CÓDIGO FLORESTAL,KATIA ABREU E DILMA,A MOTO-SERRA DO PT
Código Florestal será teste para relação de Dilma com base
Em reunião com vice, Dilma disse que vai atender pedidos dos peemedebistas rebelados. Planalto teme sofrer segunda derrota – desta vez, na Câmara
Luciana Marques
A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente da República, Michel Temer, em evento oficial em Brasília, em 1º de março (Ed Ferreira/AE)
Para evitar novas derrotas no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff atenderá as demandas dos peemedebistas rebelados. Dilma convocou, nesta quinta-feira, o vice-presidente Michel Temer para uma reunião de emergência com o objetivo de acertar os ponteiros entre o Planalto e o PMDB. No encontro, ficou combinado que as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, vão se reunir com os líderes do partido no início da semana que vem. O assunto é o de sempre: liberação de emendas. Mas agora Dilma não terá outra saída senão cumprir as velhas promessas – e rápido. Os deputados do PMDB ameaçam ir contra o governo na votação do Código Florestal, prevista para a próxima semana.
A insatisfação do PMDB foi manifestada na semana passada, quando deputados da legenda assinaram um documento com uma série de reclamações contra o governo e o PT. Na noite desta quarta-feira, o clima esquentou. Os senadores (com a ajuda do PMDB) negaram a recondução de Bernardo Figueiredo à direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Indicado por Dilma, o petista era quem comandava o projeto do trem-bala.
A presidente ficou irritadíssima com o resultado da votação. No momento da derrota, ela conversava com Gleisi e Ideli justamente sobre a liberação de emendas dos peemedebistas. O governo recebeu uma avaliação “equivocada” dos partidos da base sobre o possível resultado da votação. A aprovação do nome de Figueiredo era dada como certa. Se soubesse da possibilidade de uma derrota, o Planalto teria agido para adiar a votação.
Nos bastidores, diz-se que o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), não se esforçou tanto para conter os rebelados de sua legenda ao perceber que a situação estava fora de controle. “Ele deixou acontecer”, admite uma fonte próxima a Temer. É exatamente Renan quem, ao lado do líder da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), negociará a liberação de emendas com as ministras.
Nos bastidores, diz-se que o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), não se esforçou tanto para conter os rebelados de sua legenda ao perceber que a situação estava fora de controle. “Ele deixou acontecer”, admite uma fonte próxima a Temer. É exatamente Renan quem, ao lado do líder da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), negociará a liberação de emendas com as ministras.
Encontro - Dilma conteve a raiva na reunião com Temer nesta manhã e tentou demonstrar que não estava “ressentida” com o partido do vice. Ela prometeu: a liberação de emendas virá. Interlocutores do Planalto afirmam que o encontro foi cordial e que a presidente já está mais tranquila em relação o tema. “O tom foi de apaziguamento”, disse um interlocutor do vice-presidente.
O Planalto espera que Temer aja para conter a bancada do PMDB na Câmara, que pretende votar contra o governo no projeto do Código Florestal. “Estamos fazendo a nossa parte”, disse uma fonte próxima a Dilma sobre a liberação de emendas. O vice-presidente ponderou que o Planalto também precisará ceder. “Os dois lados têm que chegar a um denominador comum”, disse um assessor de Temer.
O governo espera que a crise esfrie até semana que vem, quando serão retomadas as negociações em torno do Código Florestal. Um assessor do Planalto avalia que o clima ainda está muito “pesado” e é preciso aguardar. “Ainda há a ressaca de ontem, não vamos decidir com o fígado”.
Pelo menos enquanto o dinheiro não chega, a bancada do PMDB mantém firme a decisão de ir contra o governo na votação do código. “Não é questão de governo e meio ambiente, é questão de agricultura e pecuária”, disse o líder Henrique Alves.
O vice-presidente deve tratar do assunto só a partir da próxima terça, quando chega a Brasília. Ele embarca às 21 horas desta quinta-feira para Boston (EUA). Temer dará uma palestra sobre integração latino-americana no Massachusetts Institute of Technology (MIT), no próximo sábado.
O vice-presidente deve tratar do assunto só a partir da próxima terça, quando chega a Brasília. Ele embarca às 21 horas desta quinta-feira para Boston (EUA). Temer dará uma palestra sobre integração latino-americana no Massachusetts Institute of Technology (MIT), no próximo sábado.
Nos bastidores, comenta-se que o vice-presidente está em uma verdadeira sinuca de bico. Ele não quer desagradar seu partido e, ao mesmo tempo, não pretende bater de frente com Dilma. Temer espera ser o candidato a vice da chapa encabeçada pela presidente nas eleições de 2014.
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