No tempo das cavernas
No tempo das cavernas
Arquitetos europeus projetam mansão sofisticada dentro de montanha na cidade de Vals, nos Alpes Suíços. Detalhe: pode custar menos que um hotel.
Por Bruna BORELLI
Desde tempos imemoriais, cavernas são consideradas lugares
desconfortáveis e desprovidos de requinte, um habitat natural de
trogloditas. Esse, sem dúvida, não é o caso da Villa Vals, situada na
estação de esqui homônima, no cantão de Grisões, nos Alpes Suíços. A
luxuosa residência foi ideia de dois arquitetos, o holandês Bjarne
Mastenbroek e o suíço Christian Müller, que sonhavam em construir uma
mansão integrada à natureza montanhosa do país. Após receberem o aval do
governo local, em 2009 o projeto saiu do papel.
Luxo e segurança: seu conceito único é bastante seguro, uma vez que protege
os hóspedes de avalanches.
A construção, que deveria durar pouco mais de dez meses, sofreu
atraso. “Tivemos de fazer uma pausa durante o inverno, pois o excesso de
neve atrapalhava o trabalho”, diz Mastenbroek. Hoje, recém-acabada em
seus minuciosos detalhes, a propriedade está disponível para locação nas
férias. O que era para ser uma residência privada, acabou transformada
em uma villa – espécie de mansão que funciona como uma casa de férias.
“A diferença de uma villa está na privacidade”, diz Tomas Perez,
presidente e cofundador da agência de turismo de luxo Tereza Perez
Tours. Você tem a sua própria sala, a sua própria cozinha.”
Luxo e segurança: seu conceito único é bastante seguro, uma vez que protege
os hóspedes de avalanches.
Apesar de o projeto contar com a participação de Müller, foi o
holandês Mastenbroek quem entrou com os recursos necessários – e não
revelados – para o investimento. A escolha do local não se deu por
acaso. “Queríamos explorar a bela paisagem dos banhos termais de Vals”,
afirma Mastenbroek. A região é famosa por suas piscinas termais, cujas
diárias custam R$ 90, em média, e fazem bem à saúde por serem ricas em
minerais. O charmoso vilarejo onde a residência está situada tem apenas
mil habitantes, mas conta com hotéis, restaurantes, supermercados e
outros estabelecimentos. “É melhor quando uma villa fica próxima a
vilarejos, para que as pessoas hospedadas possam ir andando até
restaurantes e outros lugares”, afirma Perez.
Integração com a natureza: a sala, toda envidraçada, privilegia a luz natural
e abre caminho para um terraço de 60 m² com uma bonita
vista para as montanhas.
Sorte de seus hóspedes, que podem usufruir de toda a
sofisticação do local por até R$ 11,2 mil por semana – quantia bem
acessível, se comparada aos R$ 40 mil por noite na suíte
presidencial do Hotel President Wilson, em Genebra, considerada uma das
hospedagens mais caras da Suíça. O acesso é inusitado, feito por um
túnel subterrâneo, que tem como entrada um celeiro de madeira. Chegando
na casa, o hóspede se depara com 160 m2 de muita sofisticação,
distribuídos em seis quartos, que abrigam até 12 pessoas. A sala, toda
envidraçada, privilegia a luz natural e abre caminho para um terraço de
60 m² com uma bonita vista para a natureza. Nesse pátio, encontra-se uma
jacuzzi, perfeita para os dias de verão.
A decoração, moderna e aconchegante é assinada por designers
holandeses, como Hella Jongerius, Demakersvan e Claudy Jongstra. A
sustentabilidade está presente no sistema de aquecimento e energia da
residência, com o uso de energia elétrica produzida no reservatório
Zervreila. Ficou interessado? Pois fique sabendo que a residência, quase
sempre lotada, tem poucos dias livres para locação até novembro. Depois
disso, é possível ter mais liberdade na hora de escolher uma data.
Opções para deixar a estadia na residência ainda mais confortável não
faltam. Depois da criação de Villa Vals, a frase “se hospedar em um
buraco” nunca mais será mais a mesma.
Multimídia
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