Mostra na Oca tem relíquias da Santa Sé e obras de Michelangelo
Mostra na Oca tem relíquias da Santa Sé e obras de Michelangelo
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SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Vindo direto das salas, depósitos e arquivos do Vaticano, um conjunto de cerca de 200 peças conta parte da história do cristianismo ao longo dos últimos 2.000 anos.
Esse recorte de obras de arte, relíquias arqueológicas e objetos da Igreja Católica chega na sexta (21) à Oca, em São Paulo, numa dessas exposições que têm tudo para causar grandes filas e arrebatar o público mais devoto.
"São objetos que não ficam expostos nem mesmo no Vaticano, muitos nunca saíram de lá", diz o monsenhor Roberto Zagnoli, organizador da mostra. "Essas obras se pautam pela beleza, pela busca de uma espiritualidade comum entre os homens, que vai além da expressão da fé."
Entre as peças, há obras de Michelangelo -- um baixo-relevo da "Pietà" e uma réplica da escultura da basílica de São Pedro-- que ajudam a entender o papel de mecenas exercido pela igreja e os laços entre arte e fé, já que o artista dedicou quase toda a vida a encomendas monumentais do alto clero.
No caso do mestre renascentista, a escultura em baixo-relevo, uma obra do final de sua vida, contrasta com a perfeição das formas que ele buscou em sua juventude.
"Elas estarão lado a lado, uma como peça completa e outra que dá só alguns elementos para entender o quadro, as sensações", diz Zagnoli. "É como se depois daquela obra perfeita ele quisesse dar só um impulso."
Um compasso usado pelo artista para medir os traços da "Pietà" e projetar a cúpula da basílica de São Pedro e os afrescos de sua Capela Sistina também está na mostra.
Até mesmo o teto da construção modernista de Oscar Niemeyer no Ibirapuera terá projeções de afrescos de Michelangelo, uma experiência virtual de estar no Vaticano.
Divulgação | ||
Retrato de Cristo feito por Guercino, no século 16 |
ROSTOS DO CRISTIANISMO
Pirotecnias à parte, peças menores, como dois anjos em madeira dourada do ateliê de Gian Lorenzo Bernini, um dos maiores nomes do barroco e artífice da modernização urbana de Roma, também integram a exposição.
Embora não haja grandes pinturas, quatro afrescos remanescentes da igreja de São Paulo, destruída num incêndio em 1823, e o rosto de Jesus Cristo pintado por Giovanni Francesco Barbieri, o Guercino, dão cara aos personagens do cristianismo.
Guercino, aliás, retratou o rosto de Jesus como ele teria aparecido no sudário usado para enxugar seu sangue e suas lágrimas na via crucis.
"Essa é uma maneira tradicional de retratar a figura de Cristo, com as gotas de sangue sobre o rosto e a coroa de espinhos", analisa Zagnoli. "Parece algo muito real, dá vontade de tocar."
Mas, na mostra, o público só vai poder mesmo tocar no molde da mão do papa João Paulo 2º, morto há sete anos.
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