MATERNIDADE DONA REGINA AGORA É PROFISSIONAL

Durante a fase de implantação do projeto, 60 dias, somente serão permitidos como acompanhante na sala de admissão do pré-parto e parto (bloco cirúrgico), acompanhantes do sexo feminino, em ocasião da presença de outras gestantes.

“Após este prazo, conforme o cronograma de trabalho, os leitos serão individualizados, de forma a possibilitar mais privacidade para as parturientes e assim possibilitar a presença do acompanhante do sexo masculino”, disse a gerente do HumanizaSUS, programa da humanização do SUS, da Sesau, Goiamara Borges dos Santos Rodrigues.

Para a gerente do setor de Serviço Social da maternidade, Zelma M. Penha, com mais esse serviço, o acolhimento do acompanhante em tempo integral, é necessário uma redefinição de alguns fluxos na unidade como o horário de visitas e agora um horário específico para a troca destes acompanhantes. “Nossa maior bandeira é colocar a família dessas parturientes dentro da unidade, que elas participem e se envolvam de forma ativa no processo”, disse.

A paciente Adriana Aparecida Cardoso, 30 anos, deu a luz na manhã desta segunda-feira, às 10h45, ao seu quarto filho. Adriana, que foi acompanhada pela amiga Cristiane Gomes afirma que pela primeira vez teve o acompanhamento em período integral de uma pessoa próxima ao seu convívio e que isso lhe deu tranqüilidade e mais segurança durante todo o momento que antecedeu ao parto. “Médicos e enfermeiros ficam todos envolvidos no trabalho, é um serviço que necessita de muita atenção, logo, muitas vezes não tem tempo de atender as nossas angústias. A presença de um acompanhante me tranqüilizou, foi uma experiência nova e muito importante”, ressaltou Adriana.

Equipe multiprofissional define últimos detalhes

Após planejamento para implantação do serviço de acompanhamento da gestante durante todo o seu período de internação na unidade, uma reunião definiu as últimas diretrizes para o início do programa já na segunda-feira, 17, membros do Comitê do Parto Humanizado da própria unidade reuniram-se com a Direção Administrativa, técnicos da Sesau – Secretária Estadual de Saúde da área do HumanizaSUS e da Semus – Secretária Municipal de Saúde de Palmas, além de representantes da Pastoral da Criança, CES – Conselho Estadual de Saúde e CMS – Conselho Municipal de Saúde para definirem o cronograma do primeiro dia do serviço na unidade.

Acompanhados pela gerente do HumanizaSUS, Goiamara Borges, e pela Fisioterapeuta Wilma Manduca, membro do CPH, os representantes da Semus, CES, CMS e Pastoral da criança realizaram uma visita técnica pela maternidade para conhecer as instalações e todas as fases do serviço da maternidade, desde a entrada da paciente até o momento da sua alta.

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Tags: qualificação das maternidades parto humanizado
Estado/cidade: Palmas
Comentários
Goiamara e equipe da
Mirela Pilon Pe... | sex, 28/05/2010 - 15:47.



Goiamara e equipe da Maternidade D. Regina, Parabéns pelo trabalho!

Entro nessa conversa, ainda que quase sem condições de escrever, pois acabo de chegar em casa de viagem após uma noite praticamente sem dormir entre aeroporto e voo...mas muito tocada e feliz por poder presenciar os esforços e investimentos que se está dispendendo no MS para a humanização dos partos e nascimento e redução da mortalidade materno infantil, lembrando que hoje é um dia especial 28/05 onde se celebra o " Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna"
E o que isso tem a haver com o post da Liliane e ambiência? Tudo! É muito bom podermos contar com o concreto das experiências e uma experiência tão densa como essa que Liliane relata no seu momento tão especial, momento intenso da vida de uma mulher, família, de celebração da vida em uma maternidade que se construiu num modelo de atenção materno infantil e que hoje está investindo nas mudanças das práticas.

Chamo aqui uma análise para os espaços que estamos produzindo e o que proporcionamos neste momento especial de vida quando levamos as mulheres para parir muitas vezes em maternidade dentro de instituições hospitalares. Onde o preparo para o parto (pré-parto) acontece num ambiente muitas vezes frio, impessoal, inóspito, sem a possibilidade do apoio do companheiro ou pessoa que ela deseja. Um espaço tantas vezes degrado, sem privacidade, intimidade, e que favorece determinadas práticas onde se imperam relações de poder no sentido da diminuição da potência dessas mulheres do próprio ato de dar luz.

