Partido Colorado: 'Saída de Lugo foi queda de um modelo'


Paraguai

Partido Colorado: 'Saída de Lugo foi queda de um modelo'

Para Horacio Cartes, líder da legenda de oposição, o impeachment era questão de vida ou morte: 'Não nos afastamos um milímetro sequer da Constituição'

Carolina Freitas, de Assunção
O empresário Horacio Cartes, pré-candidato do Partido Colorado à presidência do Paraguai
O empresário Horacio Cartes, pré-candidato do Partido Colorado à presidência do Paraguai (Carolina Freitas/VEJA)
O empresário Horacio Cartes investe em um vasto espectro de negócios no Paraguai: comanda um banco e um punhado de fábricas que produzem de refrigerante a cigarros. Lança-se, agora, a um novo ramo, a política. Pré-candidato à sucessão presidencial do país pelo Partido Colorado, do qual é líder, Cartes é apontado como o principal articulador do movimento que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Lugo em menos de 30 horas, na semana passada. O objetivo por trás da manobra seria aumentar as chances de vitória da legenda de oposição, que chefiou o Paraguai por 60 anos antes da eleição de Lugo.
Cartes nega ter capitaneado o movimento com intenções eleitorais, mas manifesta integral apoio ao novo presidente paraguaio, Federico Franco, do Partido Liberal. "Não nos afastamos um milímetro sequer da Constituição", afirmou o empresário, em entrevista pouco antes de participar de um encontro com correligionários em um clube de campo da capital Assunção, onde foi saudado como o "próximo presidente da República do Paraguai". Ele preside nacionalmente a frente Honra Colorada, corrente majoritária do partido.
"Era bom, eleitoralmente, Lugo continuar no governo, por todos os erros que vinha cometendo", afirmou Cartes. "Mas a decisão de todos, que não foi única ou particular, foi de que estávamos decidindo entre a morte e a vida. A gente preferiu perder chances eleitorais, mas apostar pela vida." Para Cartes, a população vinha há muito insatisfeita com Fernando Lugo. "A saída de Lugo não foi a queda de uma pessoa, mas de um modelo que, evidentemente, o Paraguai não aceitou", acrescentou o colorado. "Nem vou falar do fato de ele ter tido filhos sendo um bispo, mas da falta de segurança que se instalou no campo por causa da ligação dele com esse grupo armado de sem-terra, que tanto terror e morte já causou."
Cartes adotou um discurso de defesa dos brasileiros que vivem no Paraguai - e que vinham sendo alvo da ação dos sem-terra em suas fazendas, especialmente na região da fronteira. "Os próprios produtores estrangeiros dizem que a paz está voltando. Eles não chegaram ao Paraguai ontem, mas há trinta anos, têm família, filhos paraguaios e não fizeram outra coisa senão trabalhar direito. Eles apostaram no nosso país. Nossa reciprocidade tem de ser cuidar deles."
Vizinhos - O líder colorado disse, ainda, acreditar na capacidade de Federico Franco e do chanceler Férnandez Estigarribia de reverter a posição dos países latino-americanos a respeito da legitimidade do novo governo. "Quando os países vizinhos dizem que aqui houve um golpe, é motivado por desconhecimento", diz. "Federico Franco tem a Constituição ao seu lado."

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