'O que foi feito na CPI tem de ser levado em consideração', diz Serraglio


Justiça

'O que foi feito na CPI tem de ser levado em consideração', diz Serraglio

Relator da CPI que investigou o escândalo durante o governo Lula, deputado afirma que indícios levantados durante a CPI foram comprovados pela Justiça

Carolina Freitas
O deputado federal Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios: convicção
O deputado federal Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios: convicção (Dida Sampaio/AE)
Relator da CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão em 2005, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) afirma não ver sentido em ignorar as informações levantadas pela comissão parlamentar durante o julgamento do escândalo no Supremo Tribunal Federal (STF). “A Constituição diz que a CPI tem poder de investigação judicial”, afirmou Serraglio ao site de VEJA, após participar de um seminário na capital paulista, nesta quinta-feira. "O que foi feito na CPI tem de ser levado em consideração.”
 
Desde o início do julgamento, na semana passada, os advogados dos réus têm pedido em uníssono aos ministros que desconsiderem as provas colhidas durante a CPI, que recolheu documentos e ouviu depoimentos sobre o esquema durante dez meses - entre 2005 e 2006. Os defensores se baseiam no artigo do Código de Processo Penal que diz que o juiz não poderá formar sua convicção baseado exclusivamente nos elementos colhidos na fase de investigação. Daí a querer invalidar todo o trabalho de coleta de indícios da CPI há, claramente, um abismo.
 
 
O questionamento sobre a validade das provas colhidas durante a CPI foi fomentado também pela declaração do decano do STF, o ministro Celso de Mello. Em entrevista ao Estado de S.Paulo, ele afirmou: “A prova para a condenação tem que ter o direito ao contraditório”, afirmou. A lei determina que todo indício colhido durante a investigação seja colocado à disposição dos acusados para que apresentem suas justificativas. Só assim poderá ser usado como prova para basear o voto de um juiz.
 
O relator da CPI se diz tranquilo a esse respeito. “Boa parte do que foi levantado pela CPI acabou sendo comprovado depois pela Justiça”, afirma Serraglio. “São provas consistentes.” Para evitar mal-estar entre os ministros, o deputado evitar fazer prognósticos sobre o desfecho do julgamento. “Eu acredito em tudo o que coloquei no meu relatório. É a minha conclusão.”
 
Serraglio acompanha à distância o julgamento. Até hoje, envolvido com as atividades da Câmara, só conseguiu assistir a uma sessão, pela TV. Foi no segundo dia de sessão, na sexta-feira passada, quando o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou a acusação contra os 36 réus, que respondem por crimes como corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. “O procurador traduziu as informações de forma muito linear, concatenada e contundente”, afirmou o deputado.

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