Não acho que a melhor forma de produzir as mudanças seja criando normas e leis, porém a rdc 36 traz avanços e vem contribuir "normatizando" espaços no sentido da humanização, criando PPP, espaços adequados para a presença do acompanhante, alojamento conjunto. Até 2008 por exemplo, com toda orientação no sentido do alojamento conjunto ainda estavam normatizados os "berçários para sadios" ....

Temos que cuidar para não reproduzirmos mais do mesmo, criando ambientes mais amplos,bonitos, iluminados, ventilados, com dimensões adequadas, mas que mantém práticas instituidas e não mudam processo.

Criemos espaços acolhedores e saudáveis, com dimensões e arranjos que favoreçam os processos de trabalhos, que possibilitem sempre a presença do acompanhante, agradáveis, confortáveis, mas sem perder de vista que estes espaços são territórios vivenciais, de encontros, relações, conflitos, afetos, de trabalho e desta forma é muito mais potente para as suas transformações que sejam produzidos de forma compartilhada, incluindo nos processos de mudança os usuários desses espaços, os trabalhadores e os usuários do SUS. E nesse sentido a experiência concreta trazida por Goiamara e que tem sido também de outras maternidades no Brasil nos brinda com esse relato dos modos como essas mudanças vem sendo construinda.

Iza traz uma contribuição muito legal citando o texto do Derrida que está no livro organizado pela Kate Nesbitt e nos chama a atenção para uma inseparabilidade, na qual aposto que é a da produção do espaço, de subjetividade e de saúde.

....são uns pitacos para a conversa...

bjs
Mirela





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Que legal !
Clara | qui, 27/05/2010 - 16:01.
Que legal ter noticias do Tocantins através desta rede e saber que os avanços vão sendo construidos e conquistados, apesar das dificuldades que surgem no caminho ! Parabéns a todos e um grande abraço !

Clara

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Parabéns ao D. Regina
Liliane Camargos | qua, 26/05/2010 - 17:46.
Em 2006 tive meu filho no Hospital D. Regina.

Meu parto não teve nada de humanizado. Sabia da lei que dá direito ao acompanhante e pensei em exigir meu direito, mas quando cheguei e vi aquele tanto de mulher num só espaço, percebi que a presença do meu marido poderia ser benéfica para mim e constrangedora para as outras mulheres.Como estudande de Arquitetura percebi que a estrutura física do hospital atrapalhava ou mesmo impedia a humanização.

De lá para cá, muita coisa mudou e a RDC 36 aprovada em 2008 obriga os hospitais a se estruturarem fisicamente para a humanização do parto e nascimento.

Estou feliz ao ler esta post, pois é um grande prazer saber que aos poucos as coisas começam a acontecer.

O tema do meu TFG é uma o Projeto Arquitetônico de uma maternidade pública para a humanização de partos e nascimentos.

Acredito na Humanização da Saúde e acredito que toda a equipe médico-hospitalar está fazendo o possível para que ela seja realidade. Mas acredito também, como arquiteta, que o ambiente pode influenciar muito na humanização, fazendo com que a mulher se sinta mais segura, em um ambiente íntimo e acolhedor.

Liliane Camargos Formanda em Arquitetura e Urbanismo pela UFT. Pesquisadora das relações entre Arquitetura e humanização do parto e nascimento.

http://lilianecamargos.blogspot.com

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Amantes dos espaços...
Maria Luiza Car... | qui, 27/05/2010 - 19:08.
Oi Liliane,

Li teu post e teu blog. Deixei um comentário lá.

Meu filho faz arquitetura e me inclui entre seus interlocutores sobre a questão do trânsito entre o espaço e a subjetividade. Sou psicóloga e apaixonada pelas duas dimensões. Aliás, é de se perguntar se há duas dimensøes nesta relação espaço/subjetividade ou se se trata de duas coisas que se distinguem, mas nnao se separam, não é?

Bem, essa discussão sobre "uma arquitetura onde o desejo pode morar" ( Derrida ), é fascinante! Ainda mais quando se caminha de um território existencial de mulher para outro marcado pelo novo, pelo inusitado estado de devir-MÃE. Faz-se aí uma desterritorialização subjetiva que, se acompanhada de um território concreto/objetivo acolhedor, é pura potência de investimento do desejo humano.

"Viajei" muito?

Benvinda `a rede de saúde afetiva e contagiante, que transita em muitos planos e quer incluir todas as profissões em seu pensar coletivo.

