Estudantes bloquistas e membros de CT’s em Encontro Nacional
Estudantes bloquistas e membros de CT’s em Encontro Nacional
29/9/2012 8:06, Por Esquerda.net
A acompanhar a mobilização para a manifestação no Terreiro do Paço, o Bloco organiza este fim de semana a sua Conferência Nacional de Estudantes e o Encontro Nacional de CT’s. O objetivo comum é de unir forças para combater o governo da troika.Artigo |29 Setembro, 2012 – 12:01 Foto Paulete Matos.
A manhã do dia da manifestação convocada pela CGTP junta os bloquistas membros de Comissões de Trabalhadores para discutir a intervenção no quadro da atual situação política e social. “A actual situação de ataque ao trabalho com os sucessivos pacotes austeritários e do código de trabalho que reforçou o ataque aos seus direitos coletivos, nomeadamente aos contratos coletivos e AE’s, aos salários diretos e indiretos, ao direito ao emprego com a liberalização dos despedimentos, tem vindo a colocar em causa sindicatos e CT’s”, diz a convocatória deste Encontro.
Na agenda da reunião está um documento que define os objetivos da atividade dos membros bloquistas de CT’s, nomeadamente a promoção da eleição de novas Comissões de trabalhadores e o combate ao seu desvirtuamento pela entidade patronal, bem como a articulação entre ativistas e CT’s para possibilitar respostas conjuntas aos ataques do Governo e dos patrões. “Estamos perante um quadro social e legislativo que tem trazido muitas dificuldades ao movimento das CT’s. A desarticulação e o encerramento de milhares de empresas fizeram desaparecer muitas CT’s, existindo hoje cerca de 350″, aponta o documento.
Neste Encontro do Bloco, os membros das CT’s consideraram que o aparente reforço de poderes para as CT’s atribuído pela troika “é um presente envenenado, quando a lei tem vindo a consagrar uma diminuição do seu papel e capacidade de intervenção ao nível da empresa”. E concluem que elas “devem estar organizadas nos seus locais de trabalho, trabalharem em conjunto com outras comissões de trabalhadores, criarem coordenadoras para traçarem objectivos comuns e com os sindicatos, respeitando sempre a autonomia de cada organização, melhor responderem aos anseios e à luta dos trabalhadores”.
Conferência Nacional de Estudantes
Durante o fim de semana tem também lugar a II Conferência Nacional de Estudantes do Bloco de Esquerda. Na moção apresentada a debate, o diagnóstico da situação é apresentado com clareza. “Se o abandono escolar já era um enorme flagelo social, com as políticas da troika ele agudizou-se, deixando a nu o seu caráter de classe: são os estudantes carenciados os que mais abandonam a escola. Mais, são também os jovens em condições económicas mais frágeis que abandonam o Ensino Superior ou que não perspetivam sequer a sua frequência”.
Os estudantes bloquistas atacam o projeto que a direita quer implementar no sistema educativo, criticando duramente as políticas do Governo, comandadas pelo ministro Nuno Crato. Um projeto que “passa pela diferenciação de percursos e de vias, pela recuperação de um ensino autoritário, pelo monopólio do exame como forma de avaliação, pelo desprezo pela pedagogia e pelos espaços de aprendizagem informal, pela expulsão para fora do espaço da escola do mundo da vida, da sexualidade e da sua discussão, das dimensões da participação política e da vivência democrática interna”.
Nas universidades, os bloquistas reafirmam a sua oposição à existência de propinas e a defesa de “uma ação social justa e uma gestão democrática das instituições”. E atacam a praxe universitária, que vêem como um contributo “para a criação de uma rede de caciquismo, de ordeirização da contestação e de esvaziamento da política nas universidades”. Para além do fim das propinas, querem também o regresso do desconto do passe social, que Passos Coelho roubou aos estudantes, aumentando em 50% o encargo com as suas deslocações.
Na sua proposta de ação, os estudantes do Bloco querem continuar a promover a aliança do setor estudantil com trabalhadores precários e desempregados contras as políticas de austeridade, referindo a participação massiva estudantil em protestos como os de 12 de março e 15 de setembro e a organização de piquetes nas universidades nas últimas greves gerais.
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