Governo da Síria aceita plano de paz, diz Kofi Annan



Governo da Síria aceita plano de paz, diz Kofi Annan

Annan conversa com Wen Jiabao em Pequim
Annan conversa com Wen Jiabao em Pequim
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou nesta terça-feira (27) que o governo do ditador Bashar al-Assad aceitou o plano proposto por ele para encerrar a onda de violência que toma conta do país desde março de 2011. Ainda que o anúncio seja um indicativo positivo, é cedo para crer que a mediação de Annan terá bons frutos. A oposição Síria também precisaria aceitar o plano, o que não deve fazer tão cedo, e o governo sírio precisaria tirar reformas genuínas do papel, uma ação sem precedentes em seu passado.
Annan fez o anúncio desta terça na China, onde foi buscar apoio político para seu plano. A China, ao lado da Rússia, vetou resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria propostas por potências ocidentais e países árabes. A agência Reuters conta:
Em visita a Pequim, Annan disse ao primeiro-ministro chinês Wen Jiabao que a cooperação global com a China e outros países é a única forma de desarmar o conflito, cuja dimensão sectária levantou temores de que poderia se espalhar e desestabilizar toda a região. “Eu recebi uma resposta do governo sírio e a tornarei pública hoje. Ela é positiva e esperamos trabalhar com eles para que se traduza em ação”, disse Annan.
O plano aceito pela síria não pede a saída imediata de Assad do poder, mas sim medidas que proporcionem o fim das hostilidades, que já deixaram pelo menos 8 mil mortos segundo a ONU. De acordo com Annan, o plano inclui a retirada de armas pesadas e tropas de centros populacionais, a permissão para que ajuda humanitária seja enviada ao país livremente, a libertação de prisioneiros e acesso irrestrito a jornalistas.
Para ter aceitado medidas como essas, é provável que o governo Assad acredite que, após um ano de repressão, já tenha conseguido eliminar seu mais ferrenhos opositores. Uma demonstração desta possibilidade foi dada nesta terça. Segundo a agência Associated PressAssad visitou nesta terça o distrito de Baba Amr, em Homs, um dos bastiões da oposição. Recentemente, o distrito foi cercado e bombardeado por tropas do governo, uma ação que produziu, segundo a oposição, massacres na cidade. As imagens abaixo, divulgadas no Youtube, mostram o que seria a visita de Assad a Homs:
Também nesta terça, militares sírios invadiram, segundo a Reuters, o território do Líbano para combater rebeldes. O jornal libanês The Daily Star cita fontes de segurança locais que negam a incursão de militares sírios, mas também civis libaneses que confirmam o ataque. De qualquer forma, o ataque na região foi um sinal de que a Síria está conseguindo afugentar os oposicionistas do território sírio.
Ao mesmo tempo em que Assad celebra seu triunfo e mantém a pressão sobre seus rivais políticos, setores de oposição sírios continuam buscando alternativas para contrapor o regime. Nesta terça, pelo menos 300 opositores se reuniram em Istanbul, a pedido dos governos da Turquia e do Catar, que romperam com Assad. Os principais grupos de oposição classificaram a iniciativa de Annan como “sem sentido” e “irreal” uma vez que as tropas aliadas ao regime Assad continuam massacrando sua população. Neste clima de tensão e desconfiança, o mais provável é que o plano de Annan acabe fracassando a curto prazo.
Foto: Lintao Zhang / AP
José Antonio Lima

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