CUIDE-SE E FAÇA EXAMES DO FIGADO
MEDICINA & BEM-ESTAR
| N° Edição: 2200 | 06.Jan.12 - 21:00 | Atualizado em 14.Jan.12 - 21:54
Os avanços contra a Hepatite C
Dois medicamentos aumentam as taxas de cura do subtipo mais resistente da doença. E exames sofisticados facilitam o diagnóstico
Mônica TarantinoSEM CORTES
O médico Paulo Ferreira realiza exame que usa
ultrassom para avaliar o fígado. O teste substitui a biópsia
Duas novas medicações para tratar a hepatite C podem elevar as chances de cura de pacientes com a forma mais agressiva da doença. As substâncias, o telaprevir e o boceprevir, estão sendo ministradas com a terapia-padrão (uma associação entre o Interferon e a Ribavirina) para tratar pacientes infectados com o subtipo 1 do vírus HCV, o mais resistente dos três subtipos causadores da doença. Os médicos indicam os remédios porque ambos inibem uma enzima necessária à replicação do vírus. Entre pacientes que nunca foram tratados, estudos mostram que a combinação dos novos medicamentos com as substâncias tradicionalmente receitadas estimula no organismo uma resposta forte o suficiente para tornar indetectável a quantidade de vírus no sangue em 75% dos casos. Apenas nessa circunstância os médicos falam em cura. Sem essas medicações, cerca de 40% dos pacientes reduzem tanto a carga viral.
A combinação de remédios é especialmente benéfica para pacientes com recaída da doença, constatada quando o exame de sangue mostra que a carga viral volta a crescer após a interrupção das medicações. A taxa de sucesso chega a 88% com a adição dessas drogas mais recentes ao tratamento. O empresário Dante Caddeo, 57 anos, de Arujá (SP), recebeu a terapia combinada e se deu bem. “Tive várias recaídas, mas agora estou curado. Voltei a ter vida normal”, diz. Caddeo participou de testes para avaliar o novo tratamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Apesar de ambos os remédios estarem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, eles ainda não estão disponíveis na rede pública. Por isso, os pacientes estão garantindo seu acesso a eles recorrendo à Justiça. Ao obter uma liminar, obrigam o governo a fornecer o remédio. O tratamento com o telaprevir, por exemplo, custa cerca de R$ 70 mil. “A hepatite C evolui lentamente e, por isso, a maioria dos pacientes pode esperar a incorporação pelo SUS, que ocorrerá certamente neste ano, sem prejuízo à saúde”, diz o infectologista Paulo Abrão Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo. O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, pensa diferente. “Os pacientes devem ter acesso aos novos medicamentos o quanto antes. Se for preciso, por meio de uma liminar”, diz o especialista. O Ministério da Saúde informou que está “na etapa de organizar a proposta, estimar a população usuária e o consequente impacto financeiro para apresentá-la à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias”. Trata-se de uma instância que irá recomendar ou não a entrada dos novos remédios na lista de medicações oferecidas pelo governo.
A combinação de remédios é especialmente benéfica para pacientes com recaída da doença, constatada quando o exame de sangue mostra que a carga viral volta a crescer após a interrupção das medicações. A taxa de sucesso chega a 88% com a adição dessas drogas mais recentes ao tratamento. O empresário Dante Caddeo, 57 anos, de Arujá (SP), recebeu a terapia combinada e se deu bem. “Tive várias recaídas, mas agora estou curado. Voltei a ter vida normal”, diz. Caddeo participou de testes para avaliar o novo tratamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Apesar de ambos os remédios estarem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, eles ainda não estão disponíveis na rede pública. Por isso, os pacientes estão garantindo seu acesso a eles recorrendo à Justiça. Ao obter uma liminar, obrigam o governo a fornecer o remédio. O tratamento com o telaprevir, por exemplo, custa cerca de R$ 70 mil. “A hepatite C evolui lentamente e, por isso, a maioria dos pacientes pode esperar a incorporação pelo SUS, que ocorrerá certamente neste ano, sem prejuízo à saúde”, diz o infectologista Paulo Abrão Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo. O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, pensa diferente. “Os pacientes devem ter acesso aos novos medicamentos o quanto antes. Se for preciso, por meio de uma liminar”, diz o especialista. O Ministério da Saúde informou que está “na etapa de organizar a proposta, estimar a população usuária e o consequente impacto financeiro para apresentá-la à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias”. Trata-se de uma instância que irá recomendar ou não a entrada dos novos remédios na lista de medicações oferecidas pelo governo.
SUCESSO
O empresário Dante Caddeo, de São Paulo, usou a terapia combinada e agora está curado
Os remédios são os dois primeiros inibidores de protease (enzima necessária para a multiplicação do vírus) contra o vírus da hepatite C. Há uma segunda geração de drogas da mesma classe em estudo e também pesquisas com substâncias que impedem a proliferação do vírus por mecanismos diferentes, como os inibidores de polimerase ou de ciclofilina, como é o caso do alisporivir, droga aprovada nos Estados Unidos.“A perspectiva é de que a hepatite passe a ser tratada com um coquetel de medicamentos”, diz Timerman.
No campo clínico, aumenta a oferta de um teste não invasivo para avaliar se o fígado possui cicatrizes ou fibroses decorrentes do avanço das hepatites de qualquer tipo. A elastografia, por exemplo, usa a emissão de ondas de ultrassom e imagens para fazer esse diagnóstico, sem os cortes e a anestesia local indispensáveis à biópsia de células do fígado, o exame tradicionalmente pedido. “A elastografia substitui a biópsia em 80% dos casos”, diz o médico Paulo Abrão Ferreira. “Só não dá bons resultados em pacientes muito obesos.” A elastografia custa entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil e não é coberta pela maioria dos planos de saúde nem realizada pelo SUS.
No campo clínico, aumenta a oferta de um teste não invasivo para avaliar se o fígado possui cicatrizes ou fibroses decorrentes do avanço das hepatites de qualquer tipo. A elastografia, por exemplo, usa a emissão de ondas de ultrassom e imagens para fazer esse diagnóstico, sem os cortes e a anestesia local indispensáveis à biópsia de células do fígado, o exame tradicionalmente pedido. “A elastografia substitui a biópsia em 80% dos casos”, diz o médico Paulo Abrão Ferreira. “Só não dá bons resultados em pacientes muito obesos.” A elastografia custa entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil e não é coberta pela maioria dos planos de saúde nem realizada pelo SUS.
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