BMG O BANCO DOS POLITICOS E DOS TIMES DE FUTEBOL E DO MARCOS VALÉRIO


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NEGÓCIOS

Nº edição: 750 | Negócios | 16.FEV.12 - 20:00 | Atualizado em 17.02 - 18:30

BMG joga na retranca

Principal patrocinador do futebol brasileiro, o banco mineiro vai reduzir quase pela metade o investimento nos clubes.

Por Marcelo CABRAL
Muita gente que acompanha futebol se acostumou a ver três letras na cor laranja estampadas no uniforme do seu time de coração. Nos dois últimos anos, a marca do banco mineiro BMG se tornou a principal patrocinadora do futebol brasileiro. Sua logomarca estava na camisa de times tradicionais, como o Cruzeiro, Atlético Mineiro e Santos, e outros de menor expressão, como o São Mateus (ES), Lajeadense (RS) e Sobradinho (DF). Isso, no entanto, vai virar coisa do passado. O BMG resolveu jogar na retranca e vai reduzir de R$ 70 milhões para R$ 40 milhões o patrocínio esportivo em 2012. O número de clubes parceiros também caiu de 39 para 28. É uma tendência que deve se acentuar nas próximas temporadas.
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Márcio Alaor vice-presidente do BMG: "O objetivo dos patrocínios era dar
visibilidade à nossa marca. Isso nós já conseguimos"
“O objetivo dos patrocínios era dar visibilidade à nossa marca”, disse à DINHEIRO Márcio Alaor, vice-presidente do BMG. “Isso nós já conseguimos.” Um levantamento da consultoria alemã Sport+Markt parece comprovar a tese de Alaor. Segundo o estudo, há dois anos a marca BMG não figurava entre as 120 mais lembradas pelos brasileiros que assistem ao futebol. No ano passado, ela se tornou a terceira mais citada, à frente de gigantes como Brahma, Nike, Coca-Cola, Adidas e Petrobras. O alvo da instituição agora é aumentar a rentabilidade, gastando menos. A decisão de reduzir seus gastos com o futebol pode ser também explicada por outro ângulo: as novas regras estipuladas pelo Banco Central (BC) para o funcionamento do setor de crédito.
Com uma carteira de cinco milhões de clientes ativos, o BMG tem 90% de seu faturamento da área de empréstimo consignado – aquele com desconto direto na folha de pagamento –, especialmente para servidores públicos e pensionistas do INSS. As alterações das normas tendem a tornar 2012 um ano de margem menor e concorrência mais acirrada com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Some-se a isso o fato de que deve levar algum tempo para que os novos investimentos realizados pelo BMG na diversificação do portfólio, como cartões de crédito e seguros e financiamento de veículos, gerem retorno. O resultado deverá ser uma desaceleração forte no crescimento de 25% registrado pelo BMG no ano passado, o que torna o reforço no caixa um ato de prudência.
 
Além de reduzir a verba do futebol, o banco quer se afastar do segmento de naming rights, o direito de uso do nome da marca. A instituição financeira batizou os certames estaduais  de Minas Gerais e do Espírito Santo, mas o retorno não foi o esperado. “Ainda é muito complicado, porque a tevê não fala o nome do patrocinador”, afirma Alaor. O BMG foi procurado pelo Corinthians, que queria R$ 350 milhões para batizar seu novo estádio, localizado em Itaquera, na capital paulista, com o nome do banco, mas recusou a proposta. “O Itaquerão sempre vai ser o Itaquerão”, diz Alaor. “Ninguém vai chamar o estádio de BMGzão.” O banco, por outro lado, tem planos menos defensivos para seu fundo de investimento Soccer BR1, criado no ano passado para atuar na compra e venda de jogadores, principalmente para a Europa. 
 
O fundo nasceu com patrimônio de US$ 12 milhões e iniciou as operações com atletas que eram promessas. Hoje já possui US$ 60 milhões e detém participação nos direitos de atletas valorizados, como o argentino Montillo, do Cruzeiro. A próxima etapa será transformar o BR1 em um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), o que significa que  poderá receber aportes de novos investidores. O objetivo é captar ao menos US$ 20 milhões, ainda neste ano.  Quem também deve entrar no radar de investimentos são as Mixed Martial Arts (MMA), a nova febre esportiva nacional. O patrocínio ao lutador Vítor Belfort rendeu um retorno 20 vezes maior que o investido, segundo Alaor. “Vemos um potencial enorme nas lutas”, diz o executivo. “Em alguns anos o MMA vai estar pau a pau com o futebol no Brasil”.
 
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