HOSPITAL DO FUTURO

Hospital do futuro

Um Robô que faz cirurgia. Outros que simulam doenças. Celulares que informam aos médicos, em tempo real,todos os dados de seus pacientes. Tecnologias como estas, aliadas à boa gestão, fazem do Hospital Israelita Albert Einstein um dos mais modernos do país

Por Katia Militello
  Divulgação
CORAÇÃO FECHADO
Cena da cirurgia de Luzia Cristina Debatin, a primeira paciente cardíaca da América Latina a ser operada pelo robô Da Vinci, manipulado pelo cirurgião cardiovascular Robinson Poffo (à esquerda, no console). De costas, o médico americano Leslie Willy Nifong, que acompanhou a operação
Desde que atingiu a idade adulta, a catarinense Luzia Cristina Debatin queixava-se de cansaço e dificuldade para respirar. Depois de consultar vários médicos, Luzia descobriu que tinha uma grande abertura entre os átrios do coração, uma doença congênita chamada comunicação interatrial, que aumenta o fluxo sanguíneo e a pressão nos pulmões, provocando insuficiência cardíaca. A solução para o problema passava por uma cirurgia invasiva, de peito aberto, com recuperação lenta e dolorosa. Mas Luzia teve sorte. Caiu nas mãos do cirurgião cardiovascular Robinson Poffo, que a atendeu em Joinville. Um médico empreendedor, Poffo sempre se preocupou com o trauma que uma intervenção desse porte causa ao paciente. Começou, então, a estudar o que os doutores chamam de cirurgia minimamente invasiva. Em 2002, numa visita de estudos à Universidade de Leipzig, na Alemanha, conheceu o Da Vinci, um robô que à época estava sendo testado, sem muito sucesso, em cirurgias de ponte de safena. Voltou alucinado com a novidade e começou uma cruzada em busca de técnicas que permitissem procedimentos cardíacos menos agressivos. Conheceu centros na Bélgica, na Itália e nos Estados Unidos. Tornou-se uma referência no país em operações do coração utilizando vídeo, a ponto de atrair a Joinville médicos de todos os cantos interessados na técnica.
No dia 17 de março passado, ele foi mais longe. Oito anos após ver o Da Vinci pela primeira vez, Poffo sentou-se num console, a três metros de Luzia, e comandou, por seis horas, os quatro braços do robô, que chegaram até o coração dela por pequenas incisões no tórax. Poffo, Luzia e o Da Vinci estavam numa sala cirúrgica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A dona de casa de 35 anos, moradora da pequena Guaruva, a 50 quilômetros de Joinville, e o cardiologista empreendedor de 40 anos entraram para a história. Ela foi a primeira paciente cardíaca da América Latina a ser operada por um robô. Ele, o primeiro cirurgião cardiovascular brasileiro a comandar o Da Vinci. “Não tive um pinguinho de medo”, diz Luzia, com a simplicidade dos que moram no interior. “Ninguém esperava que isso fosse acontecer tão rápido no Brasil”, afirma Poffo, que trocou sua Joinville por São Paulo há seis meses, onde já comandou outras sete cirurgias robóticas.
Um robô de alta tecnologia que simula ser o paciente é a estrela
nos treinamentos de médicos e funcionários

Criado nos Estados Unidos pela empresa Intuitive Surgical para que médicos operassem a distância soldados feridos na guerra do Golfo, o Da Vinci é integrado por três unidades. A primeira é a mesa de cirurgia, onde fica o robô, composto por quatro braços articulados, com flexibilidade de 360 graus e movimentos precisos. Na ponta de um desses braços há uma câmera que emite imagens em 3D. Os outros três manipulam pinças e instrumentos cirúrgicos que reproduzem com sutileza os movimentos do cirurgião, num sistema chamado mestre-escravo. A segunda unidade é um console inspirado nos simuladores de voo, onde os médicos se sentam e realizam, com luvas que parecem joysticks, os movimentos que serão repetidos pelo robô. Completando o conjunto há um sistema externo de hardware.
“A visão tridimensional que o médico tem é espetacular, melhor do que a olho nu, e a movimentação é superior à feita pelo punho humano, sem tremores”, diz Robinson Poffo. Mas a grande vantagem do Da Vinci Surgical System é a recuperação do paciente. Enquanto numa cirurgia de peito aberto o doente passa, em média, dois ou três dias na UTI e de sete a dez internado, com o robô esse tempo cai para um dia de UTI e no máximo cinco no hospital.
  Reprodução
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