Cartão para combater a fome vira moeda de troca na mão de pré-candidatos e Agimiro se irrita com denúncias: é mole?


Cartão para combater a fome vira moeda de troca na mão de pré-candidatos e Agimiro se irrita com denúncias: é mole?

É inacreditável a reação do secretario do Trabalho e Ação Social, Agimiro Costa nesta terça-feira, 30, diante de novas e novas denúncias que chegam à redação, até agora de 11cidades diferentes do Estado, informadas por pessoas que têm fé pública, de que o Cartão lançado pelo governador Siqueira Campos(PSDB) para combater a fome tem sido distribuído por pré-candidatos (com ou sem mandato), aliados do governo.
Roberta Tum 
webSecretário Agimiro durante lançamento do cartão
Secretário Agimiro durante lançamento do cartão
Na verdade são dois absurdos. O primeiro, é que o programa foi criado com um objetivo nobre – o combate à fome, tema da plataforma política do governador – e não para se transformar, em véspera de campanha eleitoral, em objeto utilizado de forma torpe por quem quer com isto auferir vantagens, claramente eleitorais.
Afinal, se um pré-candidato a prefeito, ou se um vereador, candidato a reeleição, recebe os cartões da Setas, seja com que desculpa esfarrapada for, e vai para a rua distribuir, isto está errado. Ou eu estou ficando louca?
Sim, por que esta é a prática que o PSDB, quando oposição combateu duramente no Programa Governo Mais Perto de Você. À época, o programa levava benefícios reais também, tais como consultas e exames médicos, distribuição dos tão questionados e combatidos óculos, entre outras coisas.
Durante as edições, servia como se sabe, água mineral aos milhares de copos, assim como centenas e centenas de marmitex. E o fato de que todo este cenário era propício aos aliados do governo de então foi duramente combatido pela oposição.
Agora invertem-se os personagens.
O Tocantins sem Fome é um programa construído com regras claras: utilizar o CAD 1, cadastro do governo federal para pessoas de baixa renda terem acesso aos seus programas; fazer a distribuição através dos CRAS, após os prefeitos (de todos os partidos) assinarem com o governo, um convênio. Ou seja: levar de forma séria um benefício a quem precisa.
Então, como é que agora vira esta balbúrdia, com reclamações chegando de onze municípios de regiões diferentes do Estado, sempre com a denúncia do mesmo modus operandi? Os cartões nas mãos dos que querem se mostrar diante do eleitorado, como se a conquista fosse deles e o benefício conquistado através deles. Isto não é provincianismo. É crime eleitoral. Não importa se a campanha, oficialmente ainda não começou.
E o secretario, naquilo que considero o segundo absurdo, esquece que é pessoa pública, gestor da pasta, e portanto obrigado a dar explicações todos os dias se for preciso, diante de cada denúncia séria que é feita.
É preciso ter muito boa vontade para acreditar que primeiras-damas, secretárias de assistência social, prefeitos e agentes públicos de 11 municípios estejam mentindo. E Agimiro, irritado, dizendo a verdade. Mas tudo bem, quem tira esta conclusão é o leitor/eleitor.
Nosso papel é procurar ouvir todas as partes possíveis para chegar à verdade.
Injustificável, é dizer que “a preocupação maior é o combate à fome” e que quem faz a denúncia, é por que não quer o bem das pessoas.
Ao contrário: quem não está preparado para gerir o que é público e dar explicações ao público dos seus atos - através da imprensa ou não - é que está equivocado. Ou no lugar errado.
Mais sob

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