Um beijo

Iza



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Um pouco mais sobre espaços
Liliane Camargos | sab, 29/05/2010 - 00:24.
Obrigada!

Li seu comentário no meu blog.

Volto a postar aqui para trancrever duas frases inspiradoras que li hoje no livro "A dimensão oculta" (Edward T Hall):

"Não importa o que aconteça no mundo dos seres humanos, acontecerá num cenário espacial; e o projeto desse cenário exerce uma influência profunda e persistente sobre as pessoas que nele se encontram".

"O homem e seu ambiente participam na moldagem um do outro."

A humanização do parto exige uma profunda revisão dos conceitos obstétricos vigentes e esta nova forma de pensar refletirá em novos espaços para o nascimento, assim como uma mudança espacial poderá provocar também uma maior pré-disposição às mudanças comportamentais.

Abraços



Liliane Camargos - Formanda em Arquitetura e Urbanismo pela UFT - Universidade Federal do Tocantins.

Pesquisadora das relações entre Arquitetura e humanização do parto e nascimento.

http://lilianecamargos.blogspot.com

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Fazer acontecer a dignidade no parto
Annatália Menes... | dom, 23/05/2010 - 11:14.
Queridas Goiamara, Vera e tod@s do coletivo da maternidade Dona Regina de Palmas e tod@s do SUS no TO,



Esta notícia nos enche de emoção e alegria. Vocês conseguem mostrar que quando se unem comprometimentos, desejos, interesses e decisões políticas é possível fazer acontecer. Parabéns pelos resultados que estão conseguindo na maternidade e pelo exemplo que nos ajuda a ver na prática que ter o acompanhante no parto é algo fundamental e destino ético neste momento singular e especial da vida de cada mulher e criança. Que todas as maternidades do Brasil possam assumir este compromisso com a vida em sua expressão de dignidade e senso ético. Muito nos anima esse compartilhar.

Abraços

Annatália

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Para dar mais cor...
patrinutri | sab, 22/05/2010 - 22:14.
Coloquei uma imagem no post para dar mais cor a este trabalho tão importante para a saúde dos brasileiros.

Fico na torcida que toda esta articulação dê fruto...e que sejam de parto natural e muito bem amamentados!

Bjs Patrícia S. C. Silva

Editora da RedeHumanizasus


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Inserir fotos
Goiamara | dom, 30/05/2010 - 19:48.
Olá Patrícia,

Obrigada!!



Gostaria de saber qual a forma mais facil de inserir fotos no site.Quero postar outras informações do Tocantins e não consegui anexar a foto. Posso encaminhar as fotos para seu e-mail?

Abraço,

Goiamara Borges

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Construindo novos caminhos
Sérgio Aragaki | sex, 21/05/2010 - 01:13.
É pelo menos uma dupla felicidade: ver um post aqui de uma batalhadora companheira de lutas pró SUS aqui na rede e também a excelente notícia, conquistada com muito trabalho e dedicação.

Parabéns!!!

Muitas vezes desanimamos, cansamos, pensamos não haver saídas... daí devagarinho continuamos a nos mover e... surpresa... encontramos brechas por onde traçamos não saídas, mas novas entradas, novas possibilidades!!!

abraço,



Sérgio

"Olhar é olhar na altura dos olhos"

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Parabéns
Marco Pires | qui, 20/05/2010 - 09:48.
Um vínculo que se instaura para toda a vida da criança que nasce. Que o exemplo se espraie Brasil a fora. Valeu!

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Avanço importante para o Tocantins!!!
Goiamara | qui, 20/05/2010 - 09:29.
Precisamos divulgar esse avanço no Tocantins, pois na cidade de Palmas essa é a unica maternidade. Depois de cinco anos de sancionada a lei 11.108 de garantia do direito ao acompanhante, essa notícia demonstra o resultado do esforço coletivo do Ministério da Saúde, através do importante trabalho da consultora Vera Figueredo, da apoiadora da maternidade Goiamara Borges e especialmente do grupo gestor do direito ao acompanhante e comitê do parto humanizado, dessa maternidade que em conjunto com a diretoria, conseguiram garantir esse direito sublime à vida.Pois essa tecnologia do acompanhante durante o parto, além de salvar vidas e do supote emocional a parturiente, garante o fortalecimento do vínculo de amor da familia por vivenciar o momento do nascimento que é o acontecimento mais importante na vida do casal.

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