureza dicotomizada do homem, que poderia seguir dois caminhos: receber e amar, ou rejeitar e matar Jesus. Sabendo da ameaça representada por Jesus, Lúcifer tentou destruí-lo ainda criança através de Herodes e da matança das crianças (fez o mesmo com Moisés). Não conseguindo, passou a utilizar a ignorância do povo e dos líderes judeus da época, convencendo-os de que a mensagem complementar de Jesus contrariava o Velho Testamento. Os líderes judeus corromperam Judas, levando-o a trair Jesus, em seguida, prenderam-no e pressionaram politicamente Pilatos a crucificá-lo. Desse modo, Deus Se viu “forçado” pelas circunstâncias a permitir a crucificação de Jesus, seguindo um plano alternativo a fim de obter uma vitória parcial —  a salvação espiritual. Jesus ficou sabendo que deveria morrer em um contato espiritual com Moisés e Elias (na transfiguração), enviados do mundo espiritual para informá-lo do plano alternativo de Deus. Jesus relutou e pediu a Deus para livrá-lo do cálice da morte, mas aceitou a vontade de Deus e dirigiu-se a Jerusalém sabendo que seria preso e assassinado. Todavia, mesmo na cruz, perguntou a Deus: “Pai, por que me abandonastes?” Jesus sabia que sua missão na Terra não havia se completado, pois esta consistia em difundir a verdade em todo o mundo, formar a família divina (perdida com Adão e Eva. Por isso Jesus é chamado de II Adão) e expandir seu modelo familiar divino para toda a humanidade. Isto não pôde ser realizado, pois Jesus, obedecendo a Deus, teve que seguir e consumar o plano alternativo da cruz. Segundo os unificacionistas, Jesus não é o próprio Deus-Criador do universo, mas é um homem divino, imagem e semelhança de Deus, um com Deus, Deus-filho.
        A morte prematura de Jesus fez com que Deus abandonasse o povo judeu (que perdeu o valor e a posição de povo escolhido) e a igreja judaica (ainda hoje centralizadas no Velho Testamento) e estabelecesse uma nova igreja, a igreja cristã, centralizada no Novo Testamento. Deus dividiu a história em antes e depois de Jesus e começou tudo novamente; um novo trabalho e uma nova era centralizada no cristianismo que, 400 anos depois, conquistou o Império Romano, coroando Jesus como rei espiritual da humanidade e difundindo a mensagem cristã para todo a Terra a fim de prepará-la para a segunda vinda do messias, o III Adão. Assim como Jesus, o II Adão, era descendente do antigo povo eleito, o III Adão descenderá do novo povo eleito, o povo cristão. Os unificacionistas crêem que o III Adão já está na Terra e seu nome é Sun Myung Moon. Entretanto, crêem que a história se repetiu, e o povo cristão eleito rejeitou e perseguiu o novo escolhido de Deus. Não obstante, ele não foi morto. Venceu a perseguição mundial e a morte (foi preso, torturado e esteve em coma três vezes) e estabeleceu uma família divina (Os Verdadeiros Pais, que substituem Adão e Eva, os quais deveriam tornar-se os Verdadeiros Pais da humanidade, mas perderam essa posição devido à queda). Uma nova igreja foi estabelecida, a Igreja da Unificação (Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial, ou Associação das Famílias para a Unificação e a Paz Mundial) e o Completo Testamento já foi traduzido e difundido em todo o mundo. Assim, os unificacionistas crêem que o novo Cristo de Deus venceu o antideus (Lúcifer) espiritualmente e sua vitória, em breve, começará a ser reconhecida e aceita em toda a Terra.
        Como se vê, trata-se de uma mensagem polêmica, mas, estudada com profundidade, revela-se vigorosa e coerente com aBíblia, com a tradição e com o pensamento judaico-cristão, sendo, de fato, um aprofundamento e uma ampliação daquele. Nos últimos anos, diversos têm estudado e pesquisado o pensamento místico oriental e ocidental. Muitos têm afirmado que o unificacionismo coreano (chamado de novo cristianismo) representava o pensamento oriental unificado (pensamento chinês + pensamento judaico-cristão; extremo-Oriente + Oriente médio). Um estudo imparcial e científico do pensamento unificacionista revela que ele representa também uma síntese do pensamento místico oriental e do pensamento cristão ocidental, acrescido de novas percepções bíblicas, fundamentos históricos, argumentos lógico-filosóficos e bases científicas atuais. Seria, portanto, uma mensagem cristã surgida em nosso século e ajustada ao nível de mentalidade do homem do século XX. Um estudo de perto da conduta unificacionista revelou que, por sua índole bíblico-cristã, o unificacionismo estabeleceu um padrão de conduta religiosa e moral idêntica, ou ainda mais vigorosa que o padrão do cristianismo tradicional, mesmo em relação aos cristãos protestantes. Por todas essas características, o Movimento da Unificação, de origem e inspiração judaico-cristã, parece representar a antítese mesma do Movimento Nova Era, de origem e inspiração afro-indiana. É mesmo surpreendente o modo polêmico como o unificacionismo expandiu-se pelo mundo, combatendo o marxismo-comunismo e o materialismo, sendo criticado e perseguido por eles, e até por alguns grupos cristãos. Mesmo assim, conseguiu expandir-se para 200 países, e suas idéias já foram traduzidas para quase todas as línguas da Terra em apenas 48 anos. Outra curiosidade está no fato de este movimento religioso do extremo-oriente ter-se desenvolvido em um amplo leque de organizações, cobrindo todas as áreas das atividades humanas, da religião à ciência, das artes aos esportes, da economia às comunicações, etc. Parece tratar-se, de fato, de um movimento religioso voltado para a unificação do mundo, e, neste aspecto, parece ter-se adiantado aos grupos religiosos tradicionais, alinhando-se às mais poderosas tendências desse final de século: o reavivamento moral, o retorno à vida natural, a globalização econômica e a unificação internacional e inter-racial.

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