OBESOS

Pesquisadores de Harvard defendem que pais de crianças obesas percam a guarda
13/07/2011 | 16:37 | LETÍCIA SORG | FAMÍLIA, SAÚDE | DIREITO, FILHOS, GUARDA, OBESIDADE INFANTIL

Em um artigo publicado nesta quarta-feira (13) no Journal of the American Medical Association, dois pesquisadores da Universidade Harvard, em Boston, defenderam que os pais de crianças obesas devem perder a guarda dos filhos.
“Apesar do desconforto gerado pela intervenção do Estado, pode ser necessário algumas vezes para proteger a criança”, disse Lindsey Murtagh, advogada e pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard. O outro autor do artigo, David Ludwig, diz que a perda dos direitos pátrios deve ser acompanhada de apoio para toda família, com o objetivo de reunir pais e filhos o mais rápido possível.
Ludwig, especialista em obesidade que trabalha no hospital infantil da universidade, disse que pensou nessa solução depois do caso de uma menina de 3 anos que pesava pouco mais de 40 quilos. Nove anos depois, aos 12 anos, a menina voltou a ser atendida, pesando 180 quilos. A obesidade já estava gerando problemas para a sua saúde: tinha diabetes, colesterol e pressão altos e apneia. Os pais da menina tinham pouco dinheiro para ajudá-la a controlar o peso e sofriam com as próprias deficiências físicas.
“Por causa da preocupação médica, o Estado colocou essa garota em um abrigo, onde ela recebia três refeições balanceadas por dia, um ou dois lanches e fazia atividades físicas moderadas”, conta Ludwig. No final de um ano, a menina tinha perdido quase 60 quilos, não tinha mais diabetes nem apneia.
Já há notícias de casos isolados em que o Estado decidiu pela retirada da guarda por causa da obesidade. Um deles aconteceu em 2009, na Escócia, quando um casal (na foto com os filhos) perdeu a guarda dos dois filhos mais novos porque eles poderiam ficar obesos como seus quatro irmãos mais velhos. No ano passado, pesquisadores britânicos defenderam uma ideia semelhante no British Medical Journal. Para eles, os pais deveriam ser punidos por negligência caso não consigam seguir qualquer tratamento médico que proteja a saúde dos filhos, incluindo o tratamento para emagrecer.
Mas o assunto está longe de ser consenso na classe médica. Arthur Caplan, pesquisador da Universidade da Pensilvânia, escreveu um artigo contrariando seus colegas de Harvard. Caplan diz que há vários poréns para a retirada da guarda. O primeiro deles é o legal: a obesidade não qualificaria como um risco tão imediato à vida da criança. O segundo é de ordem prática: como são muitas as crianças obesas, não haveria abrigo para tratar adequadamente todas elas. O terceiro, o porém filosófico: em vez de tentar tirar a guarda de crianças dos pais, nós não deveríamos tentar mudar a nossa cultura de alimentação e exercício?
O governo da Grã-Bretanha mostrou que está tentando mudar o dia a dia dos britânicos e anunciou nesta semana diretrizes tornando obrigatória a prática de atividades físicas diárias para crianças de menos de 5 anos, incluindo aquelas que não sabem andar. Não é o suficiente para resolver o problema, mas é um passo.
Tendo a concordar com Caplan que há muitas alternativas – mais importantes e urgentes – para lidar com o problema da obesidade. E você, o que acha? Os pesquisadores de Harvard estão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VAZARAM AS FOTOS DE PAOLA OLIVEIRA NUA-Paolla oliveira nua pelada

Cheon Il Guk Matching Engagement Ceremony- O REINO DOS CÉUS NA TERRA E NO CÉU

Menino ficou em barril por pegar "comida que não devia", diz investigação